18 de out. de 2010

Dia simples

Sabe quando você acorda sentindo uma imensa necessidade de ter um dia simples? Bem, dia simples significa não sentir nada muito forte, nenhuma reviravolta, nenhuma emoção e nenhuma notícia bombástica. Se eu conseguir manter o mesmo humor que acordei, ao fim do dia estarei feliz. O dia não começou muito bem, confesso. Acordei no horário bonitinho, embora esteja sentindo muito sono, demorei cerca de dez minutos para conseguir subir no ônibus - que geralmente demora 3 minutos - e não bastando, o mesmo ainda se encontrava lotado, num estado crítico, por assim dizer. Ok, eu não me abalei. Não me abalei também pelo fato de estar sem um fone no meu ouvido. E também não me aabalei com a chuva que caía, fazendo com que o metrô mostrasse a sua lentidão terrível. Me considero um cara vitorioso de ter chego aqui onde estou - na cadeira do trabalho - e ainda não estar de mau humor (eu não disse que estou de bom humor, só não estou com MAU humor, é diferente, veja bem). E tudo o que eu quero é curtir a minha tranquilidade aqui na frente do computador. Bebericando do meu imenso copo de café quentinho.

:)

16 de out. de 2010

Update

Olha como a vida é engraçada, agora mesmo me bateu um amor à vida. Do nada. Uma vontade tão grande de ser feliz, e realizar algo para mim. Sair por aí e ver as luzinhas da cidade e sentir o vento frio no rosto e de subir em algum telhado de prédio e assistir a cidade viver, observar os carros minúsculos. E ficar feliz por estar vivo.

Lazy Confessions

O horário de verão começou. E eu particularmente, detesto horário de verão. Até eu me acostumar, leva uma semana, em média. Uma semana rendendo atrasos ao trabalho, sono profundo durante o dia e uma série de coisas chatas. Algo como um desconforto causado por fuso horário diferente (numa escala bem menor).

Hoje o dia foi completamente atípico. Fui trabalhar, e ao sair, voltei direto para casa. Não estava na vibe de ver gente, de andar, falar, interagir. O que eu queria era um tempo sozinho. Completamente sozinho. Aproveitei que não tinha ninguém em casa e lavei banheiro, tomei banho, coloquei roupa para lavar, fiz miojo e me deitei.

Fiquei.

Oito horas da noite e eu já queria dormir (sábado à noite, uhul!). Dormi.

Acordei cinco horas depois (na verdade quatro, graças ao horário de verão) com uma sede absurda que me fez levantar correndo e pegar o primeiro copo que vi, colocar um monte de clight e misturar com água gelada. Claro que eu nem olhei a quantidade de suco que coloquei no copo e o fundo ficou todo cheio de pó não diluído.

Queria o meu namorado. Queria ficar olhando para o teto e falar sobre coisas aleatórias, queria ser abraçado e queria que alguém me trouxesse algo para comer. Mas ninguém vai fazer, o que me obriga ir até a cozinha para ver se acho alguma coisa degustável (agora são 3 da manhã).

(vai)

Como esperado, não tem nada de interessante. Vou tomar café puro, fumar um cigarro e calar a minha boca.

Ah, acabei de baixar o album novo da KT Tunstall. Recomendo. Recomendo 100 vezes.
Viciado nessa música aqui, ó:

Estou com vontade de beber alguma coisa gelada, poderia até ser aquelas coisas geladas, doces e cheias de chantilly por cima, que tem na starbucks e tem gosto de xarope de qualquer coisa concentrada, que de vez em quando cai bem. Frapuccinos. Lembrei o nome. Ai, queria...

Nem vou tentar dormir mais. Um beijo, seus pecadores.






15 de out. de 2010

A viagem que fiz pelo mundo

Hoje, sexta-feira, precisamente às 18 horas e alguns muitos minutos dei início à minha viagem ao mundo. Um verdadeiro MUNDO DE SABORES.

Sentei na praça de alimentação e comecei a comer as minhas bolachas piraquê de leite maltado. Todo singelo na mesa com tampo de mármore frio. Enquanto assistia duas amigas comendo Burritos com molho barbecue (México). Lutei alguns segundos contra mim mesmo e quando percebi, eu estava na fila do Mc Donalds pedindo dois hambúrgueres simples - só o lanche, porque é mais barato (Estados Unidos). Ao mesmo tempo (nunca perdemos tempo) as duas amigas estavam na fila de sorvetes do Mc Donalds (Estados Unidos). Dois segundos depois, eu estaria na fila de uma pastelaria da praça de alimentação, pedindo um de dois queijos e outro de carne com queijo (China), ao mesmo tempo que uma das amigas estava na fila de um restaurante japonês, pedindo um Temaki e dois Nigiris (Japão). Logo em seguida, uma das amigas entrou na fila do Rei do Mate e mandou brasa num empanado de carne (Brasil).

Tudo isso em meia hora.

Horas depois, eu estaria feliz por sentir o vento gelado bater na pele do rosto molhado, me sentindo vivo.

Agora estou aqui com um humor esquisito, tendo vários diálogos internos sobre assuntos variados e irrelevantes e nunca chegando a um acordo, esquecendo dos assuntos antes de conclui-los. Meio complicado.

14 de out. de 2010

Calmaria

Respirei. Pensei positivo. Mentalizei paisagens campestres e tudo correu bem.

Agora estou aqui, sentindo a tranquilidade divina e me deleitando com músicas.
Estou há uma hora sem fazer nada no trabalho e isso me assusta.


12 de out. de 2010

Ai

Alguém me ajuda?

Ajuda eu?

É...

Ok. Mais uma vez, eu volto com a língua mordida. Me surpreendi e a minha família foi super agradável comigo. Tenho a impressão de que eles sentem orgulho de mim. E isso é estranho. Não sei lidar com essas coisas.

Ganhei uma camiseta, 3 cuecas e 20 reais da minha vó. Uma caixa de chocolate da minha irmã e 10 trufas da minha tia. Me senti querido, afinal, nem criança eu sou e as pessoas ainda se deram ao trabalho de presentear. Enfim.

Tudo estaria bem, se não fosse eu. Estou realmente cansado disso tudo. E a única vontade que eu tenho é de juntar as minhas coisas e partir para alguma cidade longe, onde ninguém possa me achar. Estou á ponto de sofrer de derrame, infarto, depressão (ops), colapso nervoso de ir parar em hospital e tudo. Minha vida não anda fácil, embora todos digam que é futilidade de minha pessoa. Então, nessas horas eu prefiro me calar e fingir que tudo está bem. Como sempre fiz.

E olha, me sinto sozinho. Por mais que tenha pessoas e pessoas e mais pessoas, eu me sinto sozinho. E eu cansei de escrever. Vou fumar meu cigarro e dormir. Que é a melhor coisa que eu faço, além de ensaiar a máscara de "está tudo bem, e a vida é linda" para usar durante a semana.

Neste momento, eu só queria um ombro para chorar. Gostaria que alguém me abraçasse e dissesse que tudo vai ficar bem, que eu não preciso chorar e que vai me levar pra andar de cavalo na floresta. Mas ninguém vai fazer isso.

Bom, tchau.

11 de out. de 2010

Fuga

Daí que agora eu estou aqui, olhando para o monitor. Encarando essas letrinhas que estão sendo digitadas, olhando para esse monitor monótono que eu tanto aprendi a detestar. Dedesto-o porque é a coisa que mais repousa sob os meus olhos, durantes seis dias da semana, por oito horas diárias, e isso não é tão legal quando se tem um mundo inteiro para ver lá fora. Tudo bem que eu gostaria muito de mais de estar olhando para o teto branco do meu quarto. Sozinho, no silêncio da minha casa - que é outra coisa que eu aprendi a detestar, porém é aquele detestar que a gente se habitua e nem reclama mais. Apenas acostuma. E é lá que eu gostaria de estar. Na solidão da minha casa, onde eu posso escutar uma agulha caindo no chão. Daí que amanhã é feriado, e eu combinei de sair com a minha tia, dormir na minha vó e visitar uma outra tia. Gosto da minha família, mas confesso que é algo que tento evitar ao longo dos últimos anos. Eles fazem eu me lembrar quem sou eu, aquele eu que eu tanto tento apagar silenciosamente. Quando era mais novo, tinha fantasias de sumir e voltar reinventado. Arrancando admiração de todos. Sim, eu sumi e voltei reinventado. Porém não consegui a admiração alheia. Sei que a primeira coisa que a minha vó irá falar quando me ver é sobre o meu corpo. Se ele diminuiu ou se ele aumentou desde a última vez que nos vimos - há aproximadamente uns 8 meses atrás. E ela vai falar. Vai falar de um jeito cruel, que vai me deixar triste. Assim como todos irão. Eles sempre falam. E eles vão falar de como eu mudei, de como eu era e de como eles gostariam que eu fosse. Mas eu não quero ouvir. Não hoje - talvez nunca, admito. Eles irão me cutucar e me causar um estranhamento ao me lembrar de coisas. Coisas bobas, para qualquer pessoa, mas não para mim. Eles irão me lembrar do garoto fraco, loser, triste e mimimi que eu já fui. Não que eu não seja mais, é que eu aprendi a reprimir. Eles irão fazer eu me sentir diminuto diminuto dominuto novamente. E tudo o que eu menos queria hoje é me sentir diminuto. Eles irão falar sobre como sou carente, e tudo que eu não quero passar na minha imagem é essa carência nojenta. Enfim. Desejem me sorte.

E eu ainda continuo querendo estar na solidão do meu quarto e no silêncio estrangulador da minha casa.

Update geral

Bom dia. Faz um tempinho que não passo aqui. E não é por falta de acontecimentos, é por pura preguiça mesmo, confesso. São 12:02 ainda. De uma segunda-feira, e que se eu fosse um cara mais sortudo, não estaria aqui trabalhando. Fui lá fora fumar agorinha e me deprimi porque vi várias famílias passeando. E eu estou aqui, preso na frente de um computador sem ter nenhum tipo de visão externa. Eu adoraria ter um tipo de visão externa. As pessoas me divertem só pelo fato de elas existirem. Gosto de ver senhoras vestidas com túnicas floridas, de ver brigas de mulher e os loucos do centro. Ah, os loucos do centro. Me divirto com eles. Enfim. Eis que meu humor não está lá grandes coisas, justamente por eu estar aqui preso. E sem visão externa, acrescento. Tentei me distrair com um livro, tentei entrar em sites de tatuagem, tentei pedir a deus, tentei de um tudo para fazer com que o dia passasse rápido. Mas ainda são 12:08, o que me faz concluir que não funcionou.

(me viro para o menino que trabalha aqui do lado, e vejo que ele está procurando desmanches pela cidade, através do google street view, ignoro).

Bom, agora vamos aos acontecimentos recentes. A semana foi trash trash trash. Passei por todos os extremos que um ser humano pode passar, sentimentalmente falando. Cogitei o suicídio, acho que na quinta-feira, e no sábado eu estaria no meu quarto , arrumando o guarda-roupa e dançando valsa sozinho, feliz como um pinto no lixo. E é isso que você pode saber sobre os meus sentimentos, mais do que isso seria expor-me demais.

Um fato desagradável, porém não menos marcante, foi o fato do meu salário ter caído na quinta-feira (é, o dia do suicídio) e eu todo bonitão, fui até o banco a fim de tirar dinheiro para cometer algumas extravagâncias (afinal, eu iria me permitir, como sempre me permito erroneamente) e qual foi a minha surpresa ao olhar uns dígitos negativos. Ou seja, meu salário foi consumido TOTALMENTE pelo banco, deixando ainda alguns bons 3 dígitos pendentes. Fudeu - pensei comigo mesmo. Voltei ao trabalho, com o rabo entre as patas, coloquei a mão na testa e quis chorar. Quis chorar, quis a minha mãe, quis a sopa de ervilha da minha vó e eu quis MUITO uma barra de chocolate bem grande. É, açúcar é a minha droga. E para piorar o rebosteio todo, eu fui me lembrar que eu tenho a mensalidade do meu curso para pagar, o notebook para pagar e um celular para comprar. Porque não bastando tudo isso, eu ainda tive o meu celular roubado na semana passada. Com direito a arma encostada no peito e tudo. Enfim, no dia do suicídio eu combinei de encontrar a Fernanda, depois do trampo. Eu precisava falar, precisava chorar, precisava de uma companhia para me amparar. Uma pobre alma. Precisava de uma redençãozinha. Precisava de qualquer coisa. Peguei minhas coisinhas e segui até o trabalho dela - debaixo de garoa - e sem antes comprar uma barra de chocolate vagabundo, porque era o que o meu dinheiro podia comprar. Andei. Humilhado. Debaixo de garoa. Triste, triste. Com as meias molhadas. Chegando lá, atrasado porque me perdi por aí, imerso em minha tristeza e a minha surpresa foi: A fernanda já saiu. Porra, pensei.

Andei a esmo. Sem saber pra onde ir. Fui na FNAC ver livros, passar vontade das coisas, ouvir alguma música triste. Eu precisava de uma música triste. Achei um CD da Feist na prateleira e coloquei no player da loja e ouvi. Ouvi e para meu desapontamento, não me causou nada. Decidi voltar para casa. Ainda me sentindo humilhado.

No outro dia acordei bem. E permaneci bem até hoje. 
Estou de mau-humor e sem nada no bolso. NADA. Nenhum mísero centavo. E com um celular do tamanho do meu isqueiro, que tem apenas 3 funções no menu. Game, Horário (sim, horário conta como uma "função") e alarme - que foi cedido caridosamente pela Paula. Obrigado, Paula. 

Preciso comprar um novo.
Ah, e o resto eu não vou contar, porque é íntimo demais. Rá rá rá.
Curto muito uma auto-depreciação na internet. De verdade. MUAH!

4 de out. de 2010

Impressão da impressão

Ele pelo trabalho: Nossa, quem será esse garoto estranho? Porque ele usa essas calças apertadas e vive sério? Acho que não quero me aproximar dele, serei cauteloso. Ele gosta de metal, preto e provavelmente é mebro de alguma igreja satanista. Pensando bem, ele até tem um jeitinho educado e delicado, chega a ser contrastante com a imagem dele, cheia de piercings e tatuagens. Será que ele é gay? Se for, talvez seja um daqueles caras com mais de vinte anos que ainda é virgem. Porque ele é tão fechado! Acho que ele não gosta da gente, ele realmente só pode ser satanista que não gosta de mulher. Ele fuma demais e é baladeiro, aposto que toma todas no bar. 

Ele pelos amigos: Sinto pena dele. Só isso. Um menino que vive triste por aí, mas até que é gente boa. Serei cauteloso com ele, porque sei que ele se machuca fácil. Não posso dizer qualquer coisa pra ele. Ultimamente ele tem adquirido um gosto terrível pela solidão e é difícil vê-lo. Gostaria de saber o que se passa na cabeça dele. Ele come demais para preencher o vazio e se entrega para bandas desconhecidas, se veste diferente das pessoas do bairro dele, porque ele não quer se sentir normal. Ele está chato. De vez em quando age de forma insuportável, é frio e depois vem pedir desculpas. Não vou mais procurá-lo. Quero que ele se foda sozinho, já que ele procurou isso. Mas sinto até falta de quando ele era mais vivo.

Ele pela família: Eu ainda não sei o que aconteceu. Até ontem ele era o garoto padrão, não gosto do que ele se tornou. Parece que se fechou ainda mais. Queria poder ajudar, mas não sei o que fazer. Ele não tem amigos, vida social, não sai, não bebe, não fuma e não usa drogas. Ele só pensa em ficar em casa lendo. E sei que ele tem queda por coisas japonesas. Sua vida se resume à isso. Não gosto desses desenhos que ele tatuou no corpo e tampouco dos furos que ele tem. Não acho legal. A mãe dele deveria muito fazer algo para parar com isso. Porque ele nunca apareceu com garotas? Acho que ele é gay.

30 de set. de 2010

Cantarolando

Eu quis ser eu mesmo
Eu quis ser alguém
Mas sou como os outros
Que não são ninguém


Pato Fu

28 de set. de 2010

Do tempo despretencioso e triste

Gostava do tempo que eu sentia prazer em sair com as pessoas, que ninguém precisava insistir pela minha presença. Gostava de andar por aí, sem sentido, sozinho. Gostava de fazer minhas loucurinhas e sentir que eu tinha meus segredinhos. Gostava de ousar e desafiar a mim mesmo. Gostava de passar as noites acordados por aí. Gostava de conversar com desconhecidos em cafés, de madrugada. Gostava de fazer tatuagens por impulso. Gostava de aparecer com piercings a cada mês. Gostava de voltar para casa no fim de tudo isso.

Eu gostava de ter mais vida.

Isso tudo me veio na cabeça graças à uma música.

Silêncio

Não gosto do silêncio dessa casa. Me perturba. Me deixa mal. Ele se confunde com o meu silêncio particular, e qualquer ruído interno é capaz de quebrar esse maldito silêncio e me ensurdecer. E leva alguns segundos até eu me recompor e conseguir me acostumar novamente com aquela ausência total. Aquele buraco que fica.

Aprendi a desgostar do silêncio.
Silêncio me remete à solidão.

27 de set. de 2010

Luzes e gotas

Através do vidro do metrô, eu podia ver as luzes da cidade que formavam um lindo borrão, misturadas comas gotas da chuva que caía. Não era uma chuva forte, mas era o suficiente para molhar alguém descuidado que passasse mais de 10 minutos parado debaixo dela. Eu estava feliz. Estava feliz de verdade. Um sentimento que eu nem me lembrava mais. Há muito tempo não experimentava daquela sensação inebriante. Pela primeira vez depois de muito tempo, eu estava feliz. Sentia que tudo estava exatamente onde eu sempre quis que estivera. Naquele momento, olhei para o meu lado, e vi que tinha uma menininha. Ela me olhou. Sorriu para mim. Sorri de volta.

É, as coisas estão bem.

25 de set. de 2010

Gente, minha amiga sumiu!!!!

Estou escrevendo esse post com muita tristeza. Minha amiga sumiu!!!
Ela tem alguns distúrbios psicológicos e desapareceu faz sete dias. A família dela está desesperada atrás dela, gostaria muito que, caso, alguém a encontre, entrar em contato imediatamente, pode ser por aqui pelo blog mesmo. Não se sabe se ela ainda está em São Paulo, ou se partiu para alguma outra cidade.

Abaixo segue uma foto dela:





















No dia em que sumiu, ela vestia essa mesma roupa. Agradecido!!!

23 de set. de 2010

Citação - Ayanami Rei


"Penso, logo existo". Ou penso, pois existo? O que existe, nós ou nossos pensamentos? Talvez nós não estejamos aqui, apenas nossas mentes criando um mundo irreal para o nosso entretenimento, talvez eu seja fruto de sua imaginação, ou talvez você e eu sejamos um fruto da imaginação alheia. Nos questionamos o tempo todo sobre diversas coisas, mas raramente paramos para pensar por que estamos aqui e por que vivemos e sofrendo... Devemos nos perguntar? Não sei, mas mesmo assim eu pergunto, mesmo sem obter as respostas. Eu pergunto, e mesmo sem saber o porquê das perguntas, me pergunto, por que? Eu não sei, não sei..."
Rei Ayanami

Dia de merda

Estou me tornando um ser detestável, irritável, vulnerável, emocional demais, insuportável e um nojo.

Bolão: Quanto tempo vai levar para eu perder todas as pessoas que eu gosto?

Ahhhhhhhhhh!

21 de set. de 2010

As coisas que não contarei aos netos que não terei

Tive o primeiro porre da minha vida aos três anos de idade. E não foi uma única vez. Já fiz cocô numa árvore, quando eu tinha 7 anos de idade, porque todos os banheiros da casa da minha vó estavam ocupados. Costumava cortar os cabelos de todas as bonecas da minha irmã, certo dia eu molhei elas e guardei dentro de um baú, quando acharam só subiu o cheiro de fungos. Já escrevi todos os palavrões possíveis no muro de uma vizinha minha, porque estava com raiva dela. Lambi o peito da minha amiga, em plena praça pública à luz do dia. Costumava roubar comida da geladeira da escola. Cabulava aulas do ensino médio para perambular pela PENHA. Ajudei a organizar uma decoração do PT na sala de um professor do PCO. Já saí muito louco por aí, conhecendo pessoas, ficando com elas para conseguir bebida e acordei na frente do Glória, desmaiado, com a minha amiga do lado (desmaiada também). Nadei pelado na praia. Cortei o cabelo da minha amiga e deixei-a com 4cm de franja (medido na régua). Tive coma alcóolico no dia do meu aniversário de 20 anos. Fui em um puteiro de cinco reais (ainda ganhava um drink) e fiquei horrorizado com o que vi ali dentro, confesso. Perdi 25kg em menos de meio ano. Já tive compulsão alimentar na Rua Augusta de madrugada, depois de ser chutado por alguém que eu gostava, juntamente com uma amiga, sentado na calçada. Já dormi no motel com duas amigas e não fizemos nada (fomos apenas para dormir). Já beijei TODAS as meninas do meu círculo de amizade. Já corri pela paulista e caí num tablado de madeira, com todo mundo me olhando. Já escorreguei da escada de uma balada, fazendo todos cairem também (efeito dominó). Costumo reconhecer atores e atrizes pornô na rua. Nunca briguei na escola. Sei fazer o melhor macarrão alho e óleo do mundo. Já fui emo. Já dancei sozinho na rua. Já tive cabelo azul, loiro xuxa, verde e roxo. Passei trote na casa de amigos. Já fiz pessoas se masturbarem na cam pra mim, fingindo ser uma garota gostosa (me divertia muito às custas daqueles moleques babacas). Costumava pegar a extensão do telefone e ficava ouvindo conversas de "gente grande". Já fiz uma garota mudar de escola por minha causa, porque inventei que ela ficava falando sobre sexo para mim. Já comi um bolo inteiro, em menos de uma hora.
E isso é o que eu me lembro agora.

20 de set. de 2010

O Morcego


Meia-noite. Ao meu quarto me recolho.
Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.

“Vou mandar levantar outra parede…”
- Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
Circularmente sobre a minha rede!

Pego de um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. Minh’alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!

A Consciência Humana é este morcego!
Por mais que a gente faça, á noite, ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!

Augusto dos Anjos

19 de set. de 2010

De uma lembrança

Era um dia frio, assim como está hoje, se a minha memória não falha. O que tem a chance de 50% de acontecer, já que me recordo absurdamente de algumas coisas e sou deixado para trás pela minha memória em outras tantas vezes. Mas isso não importa. Estávamos sentados na frente de uma pastelaria bacana, conversando sobre os nossos planos. Eu com aquele e você com aquela. Ficamos naqueles "oun" por alguns minutos. Eu olhando para você, você ficando vermelha e mandando eu parar. Eu não parava. E assim passou aquele dia. Você louca para chegar em casa e descarregar suas fotos e mostrar para a pessoa que você queria impressionar e eu torcendo, mentalmente, para que o meu também fosse arranjado.

Depois de um tempo surgiu a resposta: não deu certo.

Assumimos aquela condição e voltamos ao ponto zero. Vegetal. Pedra. Porta. Ou o que queira chamar.
...
Em uma outra noite, estaríamos fora de um restaurante com uma decoração bonita e um pessoal que não conhecíamos, fumando. Usamos isso como desculpa para falarmos de nossa satisfação sem ninguém escutar. E em partes para poder respirar, já que lugares como aqueles não nos agradam, embora a companhia não podia ser melhor. Eu contava, pela primeira vez com tanta dose de açúcar, sobre a minha felicidade atual. Você contava a sua, já com seu habitual açúcar, que eu novamente me acostumei. Gosto da sua cara de boba, devo dizer. E eu com o meu típico sorrisinho insinuado no canto do lábio, que você tanto conhece. Isso foi o suficiente para percebemos em que condição estamos.

Mas a vida é muito irônica, devo admitir. Ou talvez a nossa hora tenha chegado.

16 de set. de 2010

Aleatório

Me empolguei de verdade naquele momento. Um copo atrás do outro. Alguns flashes de beleza, riqueza, poder e tudo de lindo desse mundo me passaram diante dos olhos. Bebo, fico rico, sensual e poderoso. É sempre assim. Levantei, fiquei de pé. Não dava mais para continuar sentado. Tinha que fazer alguma coisa. Ninguém notou. Sentei novamente e a minha cabeça girou. O estômago embrulhou e depois de cinco segundos eu estaria praticamente deitado no chão de um banheiro, me apoiando na privada e colocando tudo para fora. Uma mistura ácida, com gosto industrializado e uns pedaços de massa.

14 de set. de 2010

I want expensive sadness

Bem legal, colegue





















Ficou tudo muito mais fácil agora. Nada de esperar séculos por um vestido de algum estilista X, ou fazer arrombos na sua conta bancária na hora de comprar roupas.

Passa no açougue, pede meio quilinho de bife e pronto.
Você tem um belo vestido de festa.

13 de set. de 2010

TPM Masculina

Hoje ao acordar notei um ar diferente, no fundo eu já sabia do que se tratava, mas resolvi ficar quieto e reprimir esse ar. Ok, ao chegar no trabalho, tive que vestir a porcaria do uniforme (uma camiseta 10 números maior do que o meu normal) e isso já me fez ficar levemente enervado.

Comecei uma dieta, o que fez com que eu não pudesse comer metade das coisas que eu queria ter comido. Ainda estou na fissura por uma coxinha, e se eu deixar essa vontade "des-saciada" eu entrarei em cold turkey, como um drogado em abstinência. E isso somou para a minha revolta crescer.

No trabalho, passei a maior parte do tempo trabalhando, o que eu acho um absurdo. Como assim, as pessoas me obrigam a trabalhar? Isso NÃO existe. Não sou pago para trabalhar, sou pago para ficar sentado, fazendo figuração sem fala na vida de meia dúzia de pessoas. Somente para isso sou pago. Enfim, me revoltei novamente.

A cereja do bolo foi agora, antes de chegar em casa, aqui na rua já, quase no meu portão. Vi um cachorro vira-lata, com cara de abandonado, com a patinha quebrada. Eu olhei para ele horrorizado, ele me olhou triste. Nunca vi olhos mais tristes. Ele me pediu ajuda (eu senti tudo isso pelo olhar), a propósito, ele pedia ajuda à TODAS as pessoas da rua, mas ninguém atendia. Eu também não podia atender, estava debilitado por demais, para fazer algo. Olhei para ele, pedi desculpas mentalmente e segui para a minha casa. Senti vontade de chorar.

Só agora eu posso concluir. Estou na TPM masculina e não sei quatos dias demorará para passar. Pelo que eu me conheço, isso levará em média, uns 3 dias.

Ainda quero chorar.

11 de set. de 2010

Do dia que eu fui JULGADO no metrô, por uma criança e uma velha

Ontem, depois de ter saído para jantar com o meu namorado e encontrar as garotas no bar, resolvemos voltar de metrô. Entrei no vagão, meio lotadinho e me encostei em qualquer canto. Notei que tinha um menino me olhando, de aproximadamente uns 5 anos. Conitinuei na minha, afinal nem é incomum uma criança ficar me encarando maravilhada com as tatuagens, piercing, alargador e etc. Me distraio por alguns instantes, olhando aqueles banners de propagando do metrô, e volto o olhar para a criança, que para a minha surpresa estava CHORANDO de lágrimas sentidas, olhando para mim, com uma mulher consolando ele e me encarando ao mesmo tempo. Olhei para as pessoas em volta, para tentar entender, e o que obtive em resposta foi o olhar de uma velha me julgando.

10 de set. de 2010

Oixuxacoimovai? Voubembrigada.

Estamos num sexta feira. A tão desejada sexta feira. Mas de acordo com a minha lógica, hoje seria quarta feira. Sim, tivemos um feriado que deixou a quarta feira (a verdadeira) com cara de segunda. O que é bem legal. Mas enfim, minha vida anda agitada ultimamente (pros meus padrões sim) e eu mal me lembro que tenho esse blog. Pra quem gosta de ler essas coisas, prometo voltar á ativa. Hoje me brotou uma vontade de escrever absurda. Vontade de escrever sobre qualquer coisa, e sobre nada. Ao mesmo tempo e num texto só.

Só para dar um update sobre os fatos dos últimos dias: Estou bem. A vida está sendo legal comigo. Estou namorando, como já devem ter percebido pelos posts açucarados dos últimos dias e estou feliz como há um tempo não estava. Confesso que ainda não me acostumei 100% com o fato de gostar de alguém. Isso está sendo algo "novo" para mim. Mas estou gostando. Está legal. Legal até demais para quem, até um mês atrás, dizia para quem quisesse ouvir que NUNCA MAIS iria gostar de ninguém. Como eu suponho que você irá ler isso, eu resolvi listar as coisas que eu gosto em você. Estou me permitindo ser brega publicamente. Gosto da sua calma. Gosto da sua inteligência. Gosto da forma que você pega na minha mão e me guia por aí afora. Gosto do fato de você sempre ouvir o que eu tenho a dizer, mesmo que isso seja besteira. Gosto de como você me respeita, como pessoa. Gosto da sua barba. Gosto da sua jaqueta preta. E gosto do seu gosto musical também. Entre muitas outras coisas. Mas eu prefiro não listar tudo, porque se não ficaria um post hiperglicêmico e isso não é legal. O resto eu falo pessoalmente.

A cota de açúcar já deu. Chega.

Voltando à programação normal...Daí que hoje é sexta. Irei jantar com o meu namorado e provavelmente encontrarei uma galere no bar. Cara, há quanto tempo eu não fazia isso. Realmente. Estava sentindo falta de dias relaxados, como esses. Geralmente, eu sou o tipo de pessoa tensa. Completamente tensa. Vivo alerta em tudo, ao mesmo tempo distraído com o mundo exterior. Sempre vivi dentro de mim mesmo, por mais surreal que isso possa soar à algumas pessoas.

Enfim, acho que estou bem. Tudo está onde deveria estar (menos o dinheiro da minha conta bancária).

4 de set. de 2010

Solidão

Dentro daquelas paredes azuis eu me sinto bem. Continuo tendo meus medos, minhas tristezas e aflições, mas mesmo assim me sinto protegido. Como se a dor não fosse tão intensa assim. Gosto da minha solidão, ela me machuca, mas ao mesmo tempo faz eu me sentir mais forte. Como se eu não precisasse de nada e nem de ninguém. Gosto de me sentar perto da janela, em algumas noites, acender um cigarro e ficar ali. Apenas observando a fumaça contra o escuro do céu. Me sinto protegido, ao mesmo tempo de estar quebrado por dentro. Gosto de andar pela casa e me sentir livre de qualquer coisa. Gosto de usar minhas roupas velhas dentro de casa. Gosto de observar o jeito como as toalhas se movem com o vento.

Desde criança estou acostumado a viver só. E sempre gostei, de alguma maneira. Lembro de quando meus pais resolviam de ultima hora que iriam sair e me deixavam sozinho num sábado a noite. Era a minha maior alegria. O ápice da minha semana.

Não sei porque estou escrevendo isso. Só me veio à cabeça.
Porque será que eu gosto tanto de complicar as coisas?

É tudo tão simples, poxa.

2 de set. de 2010

Popstar - fez dó

Horário de almoço. Andando por aí, pra fazer o tempo passar. Me lembrei de uma loja que vende barras de cereais e fui caminhando até lá. Meio distraído. Do nada me surge uma mulher com prancheta. Odeio pessoas com prancheta na rua. Significa que elas só querem atrasar sua vida e fazer você perder 15 minutos da mesma, respondendo uma pesquisa que não serve para nada. Fechei a minha cara e olhei pra ela feio. Acenei um "não" com a mão.

Ela me olhou, com sorriso de deboche. E por alguns instantes eu me senti o tal, quase um popstar dispensando paparazzis. Olhei para mim mesmo. Senti pena.

Praguejos

Hoje é quinta-feira. Um dia muito chato. Primeiro porque é quase fim de semana e eu tenho aula, o que me obriga a chegar tarde em casa. E quando é "quase fim de semana" eu gosto de descansar, para estar relaxado no tal fim de semana. Mas tudo bem, isso a gente releva. O problema é quando é uma quinta feira e na véspera você foi dormir pra lá da 1:00h da manhã, porque era muito mais divertido ficar baixando música e jogando no facebook. Ok, tudo bem, isso a gente também releva. Porém, o problema fica ainda maior quando você coloca o celular para despertar as 6h da manhã, para poder ter uma margem de cochilo, e você realmente tem esse cochilo (que parece durar 20 minutos no máximo, mas na verdade ele dura uma hora quarenta minutos). Ok, mas isso a gente releva também. O problema fica um tantinho maior quando você percebe que além de atrasado, ainda tem aula (ai, aula! aula! aula!) e precisa juntar um monte de material para levar, inclusive o seu bloco de canson carííííssimo que você nem se lembra onde está. Ok, mas isso passa. O problema agrava quando você está se sentindo feio, sujo, mal-humorado e desinteressante. E com uma afta na língua. Aí a gente não releva.

31 de ago. de 2010

Algumas promessas

Publicamente, declaro que pensei, pensei e pensei e resolvi algumas atitudes que eu colocarei em prática. Irei comer, nem que seja, uma quantidade mínima de fibra, proteína e cálcio, todos os dias. Tá, cálcio eu não garanto (não sou muito dependente de leite e não é todo dia que eu tenho um maço de couve à minha disposição). Prometo também diminuir o cigarro, tirando um do almoço (já que costumo fumar dois), e o do ponto de ônibus antes do trabalho (desnecessário, levando em consideração que eu costumo jogar metade dele quando o ônibus chega). Incluirei beterraba na minha dieta. Não sou muito fã de beterraba, mas foda-se. Diminuirei algumas calorias desnecessárias, tipo o bolo que eu como todas as manhãs, trazendo uma maçã para ser comida no lugar do mesmo. Os doces depois do almoço e principalmente o-qualquer-coisa-da-noite que sempre substitui um jantar, no meu caso. Não me chamem mais para comer em lanchonetes toda a semana, porque não irei. Irei em lanchonetes, apenas duas vezes por mês (uma vez a cada quinze dias).

E é isso.

Se tudo correr como esperado, em um tempo eu largo de fumar, perco peso e ganho alguns anos de vida.

29 de ago. de 2010

Quer dizer...

Existem poucas coisas no mundo, que eu aprecie mais do que a boa e velha tranquilidade de espírito. Quer dizer, você acaba de discutir com a sua mãe pela terceira vez em uma única semana, você está segurando um xixi por quase uma hora, por pura preguiça de levantar, daqui a cinco horas você precisa acordar para ir para o seu calvário diário, mas você não está com sono e prefere ficar ouvindo músicas bonitinhas e ainda assim tudo está bonito e em seu devido lugar, mesmo não estando.

Isso não faz sentido. Mas a vida não faz sentido.
E esse é o bom dela :)

Açúcar

Sentado num lugar pouco atraente, um cheiro forte de maconha, algumas pessoas esquisitas em volta - alguns deles, mendigos. Tudo isso não era desagradável exatamente, já que o lugar, querendo ou não, tem uma vista linda e uma companhia ainda melhor. Conseguíamos ver uma parte bonita da cidade, e todas aquelas luzinhas que saiam de dezenas de apartamentos. Alguns abraços, alternados com um silêncio de satisfação, ou alguma coisa do tipo. Geralmente, é aquele estágio que ficamos em silêncio porque nada do que dissermos, será compatível com aquilo que sentimos, então optamos pelo mais cômodo. Eu olhava para o nada, pensando em qualquer coisa bonitinha e me deparo com uma pergunta. Uma pergunta que, confesso, fez eu sentir um tremeliquinho na barriga que eu não sentia há muito tempo. Se é que já tinha sentido algo assim. Daí para frente, eu não me lembro de muita coisa com exatidão. Tenho a terrível mania de me sentir desnorteado diante de emoções mais fortes. No fim, eu disse sim. Sim. Era aquilo mesmo que eu queria e essa seria a única resposta sincera que eu poderia dar. Gosto de tantas coisas e em tão pouco tempo, estou me sentindo seguro. Como se eu tivesse encontrado um refúgio. Pode parecer melodrama adolescente, ou forçado demais. Mas incrivelmente, é isso o que estou sentindo. Gosto quando você me dá a mão e me conduz pra qualquer lugar, sinto que nada pode me atingir. Bizarro.

E agora estou aqui, deitado, na frente de um monitor, com um monte de letrinhas me encarando e mandando eu digitar um monte de coisa açucarada, mas não adianta. Qualquer coisa que eu escrever aqui não vai expressar como eu estou me sentindo.

Talvez tenha valido a pena viver tanto tempo como uma pedra-figurante-de-um-cenário-de-histórias-bonitas.
Mas agora é minha vez, dá licença,

Dormirei com aquele sorriso débil estampado no rosto. :)

Gente, isso não parece ter sido digitado por mim.
Estou com vergonha.
Hahaha!

27 de ago. de 2010

Lembranças matutinas

Eu estava na segunda série. Era quietinho, mas também não fazia nada na sala de aula. Perto de mim, a apenas algumas carteiras de distãncia, sentava a Elaine. Uma menina gordinha, com cabelos loiros compridos. Nervosa. O apelido dela era Mônica. E mais adiante, ainda perto de mim, sentava um menino com o mesmo nome que eu. Vinícius. Vinícius Brusandim, eu ainda lembro do nome e nem me importo de ele jogar o nome dele no google e cair aqui. Enfim...lembro de que os dois começaram a "namorar". Sabe namorinho besta de criança? Então, NÃO era desses. Até onde eu podia entender na época, eles já faziam sexo e tudo o mais. Lembro de ter me chocado grandemente no dia em que eu vi esta cena: Elainona, toda sentadona lá no auge de sua gordura, fazendo carinho na sua amiga xana, dizendo a seguinte frase (por deus, ainda me lembro exatamente dessa cena): Calma, filhinha...você já vai comer. E nisso olhou para o Vinícius Brusandim e riu. Ele riu de volta.

Outro episódio parecido foi me acontecer alguns anos mais tarde. Mais precisamente na quarta série, quando me mudei para uma escola particular - onde permaneci penosamente até a oitava série. Daí que corriam uns boatos que uma menina chamada Sarah, que estudava na mesma classe que eu e era toda para frentex, havia feito sexo oral num menino chamado Tomas (que não era da minha classe). Ambos tinham 10 anos.

...

Eu tinha catorze anos. Morava com a minha vó por problemas com os meus pais. Passávamos a tarde toda inventando o que fazer. Fazíamos pão, pescávamos, colhíamos amoras na floresta (é sério) e mais uma série de coisas.
Hoje em dia, com a vida "corrida" que tenho, quase não vou lá na casa dela. Fica muito longe.

Já faz quase um ano que não nos vemos.

Sinto falta daquele tempo.
Muita falta mesmo.

Estou sentimental hoje. Me deixa.

Idéia cretina

Estava pensando aqui, será que seria possível eliminar a gordura do abdomen utilizando uma seringa, improvisando tipo uma sonda? Queria tanto fazer. Certa vez assisti um documentário que falava sobre o cotidiano de algumas meninas internadas num centro de recuperação para pessoas com trasntornos alimentares. E pelo que me lembro, uma das garotas tinha uma sonda acoplada na barriga, que a alimentava, já que ela não conseguia comer, resultado de anos e anos de anorexia nervosa. E um dia ela teve a brilhante idéia de sugar a comida ao contrário. Tão mais fácil.

Paguei um pau.

22 de ago. de 2010

Nhoim

Quando alguém faz você sair de casa num domingo de sol forte, tomar banho, pegar metrô e tudo o mais e você aceita e vai feliz, pode apostar que existe algo por trás. Hoje foi um dia bom. Na verdade, um dia muito bom. Dormirei com um sorriso estampado na cara, como há muito tempo eu não fazia. Acordarei daqui a pouco e irei trabalhar feliz, Ouvindo músicas felizes e tendo algo legal para pensar. Não sabia que eu ainda era capaz disso. Achei que o coração estava empedrado. 

Anda falta muito para eu alcançar a vitalidade novamente. Mas algo começou a andar, e isso fez eu me lembrar que ainda sou humano e posso sentir alguma coisa.

Hoje definitivamente foi bom.

Podem julgar agora.
Riam de mim.

Hahahaha!


20 de ago. de 2010

Pena

Ontem estava conversando com uma amiga (Mariana N.) a respeito de como somos esquisitos. Ela anda rebolando de gorda (palavras dela), eu ando me balançando pros lados como uma criançã autista e sem baçançar os braços. 

Quando vamos à baladas, só dançamos sob o efeito de ácool. Danças estranhas.

Certo dia, eu estava feliz. Não aquela felicidade normal, que você apenas sorri. Sim, aquela felicidade louca, doentia e necessitada de loucurinhas. Resolvi que eu seria o rockstar aquela noite. Liguei o som em um volume bem alto para umas 23:00 da noite e me coloquei a fazer performances (tenho tudo gravado no meu celular).

Quando vejo aquilo, sinto pena.

Imagino essa imagem numa balada, cheia de gente descolada, bonita e hypada. 

E essa minha imagem lá no meio. Dançando sozinho.

Inspiro pena.

Prafraseando a Mari N.: "Nessas horas sinto vontade de me abraçar...inspiramos pena".

18 de ago. de 2010

Tudo o que veio (ou o nada que veio)


No frio tomo menos banhos, Ando demorando cerca de 20 minutos para me arrumar para o trabalho, Pastel tem sido a minha refeição todos os dias, Estou a ouvindo a música cheated hearts pela quarta vez seguida, e não pretendo parar, Comi um bolo de doce de leite e estou pensando seriamente em comer só frutas hoje, Estou seguindo a Geisy Arruda no twitter e não me envergonho disso, Ando dividido em duas coisas (mas eu não conto, porque seria muito chato), Passo 80% do meu tempo pensando em comida, onde comer, o que comer, quanto pagar para comer ou qualquer coisa relacionada á comer, Minha maior ambição de vida é trabalhar no ramo de alimentação, Tem 3 pessoas em volta de mim rindo muito, e eu não faço idéia do porque e nem me interesso em saber, Estou com vontade de fazer a coreografia de Cheated Hearts (eu sei fazer), mas estou no trabalho, Faz umas duas semanas que não penso no Cu - isso é bem legal, Quero uma mochila preta, um cigarro e um caderninho novo, peço muito?

16 de ago. de 2010

Mais do mesmo - como sempre

Minha semana não poderia ter começado melhor. Acordo no horário certinho (com muita relutância), não demoro muito para me arrumar, pois já estou devidamente vestido com calça jeans e camiseta, de modo que em menos de 20 minutos eu estou da cama pro ônibus. Ao chegar no metrô, logo senti uma vibe sinistra no ar. Daí por diante é uma sucessão de dores de cabeça e falta de espaço para pisar no chão do vagão. Resumindo: Cheguei uma hora atrasado no trabalho, sem nem ter acordado tarde. Fico pensando se eu tivesse acordado além da hora certa, provavelmente teria me atrasado duas horas. O que não seria legal.

E o frio parece que chegou para ficar essa semana, em São Paulo. O que seria muito interessante se eu tivesse blusas o suficiente para passar uma semana inteiro de inverno.

Ando sem assunto. É sempre mais do mesmo. E se eu disser tudo o que se passa pela minha cabeça nesse momento, um monte de gente vai me censurar e falar: mas, ai vinícius...não fique assim...a vida é boa e mimimi.

My ass.

12 de ago. de 2010

Ahh!




Ok, faz mais de uma hora que estou enrolando para começar a escrever esse post. Vamos lá, colocar todos os pingos nos "is".

Na verdade não vamos não.

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

Pronto. Ainda não passou.
Mas vamos fingir que passou.


Ai, sabe aquela coisa presa na garganta?
Aquele monte de mágoa reprimida, um monte de ódio escondido, rancor e mimimi?

Então.

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

Não sei.
Não sei de nada.
Minha cabeça está uma confusão horrível há meses, mas explodiu agora. Não sei colocar tudo no lugar de novo e ninguém pode me ajudar.

Me procurem daqui a uns dois meses se ainda se lembrarem que eu existo.
Se não se lembrarem, não tem problema também.

Boa vida, galere.

Don't look back

Estamos há quase um ano do dia fatídico que poderia ter sido muito bem evitado se eu escolhesse permanecer dentro daquele apartamento vendo peitos e rindo de meia dúzia de meninas loucas com uma garrafa de coca zero e dois chocolates. Mas não. Escolhi ir até aquele lugar, encontrar aquela pessoa, me iludir, me encher de esperanças de vida e depositar a minha vontade de viver ali. Claro que não valeu a pena e eu voltei com o rabo entre as patas. Fingindo que estava bem, escrevendo textos positivos, me comprando com tatuagens, dvd, comidas gostosas, conversas fiadas. Mas como eu iria saber não é mesmo?

As pessoas filhas da puta existem. E não são poucas. Por esse mesmo motivo resolvi me excluir do mundo. Escolhi viver no lado mais escuro, para não ser visto. Escolhi ficar sozinho.

Desde então, escolhi não me relacionar mais.

6 de ago. de 2010

Fatos curiosos da rotina atual

Não costumo mais viver em função dos sábados como antigamente. Acostumei a viver em função das noites (inclusive as de sábado). É a hora do dia que eu mais estou feliz.
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Ultimamente só tenho estado plenamente feliz quando estou sozinho. Não sei porque, mas ando adquirindo progressivamente um gosto obceno pela solidão.
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Ando comendo muito pão de forma.
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Esse fim de semana pretendo passar com o meu pai. Olha, se eu disser que estou superanimado para ir, estarei mentindo. Pois isso significa dois dias sem fumar e tentando parecer uma pessoa normal, o que está sendo dificílimo para mim atualmente.
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Ontem resolvi cabular a aula de ilustração para...ilustrar! E super rendeu (vide o meu outro blog eat it!). Ando tendo uns lapsos positivos de criatividade. Ontem decidi dar início a uma série de intervenções urbanas, ou seja lá como chamam isso. Vou pintar um personagem que eu criei numas caixas de papelão e espalhar pela cidade e sair tirando fotos delas. Espero que essa idéia saia da cabeça e tome forma.
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Estou com muito fome. Sabe aquela fome que dói tanto o estômago que dependendo do momento, se confunde com aquela dor de saciedade exagerada? Então. E digo mais, meu sonho de consumo nesse momento é comer um pão com maionese. Isso mesmo, um pão francês com umas colheradas de hellmans no meio. Tão simples...
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Estou com a música Hanging on the telephone do Blondie há 3 dias na cabeça. Ou mais. Desde que eu vi um telefone pendurado numa árvore. E agora pouco eu estava ouvindo essa música (pela milésima vez do dia) e atendi um cliente com sotaque alemão, olhos azuis, cabelos loiros e AI. Só essa palavra: AI. Aí ele olhou para mim e perguntou: Isso é Blondí (com acento no i mesmo). Eu disse: É.

Sobre a minha loucura temporária

Hoje saí mais cedo para almoçar. Passei no banco para ver se meu salário já tinha caído, para ver se eu poderia comer algo melhor do que uma coxinha e um suco de laranja, e claro, como até parece que ia dar certo a conta estava vazia. Ok, acendi um cigarro e resolvi dar uma volta para a hora passar mais rápido e eu poder voltar para o trabalho para pesquisar coisa inútil na internet o dia todo. Do nada um espírito de bobeira se apossou de mim e um branco geral me abateu. Comecei a andar, não reconhecendo lugares, sem saber o que eu estava fazendo, para onde ia, atravessando ruas desnecessárias para desatravessar novamente. Um verdadeiro inferno. Fazia tempo que isso não me acontecia.

4 de ago. de 2010

Fiz dó

A pior coisa que pode me ocorrer que seja pior do que sentir vergonha alheia de si mesmo é quando você faz dó para sim mesmo. Ontem um dia típico desses. Estava de bobeira, sem nada para fazer no trabalho e até que bem humorado. Pois então, decidi que seria muito divertido mentir para a minha amiga, dizendo que estava namorando com quem eu sempre quis e que já tinha até feito os diabos e tudo mais. Tudo isso no sábado. O pior de tudo é que ela acreditou, e eu entrando em extase, adorando tudo aquilo. Só que eu não contava com a segunda parte da história. Aquela hora que eu me sentiria muito mal, porque por mais que eu quisesse aquilo tudo que eu estava dizendo, eu sabia que nunca iria acontecer. E para piorar o rebosteio todo, ainda dou de cara com a pessoa mais tarde, fazendo com que eu gastasse 8 reais para ganhar um simples "oi". É muito para minha cabeça. Mentira tem perna curta, mesmo que seja de brincadeira.

A mentira: "Ai porque sábado eu fiz os diabos, fui parar até num apartamento e só fui embora no outro dia de tarde, me levou até o metrô, foi tão bonitinho".

A verdade: Passei o sábado a noite/madrugada dançando com a Joana numa praça da Ana Rosa, sob efeitos de açúcar.

Mais uma vez. Fiz dó.

3 de ago. de 2010

Canetas Permanentes

Acho que decidi o que quero fazer pro resto da minha vida. Sei que, geralmente, isso não é tão levado a sério quando a pessoa em questão tem apenas 21 anos e é o garoto mais inconstante da face da terra. Mas mesmo assim eu decidi, pelo menos por agora. Vou abrir um site na internet e vender peças feitas por mim. O divisor de águas dessa brincadeira foi uma simples caneta permanente que pega em tudo e não apaga por nada, ganhada de uma amiga, a Damaris. Tudo bem que rolou uma barganha para essa caneta estar em minhas posses, mas ainda assim são minhas, e mesmo se ela não me desse eu mesmo compraria uma para mim. Sim, eu fiquei completamente maravilhado com aquilo e me perguntei pelo menos umas oitenta e sete vezes porque diabos eu passei vinte e um anos sem ter uma dessas. Em menos de uma hora eu já tinha "artificado" meu celular (que é branquinho), meu isqueiro, a bolsa de couro da damaris (que ficou muito foda, e valeria uns 100 reais), um pedacinho de pedacinho de parede e o meu bilhete único, que também ficou legal. Ainda não contente, cheguei em casa e artifiquei uma caneca branca que eu tinha ganhado de presente da Joana. Que por falar nela me deu presente ontem também, um estojo muito foda com 48 crayons pastel oleosos importados do Japão. Obrigado gente. Quando eu tiver minha marca de coisas feitas por mim, citarei os seus respectivos nomes. Inclusive, Damaris propôs que eu fosse o seu prostituto da arte, vende arte em troca de materiais legais. Eu aceitei.
...
Cheguei em casa e mostrei meu celular pra minha mãe e logo perguntei, posso desenhar na geladeira? Não. Ok, eu risco minha caneca.


















Foto ruim, tirada do meu celular. Que eu só não tiro foto dele customizado porque estou usando a camera do próprio celular, então isso é fisicamente impossível.

30 de jul. de 2010

Estilhaços de vidro

Desde criança sempre senti que existia uma parede de vidro entre eu e o mundo. Por algumas vezes cheguei a pensar em quebrá-la. Algumas outras vezes até consegui, com algum esforço. Mas sempre doía. Certa vez, no ano passado, decidi que não mais existiria parede nenhuma entre eu e o exterior. Tamanha determinação fez com que eu fosse com muita sede ao pote. Dei um soco tão forte na parede de vidro, sem proteção alguma nas mãos, que me causaram algumas boas cicatrizes fundas nos braços. Depois disso desisti. Decidi construir novamente o muro de vidro. Desta vez ainda mais forte, blindado. Da próxima vez não irei tentar quebrar. É uma grande bobagem. É frio lá fora.

27 de jul. de 2010

Claudia, o que você vai cantar?

Abri aqui pra postar alguma coisa, mas eu não me lembro o que eu ia escrever.

Então depois eu me lembro.

...

Apesar de tudo estou num misto de felicidade contida e pequena com uma leve tristeza, diria que até gostosinha.

Quero fumar um cigarro. Ainda não fumei meu cigarro da manhã.

Cheated hearts could be beautiful

Me sinto enganado cada vez que penso nessas coisas aparentemente sem importância. Tudo parece tão mais fácil do que realmente é, mas quando caio na realidade vejo que não existe facilidade alguma. De repente me vejo na frente de uma televisão, me perguntando incessantemente se vou ter um final feliz como aqueles dos seriados japoneses que assisto. Uma resposta com uma voz já tão familiar me responde um simples: não. Olho para algum desconhecido qualquer e me imagino num castelo alto, bonito, com criados e com qualquer pessoa me dando atenção, um chá quente e fazendo carinho na minha cabeça, como se eu fosse um cachorro feio e abandonado que deu sorte encontrando um dono tranquilo. Me sinto envergonhado de pensar isso e no mesmo momento a voz só me diz: não seja ridículo e se coloque no seu lugar. Tento me aprumar e levanto a cabeça o máximo que posso, meio que tentando fingir uma arrogãncia que não faz parte de mim.

not fine

Ontem acordei no horário certinho, me olhei no espelho, não gostei do que vi e eu realmente não estava contente com nada e com um mau humor absurdo. Resolvi não vir trabalhar, me auto-justificando com uma dorzinhainhainha de cabeça que me assolava.

Passei o dia todo assistindo a um dorama chamado SMILE, gastei e 30 reais de besteira no mercado e fiquei sentindo pena de mim mesmo por tudo e por nada, o dia inteiro. 

Hoje cheguei com a maior cara lavada esperando alguém perguntar porque eu faltei ontem. Mas ninguém perguntou e eu estou aqui sem nada para fazer.

Ah, nem sei...

As vezes algumas coisas demoram a acontecer. Mas elas sempre acontecem. De repente você se enche de vida de novo e acha que aquilo não pertence mais à sua vida. Quando você menos espera, lá estão elas de novo para te infernizar. Nem quero falar muito sobre isso. Sei que não vai resolver nada e sei que só vai servir para as pessoas se afastarem mais ainda de mim.

Tchau, vou comprar pão de queijo.

UPDATE: Comprei croissant de frango.

23 de jul. de 2010

Nada

Hoje é sexta feira. Nada melhor do que uma sexta feira bonita e com céu azul. Sim, como você deve imaginar eu não estou normal. Estou feliz. Não FELIZ, mas feliz. Entende? Então, acordei todo me sentindo o tal, o verdadeiro bambambam. Mentira, nem acordei porra nenhuma. Mas fica muito mais engraçado dizer que sim. Então, deixa pra lá.

Resumindo tudo: Estou bem feliz e no meu horário de almoço senti uma coisa que poucas vezes senti na vida: UMA VONTADE DE SER FELIZ, DE VIVER INTENSAMENTE, SENTIR A AREIA DA PRAIA NOS MEUS PÉS, TOCAR COM A PONTO DOS DEDOS EM DENTES DE LEÃO SILVESTRES DO CAMPO.
...
Decidi não almoçar e tomar uma garrafa de heineken. Tá, feito isso descobri que meu intestino funciona muito melhor com cerveja correndo pelo corpo. Daí que agora estou todo me segurando aqui.
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Hoje deu uma peleja travada aqui no meu computador. Aliás, em todos da empresa. Daí que hoje de manhã, cheguei belo e folgado (me sentindo o bambambam) e abri os sites habituais que sempre abro assim que sento a minha bunda nessa cadeira, tais esses são: Facebook, Twitter, Hotmail, Gmail, Fotolog e Blog. Tá, fui abrindo, abrindo e abrindo e quando chegou no twitter e no facebook cadê? Apareceu uma mensagem bem grandona, vermelha dizendo que o acesso a esses sites estão terminantemente proibidos! Aí eu quase caí da cadeira e precisei de um copo de água com dois dedos de açúcar pra conseguir voltar ao normal. Chorei, me esperneei, me urinei inteiro, mas não adiantou nada.
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Consegui burlar o twitter pelo menos. A priscilla descolou um programinha que abre o dito cujo.
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Ainda faltam duas horas para eu sair desse lugar. Não sei se isso é bom ou se é ruim.

20 de jul. de 2010

De repente me bateu uma alegria maníaca, daquelas que vem sem motivo e duram mais ou menos uns trinta minutos ou o tempo de você ler alguma coisa desagradável na internet, e isso nem é difícil de acontecer já que me afeto com qualquer coisinha subjetiva. Coisa de quem é egocêntrico demais. E fato, eu sou egocêntrico demais sem ter um ego grande. Isso é possível? Não sei. Mas sou assim. Tenho o ego do tamanho de um grão de ervilha. Mentira, de uma uva vai...E ainda assim eu passo o dia inteiro pensando em mim. Hoje eu agradeci aos seres celestiais por me darem bastante trabalho, Pedi para judiarem de mim e de fato eles judiaram. E eu quis mais. Sabe, é tão chato você pensar em si mesmo o dia todo, e se julgar o dia todo e se criticar e se odiar e tudo de negativo. Cansa um pouco. Mas hoje eu tô bem legal. Tô no ponto pra poder passear bonitinho com alguém, conversar e até dar risada e contar piadas. É o jeito que eu mais me gosto. Olha, eu não sei o que eu estou falando. Mentira, sei exatamente o que estou falando, mas quando eu digo previamente que não sei do que estou falando, fica mais fácil pra justificar erros de ortografia e idéias tortas. Fica a dica. Mas hoje eu nem ligo. O blog é meu e eu escrevo do  jeito que eu quiser.
...
Uma coisa que eu daria um rim em troca? Um churrasco.
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Acabei de receber uma mensagem bonitinha de dia do amigo e eu não conto quem mandou.
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Feliz dia do amigo pra quem é meu amigo. Pra quem não é meu amigo, dou só um oi. Porque eu estou simpático hoje e o menino que trabalha do meu lado até perguntou, mais cedo, se eu tomei maracujina hoje. Eu respondi que não tem nada melhor do que uma noite de sexo selvagem (mentira, nem respondi isso, mas seria bem engraçado, e mais engraçado ainda se ele soubesse há quanto tempo eu nem sei o que é isso).

19 de jul. de 2010

11:16

Porque ainda são 11:16 da manhã e eu não vejo a hora de encerrar o horário de expediente logo. A hora mais esperada do dia, ao mesmo tempo a mais temida. O momento do dia que eu entro em contato comigo mesmo de uma forma muito mais direta, mal criada e até mesmo dolorosa. Isso na maioria das vezes. Não é uma regra geral. Tem dias que rola até um cumprimentinho básico, um oizinho, de repente até um abraço de mim comigo mesmo. Hoje será um desses dias, acredito. Nada de abraços, mas um oizinho eu acho que rola. Dia de andar na rua balançando os braços alegremente, ouvindo alguma coisa felizinha. Tudo "inho". Nada muito excessivo. Até que eu gosto assim.

16 de jul. de 2010

Frio, coração quente

Dia cinza, frio, cobertor de pelo xadrez, cama quentinha e fofa, televisão ligada nos desenhos matinais ou nos programinhas de receitas elaboradas demais pra qualquer mera dona de casa fazer, café com leite bem quente, pão torrado com manteiga derretida, mingau de aveia com canela por cima, carinho, pluma, fofo, rolando na cama sozinho, de preferência uma king size bed, se atirar na cama a distância, calça de moleton de 1997, blusão do mickey cheio de bolinhas, meias diferentes, touca, bolinhos de chuva, sopa de ervilhas, roupas escuras e sóbrias, sem banho, caneca de porcelana, fumaça do cigarro mais visível, cachecol de lã feito por mim mesmo (eu sabia tricotar), abraços apertados, sopa de macarrão, lã, suéter, pulovers, pipoca, filme besta que passa na globo, chuvinha fininha, o barulho da chuva batendo na janela, posição horizontal, silêncio.

Como ainda dizem que o frio é ruim?

15 de jul. de 2010

Perfume Francês

De manhã apareceu uma moça vendendo perfumes aqui no meu trabalho. O povo se juntou e ficaram experimentando os perfumes dela. Um pior do que o outro. Ninguém gostou de nada e a mulher saiu sem vender nada.

Isso fez eu me lembrar da época que eu era mais novo e fazia perfumes. Saía no quintal da minha vó e juntava a maior quantidade de flores, algumas cascas de frutas, pedaços de verduras e até alguns insetos mortos e misturava num litro de álcool e enfrascava em algum frasco de perfume vazio da minha tia e saía dizendo para quem quisesse ouvir que aquilo era perfume francês. Mas que eu mesmo tinha fabricado.

Ninguém nunca usou um perfume meu.

Nem eu mesmo.

Dia chuvoso

Ao entrar no vagão do metrô, notei um par de olhos me encarando. Olhei de volta e desviei o olhar rapidamente, odeio olhar diretamente no olho de estranhos. Nunca sei o grau de leitura de pensamentos deles, embora eu não estivesse pensando nada demais, sempre é bom proteger a minha cabeça. Não, não acredito na leitura de pensamento, não naquela que dizem que Deus faz, mas naquela historinha de que os olhos dizem muita coisa. E dizem mesmo. Então preferi guardar tudo pra mim e fiquei fitando a chuva grossa que caía lá fora. Intrigado que estava, olhei novamente para o par de olhos (com o rabo do olho) e percebi que ainda estava me encarando. Me senti invadido e, de certa forma, me embaracei inteirinho. Sempre fico assim quando me sinto observado por estranhos e sem saber suas intenções ao me olhar. Odeio olhares. Na hora eu não soube se deveria fazer alguma pose agradável, flertar por esporte ou se eu deveria continuar fingindo interesse pelas minhas unhas. Resolvi que continuar fingindo interesse pelas unhas seria melhor. Olhei para o lado de novo, meio fingindo que estava lendo uma notícia interessante na televisão do metrô e olhei diretamente nos seus olhos. Desviou. Covarde. Continuei na minha e peguei o celular do bolso, afim de mudar a música. O celular caiu no chão. Daí pra frente foi uma sucessão de pés, guarda-chuvas, bolsas, tudo molhado. Recuperado o celular, mudei para uma música feliz que nos conta como dezembro é um mês frio. Não me identifiquei graças às diferenças entre a linha do equador e não me senti triste com isso. Gosto de dezembro como ele é. Os olhos ainda estavam me encarando, sem expressão e eu só pude reparar na sua roupa. Uma roupa bonita. Um dia vestirei uma igualzinha. Um casaco bem estruturado. Me deu vontade de perguntar onde fora descolado, mas aí já seria demais e eu não sou tão cara de pau assim. Voltei a fingir interesse pelas minhas unhas e o maquinista (é maquinista?) anunciou a chegada da estação mais movimentada do metrô. Uma enxurrada de pessoas me colocou pra fora e quando entrei no vagão novamente, olhei em volta e não pude mais ver os olhos que me encaravam. Me senti aliviado. 

13 de jul. de 2010

Dancing in the Babylon

Tô numa vibe (agora, nesse momento...daqui há duas horas tudo pode mudar, ou menos) "the world is beautiful". Tudo isso graças a uma ÚNICA música de um cantor chamado Matt Costa (mete de costa, vai! Assim...ahhhh! Tá, parei), a música é fofíssima e se chama Sweet Thursday. Pra quem quiser e se interessar, vale a pena ir atrás. Inclusive, super recomendo as músicas desse rapaz em geral. Folk calminho, docinho, fofinho e tudo "inho". Neste exato momento, estou aqui balançando meus pés sob a mesa, e digitando essas palavras. Estou com vontade de viver. Isso é tão novo pra mim, tão complicado que eu não sei se eu gosto dessas sensação. Estou tão acostumado com o meu humor morno, que qualquer coisa extremamente gritante e quente e grandioso e laranja (associo sentimentos com cores) me dá um pouco de medo. Mentira, não é só um pouco de medo, eu fico completamente assustado. Quando você se ergue um pouquinho a queda é muito mais dolorosa, sempre penso nisso. Nem deveria, mas eu penso. Enfim...eu e a Joana decidimos traçar uns planos e tal, resolvemos nos permitir ser felizes. No meu caso é hora após hora (sou mais inconstante do que ela). Me permitirei ser feliz a cada hora do dia. Na verdade não é um lance de se permitir, é de se obrigar mesmo. SEREI FELIZ NA PRÓXIMA HORA. E na outra. E na outra. Até que um dia eu serei uma pessoa feliz de verdade.

Nossa, não estou conseguindo me conter. Odeio não poder conter as minhas emoções. É uma coisa tão excessiva, credo. Mas hoje tudo bem. Estou amando o mundo e qualquer coisa que colocarem na minha frente, eu direi que é bela.

Ontem alguém me ligou desesperadamente de um número desconhecido (atrapalhou o meu filme, de noite), Fiquei com preguiça de atender, era alguém de vocês? Imaginei que fosse a mariana, mas como eu não tinha certeza, não atendi porque corria o risco de ser meu pai (que também liga como desconhecido). Enfim, o cara do rock rocket está aqui agora. Acabo de dizer pra Priscilla no Gtalk, que o meu trabalho é um antro de celebs do rock independente nacional, Já perdi a conta de quantos "astros do rock" já vi aqui. É muito legal. Dia desses saí pra almoçar e dei de cara com o vocalista do Cachorro Grande, todo se sentindo estrelinha. Pfff. Eu gosto de Cachorro Grande, embora uma amiga minha diga que o vocalista tem voz de velha coroca.

Ai que vontade de sair pela rua dançando, tipo a Karen O no clipe de Zero.

8 de jul. de 2010

De um nada

Olha, faz muito tempo (faz?) que não faço meus posts sobre nada. Geralmente, faço eles para dar uma atualizada geral nos fatos semanais, quinzenais ou seja lá qual for a frequencia. Quero dizer-lhe que não me importo com você e faço isso para mim. Gosto de depois de um tempo saber como eu estava em determinado momento, tenho um pouco de fixação pelo passado e pelas formas que eu via o mundo e fora que escrever liberta. Mesmo que eu escreva somente sobre o caos do transporte público a que me submeto todos os dias, ainda assim, acredite: isso me liberta do ódio. Agora, nesse exato momento estou faminto, preste atenção, MUITO FAMINTO. Aí você vem com aquela pergunta: Ah! Mas porque você só pensa em comida?! Não é que eu só pense em comida, é que....Tá, você tem razão, eu só penso em comida. O tempo todo. Mentira, divido o espaço da minha mente com música também. Basicamente, penso em música e comida na parte do tempo que eu não estou pensando em mim mesmo (meu estômago roncou).

E nesse exato momento eu estou arrependido de ter aberto a caixa de nova postagem, porque eu já não estou mais com vontade de postar nada. Principalmente essas bobeiras, porém, essas linhas foram um tanto cuspidas e de certa forma eu gastei tempo com isso tudo, então acho muito desperdício de tempo simplesmente jogar isso fora e não postar nada. Por outro lado, um post vazio é um post vazio. Eu não trouxe nenhuma revelação bombástica (exceto a de que eu não me importo com você, mas eu também não sei até onde isso é novidade), não trouxe nenhuma benção divina ao universo e nem sou a diva do universo.

Só digo uma coisa: O dia está um saco, não tenho nada para fazer e ninguém para conversar. Talvez por isso eu esteja aqui, sentado na frente desse computador e me submetendo a esse papel idiota e escrevendo um monte de besteira. Não que eu rejeite isso, adoro uma besteira. Ainda mais quando ela se trata de divagações bestas e sem fundamento sobre o vazio. É, hoje estou bem vazio. Não tenho nada para pensar no momento e isso me irrita demais. Gostaria de algo mais profundo do que um prato de arrozfeijãobatatabifecebolasalada para pensar. Me dá um motivo pra pensar? Obrigado.

Olha, eu vou parar por aqui antes que eu comece a divagar sobre a cor da minha cueca e o tamanho do meu penis, o que seria bem desconfortável. E tem um senhor aqui no meu trabalho com um perfume de puta de esquina que está me deixando NAUSEADO e com vontade de fazer alguma loucura (QUALQUER LOUCURA). Arghh!

Sem mais.

Rota 66 - Santa Monica


A primeira vez que a vi, foi quando eu tinha 17 anos. Ainda estava morando com os meus pais em Detroit e tinha uma certa fixação por ela. Jeito meigo de ser, cabelos louros sempre presos para trás num coque e sua roupas em tons pastéis. Nunca troquei mais do que dez palavras com ela, mas eu sabia que ela sabia que eu a amava. Nos encontrávamos frequentemente na escola, dando encontrões meio propositais, meio sem querer. Eu fazia de tudo para chamar a sua atenção e ela sempre sorria. Apenas sorria. Passei a detestar aquele sorriso. Nunca tive coragem de me declarar à ela e com o tempo, a paixonite juvenil e platônica caiu na lembrança. Algo como uma estátua, que você sabe que está ali parada, mas que não pode fazer nada sobre,

O tempo passou e eu decidi de uma hora para outra, me mudar para Santa Monica. Havia recebido uma proposta de cantar em alguns bares da cidade. Junto a mim, levei apenas a minha velha guitarra azul turquesa e algumas peças de roupa. Não precisava mais do que isso. Peguei o velho mustang da família e me mandei, deixando aquele rastro de poeira pra trás. Não queria mais ficar em Detroit, as pessoas me enojavam e eu estava numa fase criticamente entediante. Estava afim de emoções novas. No velho rádio amadeirado do carro, tocava alguma melodia muito triste, o que me obrigou a acender um cigarro e cogitar parar em um bar perdido a esmo. Estava na famosa Rota 66. A tão temida rota 66. Logo de cara, dei uma olhada em volta. Tentei observar o interior do bar e, de certa forma, não me ofereceu nenhum perigo que me fizesse desistir de entrar. Um Ford vermelho antigo me chamou a atenção. Estava estacionado de uma forma muito torta, e o rastro no chão de terra seca que o seguia, podíamos deduzir o que havia sido uma bela estacionada. Ao me encontrar de frente com a porta de madeira e vidro do bar, pude ver um chiclete rosa colado em um dos vidros da frente.

Ao entrar, dei uma bela olhada em volta e não vi nada que me chamasse a atenção. Panquecas com mel e um copo de vodka. Na hora, simplesmente, não passou pela minha cabeça que não era uma mistura sensata. Mas eu estava pouco me fodendo para combinações certas e erradas. Daqui para frente tudo passou, ou muito lentamente ou muito rapidamente, ainda não posso afirmar com tanta certeza. Só sei que tudo pareceu parar de vez e eu tinha sido hipnotizado pela imagem esguia e de cabelos louros que se dirigia, decidida, ao balcão do bar. Neste momento fui interrompido pela chegada das minhas panquecas e minha vodka. Larguei de canto e não atenção a elas. Só conseguia me perguntar: Será? Será? será? Não podia ser. A fisionomia, o jeito, o andar eram idênticos, até mesmo os traços do rosto eram muito parecidos. Será?

Era loura, cabelos crespos e muito armados (o que lhe deixava com um ar muito selvagem), magra e com uma altura considerável, suas roupas coladas de couro preto, o cigarro que carregava pendurado nos lábios cuidadosamente pintados de roxo escuro, suas tatuagens de teia de aranha nos cotovelos e seu ar entediado. Tudo isso era o oposto do que ela fora, isso se considerarmos que seja ela. Fiquei parado alguns longos segundos, meio de boca aberta. Até que a figura misteriosa largou algum dinheiro no balcão. Foi até a mesa e apanhou o maço de cigarros que repousava sobre o tampo gelado e seguiu para fora do bar. Sem pensar, caminhei depressa até a porta, observando ela entrar com estilo no carro, retocar o batom e ligar o rádio do carro, meio fora de sintonia, meio alto e ligado em algum metal com letra satânica e se arrastar para longe dali, sob o sol forte que fazia e sob a nuvem de poeira que se levantou quando o carro de moveu. Eu ainda continuei parado e sem saber o que fora aquilo. O que aquilo significava? Em nenhum momento ela olhou para mim, pelo que eu observei.

E eu ainda continuava me perguntando: "Será?"

Low

Nada é tão certo e belo como parece ser. Sempre que levantamos aquele pano de seda, que cobre todos os seus tesouros, lá embaixo, no meio da prataria e objetos estranhos dourados, podemos ver alguns ossos secos, que se decopoem com o tempo que passa. É como se nada fosse real. E nada é, realmente, real. Por mais que você escute aquilo que tanto quer ouvir, você sabe lá no fundo que não é isso. Está errado. É como um ciclo. Você se sente bem, depois se sente mal por saber que aquilo não é real. E assim começa outra volta, que dará lugar a outra. E outra e isso jamais tem um fim. Podemos até mesmo nos distrair, enquanto assistimos esse filme ruim, podemos descobrir drogas novas que supram aqueles medos, fantasmas e dilemas. Tudo fica mais fácil assim, por mais que seja apenas uma máscara. Mas quem disse que máscaras não podem ser bonitas? O problema é que em determinado momento, ela simplesmente não serve mais, ou de repente ela cai no chão e quebra e se torna muito difícil manter aquela máscara intacta no rosto. Então, de qualquer forma, pensamos: Vale mesmo a pena mostrar aquilo que ninguém quer ver? Talvez sim, talvez não. E se não, palavras podem ser lançadas e com isso, trazendo mais alguns cortes e até mesmo umas cicatrizes profundas. Você vai olhar para o seu braço, olhando os poucos cortes que tem e vai pensar: Essa facada foi de fulano, essa navalhada fina e pequena foi de outro fulano. E assim será, até que um dia elas não signifiquem mais nada para você. O que pode demorar alguns dias, ou alguns anos, talvez nunca deixem de significar e elas sempre estarão lá para te lembrar o quão infeliz você foi/é. Você vai se cansar, talvez atravessar algumas noites acordado, sentado em algum canto da cidade, vislumbrando algumas luzer verdes e você vai se encher com isso, vai achar tudo muito bonito e ficará com cara de criança maravilhada, mas ao subir no metrô pela manhã, para se locomover até aquele lugar que você tanto tem medo, o vazio existencial voltará a te infernizar e, finalmente, ao abrir a porta de casa, você não encontrará ninguém. Ela estará completamente vazia e bagunçada. No fim, tudo se torna igual. Tudo sempre igual e repetitivo. Uma sucessão de fatos que ocorreram ontem, acontece hoje e com certeza amanhã ele retornará.

7 de jul. de 2010

Tell me about your ghost

Enquanto eu caminho, consigo exorcizar temporariamente alguns fantasmas. Mesmo que o efeito dure apenas uma noite, ainda assim é melhor do que viver o inferno que eu estava vivendo. Me desprendo de tudo e me solto da corda por alguns instantes. Consigo viver num mundo mais fácil, infinitamente mais simples. Ando com uma perna só, bato o pé no chão ao ritmo da música, cuspo água pra cima e por alguns instantes a rua vira minha. Não importa se alguém está olhando, não importa se estou sendo ridículo. Tudo se torna mais fácil, por alguns minutos até esqueço da vida e consigo dar uma risada de verdade, mesmo que sozinho. Consigo sentir qualquer coisa e tudo parece ter sentido. Consigo dormir com um sorriso no rosto, porque é um fato que os fantasmas desaparecem momentaneamente, até retornarem na manhã seguinte. E na outra. E na outra...

Black Balloon



I've stood in a thousand street scenes
Just around the corner from you
On the edge of a dream that you have
Has anybody ever told you it's not comin' true?

Farewell my black balloon

6 de jul. de 2010

Oi brasil

Hoje que eu acordei brilhante, belo e com todo mundo me adjimirando as pessoas inventaram de me irritar.

Bati tanta boca hoje.
Mas eu descobri que vicia.

QUERO MAIS!

5 de jul. de 2010

Um teto não familiar

Um teto não familiar. Olhando para um teto não familiar, eu apenas conseguia pensar no que eu tinha feito até agora. Porque era tão difícil se relacionar com as pessoas? Podia ouvir uma orquestra sinfônica formada por roncos de duas pessoas diferentes, bem ritmadas e um tanto irritantes. Porém estava até me divertindo com aquilo tudo, tirava um pouco o foco dos meus pensamentos. Não estava nenhum pouco triste, nem com raiva. Talvez o problema estivesse aí, eu ficaria muito feliz em ter algum sentimento naquele momento, Eu apenas fitava o teto, sem sentimentos. Mas com muitos pensamentos, como sempre. Minha cabeça não pára de trabalhar nunca, e mesmo nos momentos mais despretenciosos, sempre alguma coisa estará em foco dentro da massa cinzenta. Costumo dizer que um dia serei completamente abençoado pela minha cabeça, ou completamente fodido. Posso ser tanto um cara que criará alguma coisa muito essencial à humanidade (nem tão essencial assim, já teriam a inventado se ela tivesse essa importância toda) ou empurrarei algum carrinho de supermercado nas ruas da cidade, xingando inimigos invisíveis. Enfim, só o que eu queria era não pensar naquele momento. E é aí, na profundidade que eu atravesso a camada mais funda do meu incosciente, e todas as coisas vem à tona. Fazendo aquela bagunça enorme, que demora cerca de uns 7 a 10 dias para ser arrumada.