19 de abr. de 2010

Deprimido, sem dinheiro, sem amor próprio e sem amor à vida

Saí para almoçar sem nenhum puto no bolso, crente que meu pagamento cairia até a hora do almoço. Claro, como até parece que ia dar certo, o dinheiro não caiu. Sem cigarros. Sem comida. Sem alegria. Assim começou uma belíssima segunda-feira ensolarada, porém não muito quente. Exatamente do jeito que eu gosto. Parecia um prêmio de consolação da vida, sobre a minha desgraça e total falta de alegria. Na minha mochila estava repousando tranquilamente, o cartão de alimentação da minha amiga que ficara comigo, até pensei em gastar alguns trocados e depois repor para ela. Mas eu não queria fazer isso, mamãe me ensinou a nunca pegar o que é dos outros sem estar autorizado - nem sempre eu sigo essa orientação. Enfim, decidi pedir cinco reais emprestado para o menino que trabalha comigo, assim poderia pelo menos comprar um maço de cigarro e calar a minha boca. Assim fiz, comprei um maço e me sobrou R$1,25. Com o restante comprei um salgado. Almocei um único salgado, humilhado e ouvindo João Brasil pelo player do celular. Fumei uns três cigarros e resolvi visitar a Paula no serviço dela, que é pertinho do meu. Chegando lá, fiquei conversando com ela e descolei algumas bolachinhas salgadas e suco de maracujá. Quase na hora de eu voltar para o trabalho, desço a escadaria do local e me deparo com um cara com uma câmera apontada pra minha direção e uma mulher dando entrevista. Ok, era só o que me faltava. Aparecer na televisão com essa cara de cu. Nem vi de que emissora era. E nem quero saber.

Saindo de lá, enconstei aqui na frente de onde trabalho, acendi um cigarro e fiquei vendo o movimento. Um bando de lésbicas passaram por mim e me mediram dos pés à cabeça. Não dei importância ao fato. Reparei que tinha um boliviano distribuindo panfletos de eu estúdio de tatuagem. Em cinco minutos tracei seu perfil de mulher ideal. As magrelas. Todas as mulheres magrelas que passavam por ele, entregava um papel, dava um sorriso e olhava para suas respectivas bundas. Nojento.

Só sei que o dia está tão desinteressante hoje que eu estou morrendo de preguiça até de respirar. Adoraria que a vida tivesse algum controle remoto onde eu poderia pausar ou avançar esse ponto. Avançaria uns dois anos. Não mais do que isso.

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