Bom dia. Faz um tempinho que não passo aqui. E não é por falta de acontecimentos, é por pura preguiça mesmo, confesso. São 12:02 ainda. De uma segunda-feira, e que se eu fosse um cara mais sortudo, não estaria aqui trabalhando. Fui lá fora fumar agorinha e me deprimi porque vi várias famílias passeando. E eu estou aqui, preso na frente de um computador sem ter nenhum tipo de visão externa. Eu adoraria ter um tipo de visão externa. As pessoas me divertem só pelo fato de elas existirem. Gosto de ver senhoras vestidas com túnicas floridas, de ver brigas de mulher e os loucos do centro. Ah, os loucos do centro. Me divirto com eles. Enfim. Eis que meu humor não está lá grandes coisas, justamente por eu estar aqui preso. E sem visão externa, acrescento. Tentei me distrair com um livro, tentei entrar em sites de tatuagem, tentei pedir a deus, tentei de um tudo para fazer com que o dia passasse rápido. Mas ainda são 12:08, o que me faz concluir que não funcionou.
(me viro para o menino que trabalha aqui do lado, e vejo que ele está procurando desmanches pela cidade, através do google street view, ignoro).
Bom, agora vamos aos acontecimentos recentes. A semana foi trash trash trash. Passei por todos os extremos que um ser humano pode passar, sentimentalmente falando. Cogitei o suicídio, acho que na quinta-feira, e no sábado eu estaria no meu quarto , arrumando o guarda-roupa e dançando valsa sozinho, feliz como um pinto no lixo. E é isso que você pode saber sobre os meus sentimentos, mais do que isso seria expor-me demais.
Um fato desagradável, porém não menos marcante, foi o fato do meu salário ter caído na quinta-feira (é, o dia do suicídio) e eu todo bonitão, fui até o banco a fim de tirar dinheiro para cometer algumas extravagâncias (afinal, eu iria me permitir, como sempre me permito erroneamente) e qual foi a minha surpresa ao olhar uns dígitos negativos. Ou seja, meu salário foi consumido TOTALMENTE pelo banco, deixando ainda alguns bons 3 dígitos pendentes. Fudeu - pensei comigo mesmo. Voltei ao trabalho, com o rabo entre as patas, coloquei a mão na testa e quis chorar. Quis chorar, quis a minha mãe, quis a sopa de ervilha da minha vó e eu quis MUITO uma barra de chocolate bem grande. É, açúcar é a minha droga. E para piorar o rebosteio todo, eu fui me lembrar que eu tenho a mensalidade do meu curso para pagar, o notebook para pagar e um celular para comprar. Porque não bastando tudo isso, eu ainda tive o meu celular roubado na semana passada. Com direito a arma encostada no peito e tudo. Enfim, no dia do suicídio eu combinei de encontrar a Fernanda, depois do trampo. Eu precisava falar, precisava chorar, precisava de uma companhia para me amparar. Uma pobre alma. Precisava de uma redençãozinha. Precisava de qualquer coisa. Peguei minhas coisinhas e segui até o trabalho dela - debaixo de garoa - e sem antes comprar uma barra de chocolate vagabundo, porque era o que o meu dinheiro podia comprar. Andei. Humilhado. Debaixo de garoa. Triste, triste. Com as meias molhadas. Chegando lá, atrasado porque me perdi por aí, imerso em minha tristeza e a minha surpresa foi: A fernanda já saiu. Porra, pensei.
Andei a esmo. Sem saber pra onde ir. Fui na FNAC ver livros, passar vontade das coisas, ouvir alguma música triste. Eu precisava de uma música triste. Achei um CD da Feist na prateleira e coloquei no player da loja e ouvi. Ouvi e para meu desapontamento, não me causou nada. Decidi voltar para casa. Ainda me sentindo humilhado.
No outro dia acordei bem. E permaneci bem até hoje.
Estou de mau-humor e sem nada no bolso. NADA. Nenhum mísero centavo. E com um celular do tamanho do meu isqueiro, que tem apenas 3 funções no menu. Game, Horário (sim, horário conta como uma "função") e alarme - que foi cedido caridosamente pela Paula. Obrigado, Paula.
Preciso comprar um novo.
Ah, e o resto eu não vou contar, porque é íntimo demais. Rá rá rá.
Curto muito uma auto-depreciação na internet. De verdade. MUAH!