30 de dez. de 2009

Que venha 2010!!!


Por mais clichê que isso possa ser, eu ainda assim decidi fazer um balanço do ano. Todo ano é a mesma coisa. Acaba uma curva e começa outra, logo em seguida, para assim dar continuidade ao ciclo. Traçamos nossas metas, acreditamos cegamente nelas por um certo tempo e depois esquecemos, chegando ao fim do ano e olhando em volta, se perguntando onde estavam os resultados.

Não vou prometer nada em relação às minhas metas e não irei compartilhá-las com muita gente. Vou apenas fazer aquilo que eu acho que devo fazer, aquilo que irá me deixar bem e que contribuirá comigo, de alguma forma. Felizmente, não tenho pessoas à cortar da meu convivío social. Estou numa fase boa, em que todos os meus amigos me correspondem, de alguma maneira.

Minha vida sentimental esse ano foi completamente atormentada. Quando eu mesmo não a atormentava, faziam isso por mim. Tive decepções amorosas esse ano. A primeira fui eu quem cagou. A segunda cagaram por mim. Perdi muito tempo me recuperando de ambas. Mais um ano se passou e eu não encontrei ainda o amor da minha vida - se é que isso ainda existe. Encontrei três pessoas que eu acreditei serem. Um, mesmo que fosse, eu não queria que acreditar que realmente fosse. O outro eu ainda não sei se realmente era o amor da minha vida, não consegui decifrar. E o ultimo, definitivamente não era, na verdade não passa de um nojento que merece ficar no patamar mais baixo de romantismos. Não sei se quero ficar muito tempo sozinho. Acho que o meu ego diminuto não vai permitir, mas também não vou sair procurando e me oferecendo a ninguém. Não sou um pedaço de carne em exposição.

Crescimento profissional não foi a tag desse ano, com certeza. Pra esse ano que vai entrar eu quero algo a mais. Quero andar, nem que seja 5cm, pra frente de onde estou agora. Não quero me conformar com esse emprego chato. Quero algo a altura do meu talento e à altura do que eu preciso. Aqui já não está sendo mais suficiente para aquilo que eu anseio.

Apesar de tudo o que me aconteceu, esse ano foi o mais próspero que já tive. Não dependi do dinheiro de ninguém e consegui me manter, na medida do possível. Fiz dívidas altas, porém consegui pagar todas elas sem atrasos. Comprei bastante porcaria, gastei muito dinheiro em motel (com quem não valia a pena, óbvio, até parece que ia dar certo). Gastei muita grana com comida, consegui sustentar o meu vício por cigarro e em nenhuma vez fiquei sem cigarros por falta de dinheiro. O meu saldo no banco nunca durou por muito tempo, mas eu sempre consegui fazer tudo o que eu quis com a grana.

O meu eu mudou bastante nesse ano. Acho que amadureci mais um pouquinho. Fiquei mais amargo e descrente de seres humanos. Peguei nojo de algumas pessoas (nojo no sentido mais literal da palavra mesmo, alguém que faz sexo com cinco pessoas ao meu ver é nojento). Me tornei bem mais tolerante com a minha família. Fiquei mais agressivo contra mim mesmo, fui muito cruel com o meu corpo, mas ainda assim não cheguei ao extremo que eu já fui.

Comecei a frequentar a terapeuta. Ela me disse coisas sobre a minha vida que nem eu mesmo havia pensado. É doloroso ver que estranhos conseguem decifrar a sua vida toda em poucos meses. Não emagreci o quanto quis. Não cortei mais os meus braços, fumei mais, muito mais. Fiz uma tatuagem nova, um origami que simboliza a esperança. Dizem que se você fize mil tsurus o seu sonho é realizado. Passei um mês inteirinho ansioso por um show que não aconteceu. Enfim...2009 foi um ano bastante agitado, isso não significa que tenha sido um ano bom. Pensando bem, não foi um ano bom. Se eu resolvesse colocar as minhas atitudes numa balança e também os fatos desse ano, com certeza eu poderia tirar como base e julgar 2009 como um ano ruim. Poderia ser pior. E próximo pode ser melhor. Certas coisas não fogem das minhas mãos e cabe a mim decidir se será 2010 um ano tão ruim ou melhor do que foi 2009.

Desejo a todos um ótimo ano novo. Que todos possam fazer aquilo que tiverem vontade, que bebam o quanto aguentarem, esqueçam as mágoas passadas, perdoem algumas pessoas que merecem, vinguem-se dos filhos da puta, beijem bastante e tenham uma festa regada a sexo, álcool, cigarro e rock'n'roll.

Agradecimentos 2009 á:

Aline, sem ela as compulsões jamais seriam divertidas.
Mariana, por me provar que amizades ligeiramente adormecidas, podem sim voltar a ser o que era antes.
Priscilla, por sempre me fazer rir e compartilhar o gosto musical comigo.
Joana, por sempre estar por perto e por ser a única garota que eu me casaria/namoraria no mundo inteiro.
, por ser como uma segunda mãe para mim.
Paula, por ser a única a fazer dancinhas absurdas na balada comigo.
Marina, por me entender sempre e por ser minha namorada de mentirinha.
Babi, por vir me visitar no trabalho ocasionalmente e panguar comigo na paulista.
Gustavo Oficial, por ficar do meu lado e lutar por mim o tempo que foi necessário.
Fábio, por ser o melhor de todos em 2009 e por ter aguentado tanta cachorrada minha.
Everton, por ter carro.
Gustavo Não-Oficial, por fazer meu ego crescer e me ajudar, mesmo sem saber que está me ajudando.
Marcos Japa, por fazer eu me sentir como um garoto de programa todas as vezes que nos vimos.
Danilo, por fazer eu ver que não posso confiar em qualquer um.
Leandro, por estar do meu lado quando eu apanhei bêbado.
Denis Cristhian, por ser meu mais novo amiguinho.
Minha mãe, por ainda conseguir manter o pouquinho de sanidade que eu tenho.
Minha irmã Fernanda, por ser minha grande amiga.
Meu pai, por...sei lá.

Espero não ter esquecido de ninguém marcante e espero estarmos todos juntos novamente em 2010 (exceto algumas poucas pessoas que eu não faço a mínima questão).

Feliz 2010!!!

29 de dez. de 2009

Praguelist

Fuxicando na internet, eu encontrei esse questionário-playlist. Roubei mesmo e senti vontade de responder. Então lá vai:

Uma música que...

Me faz feliz: Merry Happy (Kate Nash)










Me faz lembrar de um amigo(a): Miles Away (Yeah Yeah Yeahs)













Me entristece: Doll Parts (Hole)













Me alegra: All I want is you (Barry Louis Polisar)













Me faz querer fazer amor: Ring of fire (Johnny Cash)













Diz muito sobre mim: Blackbird (The Beatles)










Me faz lembrar alguém significante: Fluorescent Adolescent (Arctic Monkeys)











Escreveria: 22 (Lily Allen)









Não gostaria de ouvir de novo: Light My Fire (bah!)













Tocaria no meu casamento: Dearest (Buddy Holly)










Tocaria no meu funeral: Breathe Me (Sia)












Faz meus amigos lembrarem de mim: Qualquer coisa do Yeah Yeah Yeahs ou Arctic Monkeys











Gostava, mas agora nem tanto: Sheena is a punk rocker (Ramones)


Não admito que eu gosto: Love is a Battlefield (Pat Benatar)













Faria tudo para ouvi-la num show: Qualquer coisa que a Karen O. gritar













Me faz lembrar minha infância: Cowboy Fora da Lei (Raul Seixas)


Parece com a minha adolescência: Louie (Ida Maria)


Muitas pessoas gostam, mas eu não: Metallica










Gosto da letra: One Beat (Sleater Kinney)










É melhor quando tocada no carro: Are you gonna be my girl? (Jet)


Gostaria de acordar com: Mushaboom (Feist)













Gosto, e meus pais também: The Boy With the Thorn in His Side (Smiths)










É melhor ouvida quando está acompanhado: Satisfaction (Rolling Stones)













Foi tema de um dos meus filmes favoritos: Anyone else but you (Juno)













Me faz pensar no sol: Malibu (Hole)










Me faz pensar na noite: Date with the Night (YYY's)













Me faz pensar em sexo: Some velvet Morning (Primal Scream feat. Kate Moss)












Me faz querer estar sozinho: I'm an alcoholic (Dent May and His magnificent Hukulele)



















Me faz sorrir: Apple for Evan (Arrah and The Ferns)









Gosto de ouvir em bares: Qualquer coisa do Primal Scream ou Jet



















Posso cantar bem: Nada


23 de dez. de 2009

Errante

As vezes me condeno por ser tão bom garoto. Penso que seria muito mais interessante se eu fosse um garoto inconsequente e impulsivo (ainda mais do que eu sou). Poderia pegar a minha mochila, colocar algumas mudas de roupas, juntar qualquer cinquenta reais e sair por aí. Pegar o primeiro ônibus na rodoviária para qualquer lugar e fugir. Fuga. Uma fuga daquilo que eu tanto odeio. Responsabilidades. Eu não teria que prestar contas do que faria ou deixaria de fazer. Teria como companhia, unicamente a minha solidão. Iria comer em qualquer boteco e apenas se eu tivesse dinheiro. Talvez eu viveria mais feliz longe de tudo o que me rodeia nesse instante. As vezes chego, até mesmo, a pensar que seria muito mais fácil se eu juntasse as minhas coisas e fosse morar em outro estado com o meu pai. Começar tudo novamente, como se fosse a primeira vez. Esquecer todas as pessoas que já passaram pela minha vida, esquecer da minha família e de todos os meus medos. Mas a vida real não é assim tão simples. Eu definitivamente abomino esse estilo de vida comum. Não quero um emprego comum, não quero ser comum e não quero rotina. Rejeito isso.

22 de dez. de 2009

Fancy

As vezes me pego fantasiando. Fantasiando coisas que eu sei que não irão acontecer. A carência sempre me pega ao final do dia e eu não sei como evitar. Me pego com o olhar perdido, olhanado para o nada ou encarando, mas sem enxergar, qualquer coisa ou pessoa no metrô lotado, em horário de pico. Olho para a chuva que cai forte lá fora e finjo - e acredito, por alguns instantes - que existe alguém lá na estação me esperando, para me levar de carro para casa, me secar, me dar uma sopa quente e ouvir sobre o meu dia. Eu dou risada quando me lembro que nada disso existe. Eu, como todos os dias, caminharei sozinho até o ônibus lotado da estação e me apertarei ao meio de várias pessoas ansiosas para chegarem em casa e ao chegar não serei recebido alegremente por ninguém e provavelmente comerei algum resto de almoço de dois dias anteriores.

Lost in Viaduto do Chá

Quando eu caminho, lembranças me perseguem. Não existe nada que me faça pensar mais do que a locomoção em si. Me perco em pensamentos e em coisas que eu mal me lembrava que existia. Hoje eu estava andando no centro e me lembrei do que eu era. Do que eu deixei para trás. Tantas coisas, tantas pessoas, tantos objetos e tantos sonhos. Me perdi e quando eu percebi, estava parado no meio do Viaduto do Chá imaginando o que teria sido de mim se eu tivesse escolhido o outro caminho. Aquele que não é esse que escolhi. Aquele em que eu estaria firme e de pé agora. Ou não.

Virado no cão

Daí que hoje eu estou virado no cão. Eu mataria alguém com a mesma facilidade com que eu escrevo meu próprio nome. Adoraria ver alguém desagradável ou arrumar alguma confusão. Não vejo a hora de sair para almoçar, e a mocinha do restaurante, por engano, me entregar o suco errado e eu poder acabar com a raça dela. Estou no PERIGO! Estou com uma dor de cabeça do cão (bebi saquê ontem), estou com fome, estou me sentindo peitudo-demais-para-um-garoto e estou trabalhando por TRÊS!!! Sim, sem exagero. Recebo e-mails, faço impressões, desenvolvo artes e ainda atendo clientes.

21 de dez. de 2009

Uma menina vestida de princesa e meia dúzia de coxinhas com copos e copos de vinho

Fim de semana em família sempre é uma surpresa. Aniversário infantil com tema das Princesas Disney. E eu lá sentado, olhando as crianças dançarem e se requebrarem até o chão ao som de pagodão. Minha vó estava praguejando de um lado e reclamando do sabor da coxinha.
Eu presenciei a fatídica cena do gordinho no canto, comendo uma coxinha inteira com um só bocado - não, o gordinho não era eu. Mas eu também não fiquei imune a olhares maldosos e o namorado da minha tia me chamou de gordo. Eu até sei o porquê, só porque eu estava me sentindo magro - comprei uma calça 40 que está uns três dedos mais larga do que o meu corpo. Mas tudo bem, hoje eu farei uma desintoxicação que se consiste em tomar somente suco o dia todo. De quebra ainda consigo perder um quilo nessa brincadeira.

Experimentei uma sensação muito gostosa, que eu adoraria poder usufrui-la mais vezes. Estar invisível. As pessoas passavam por mim e simplesmente não reconheciam. Tinha muitas pessoas que eu não via há mais de cinco anos. E eu mudei demais nessa época. Fiquei mais magro, tatuado e furado. E acho que a minha fisionomia mudou também. Ouvi várias exclamações do tipo: Nossa, eu vi você nascer!!! ou - Nossa!!! Você está ótimo, quase não reconheço!!! - Eu guardava um sorrisinho maroto por dentro, quando ouvia essas exclamações maravilhosas.

Fugi três vezes para fumar. Minha tia mora em uma casa em frente à um praça. Aproveitei enquanto estavam todos assistindo a um vídeo de retrospectiva que passaram em um telão (ai gente...) e subi rapidinho no quarto e peguei um cigarro na mochila e corri pra praça. Juro que foi o cigarro mais gostoso da minha vida.

Em certo momento inventaram de abrir um galão de vinho (daqueles de cinco litros) doce e barato. Recebi o apoio de um velho (que enchia o meu copo rapidinho e eu o virava de uma vez, com um gole só, virado para a pia). Isso quando eu não ficava caçando latinha com resto de cerveja (ai gente...chega fez dó). Mas foi legal. Sempre fico com a impressão de encontrar um pedacinho meu que ficou perdido no tempo. Eles me fazem eu lembrar de tudo o que eu quis assassinar por muito tempo da minha vida. Eu.

O domingo foi cheio de excessos novamente. Comi meia panela (daquelas grandes de pressão) de charutinhos de repolho - os quais eu ajudei a fazer. E depois deitei no sofá e fiquei assistindo Eliana. Me lembro de ter acordado depois e estar sentado em um ônibus com o meu celular tocando - era a marina me chamando para cumprir uma missão. Eu estava cheio de muambas até o pescoço - quando vou para a casa da minha vó, ela sempre me enche de tuppawares com coisas gostosas.

Cheguei na rua da minha casa e me deparei com umas mulheres que eu detesto. Tudo fofoqueira. Falei pra minha irmã: Meu, olha o nariz daquela mulher! Parece um bruxa! - Mas a minha intenção era que a mulher não escutasse. Mas como até parece que ia dar certo, ela escutou e disse: Tô ouvindo viu???
Rimos.

Entrei em casa, tomei banho, comi resto de churrasco (tinha na geladeira) e dormi.
Tudo muito estranho. Muito.
Eu esqueci o que era estar em família. Juro.
E no natal tem mais.

18 de dez. de 2009

Inferno de fim de ano (todo ano é a mesma coisa)

Visualizei o inferno hoje no almoço. Como? Experimente entrar em uma loja de roupas nessa época de fim de ano. Entrei na loja e já veio um atendente, de alargador, baixinho e careca, tentando me empurrar regatas. Eu disse aquela frase clássica: - Não precisa não, estou apenas dando uma olhadinha. E ele constrangido parava de falar, mas ficava do meu lado. Eu estava me incomodando e a vontade que eu tive foi de mandar ele tomar no cu. Mas como sou um bom garoto e mamãe me deu educação, simplesmente continuei olhando as araras com a minha característica cara amarada. Nao gostei de nada ali. Juro que não é discursinho típico de quem não tem um real no bolso para comprar nenhum botton na loja. Só tinha coisa feia. E o que era bonito era absurdamente caro. É...aí a história muda um pouco. Mas a minha revolta maior é o espaço da loja em si. Muito pequena para muitos vendedores. Não existe necessidade daquilo, gente! Juro, tinha uns vinte vendedores, todos estereotipados e mecânicos. Pareciam robôs. E para piorar, ainda tinha umas cinquenta pessoas amontoadas ali naquele pequeno espaço.
Não consegui permanecer mais do que dez minutos ali. Eu desmaiaria se continuasse de pé ali. Falei tchau um beijo pro vendedor (mentira, eu disse só tchau! obrigado!) e saí sem nem olhar para trás.
Na saída tinha mais uns dez vendedores em fila, te olhando...te julgando.

16 de dez. de 2009

Desligamento

Cheguei no trabalho e fitei a cadeira vazia por alguns instantes. Logo me veio aquele pensamento na cabeça, ela está atrasada. Mas me lembrei que ela não estava, de fato, atrasada. Ela simplesmente não ocuparia mais aquela cadeira. Eu teria de me acostumar com aquela cadeira vazia, ou talvez imaginar que ela será ocupada por outra pessoa, que não ela. As risadas de cliente não fazem mais sentido e nenhuma piada interna sobre qualquer coisa besta também já não fará mais tanto sentido. Foi embora. Foi convidada a se retirar desta empresa, desligada para sempre.

10 de dez. de 2009

Amores Suburbanos II

Dois dias depois eu decidi dar início à minha busca. Sabia por onde começar e eu tinha algumas poucas pistas. Sabia que trabalhava em uma grande loja de óculos e mais ou menos em que região. Achei que seria mais fácil, mas me lembrei que essa loja tem uma filial em cada grande shopping. E naquela região existem muitos shoppings.

Saí com uma amiga e procuramos.
Claro que não encontramos.

A busca ainda não acabou.

Por outro lado, sei que se eu finalmente encontrar o lugar, ficarei com cara de idiota e não falarei nada.

Mas é como uma história que ouvi uma vez. A história de dois pombos.
Um deles voou tão longe e a outra nem reparou nele. Mas tudo bem, mesmo sem ser visto ele poderia continuar o dia todo ali admirando em silêncio.

Isso está ficando doentio.
Será que tem a ver com amores de verão?

Amores Suburbanos

Entrei no vagão e a primeira coisa que reparei é que ele estava lá. Sentado e com cara de sono. Suponho que estava acordado há no máximo duas horas. Eu permaneci de pé na porta. O vagão estava relativamente vazio, embora não houvesse sequer um banco livre. Eu vestia verde. Ele vestia azul. Eu já tinha me esquecido do poder que ele exercia sobre mim. Em outros tempos, eu como um adolescente idiota, passava na frente da loja que ele trabalhava só para poder vê-lo. Mesmo que de longe e mesmo sabendo que ele desconhecia completamente a minha existência. Eu continuei ali de pé, inexpressivo. Percebi que ele me olhou e ficou reparando nas minhas tatuagens. Fiquei nervoso. Alguns minutos se passou e o rapaz que estava sentado no banco da frente dele - exatamente na frente - se levantou, e eu mais do que depressa me sentei ali - o que me obrigava a ficar exatamente de frente pra ele e consequentemente, poder olhá-lo melhor. Eu estava nervoso, como sempre fico quando estou perto de alguém interessante. Ele continuou me olhando, disfarçadamente. E eu olhei para ele também, completamente sem graça. Quando chegou na Sé, ele levantou e eu tive intenções de segui-lo. Vi que ele seguiu para o sentido Jabaquara. Eu infelizmente me lembrei que eu ia para o sentido Tucuruvi. Perdi uma chance.

Quando estava dentro do vagão, percebi que eu tinha ido para o sentido Tucuruvi, e não era ali que eu deveria estar. Na verdade era para eu ter seguido sentido Jabaquara e não Tucuruvi como, inicialmente, eu havia pensado.

Não me perdoei por isso e eu poderia ter seguido-o. Droga!

9 de dez. de 2009

Minhas férias

Bom dia, meus amiguinhos.
Voltei das deliciosas férias e já estou completamente exausto.

Cansa ficar de pé em metrô, atendendo clientes chatos e aguentando sandices alheias.
Como foram as minhas férias? Ah sim, foram proveitosas. Não tanto quanto eu planejei, claro. Nada é como planejo. Mas digo que dormi bastante, descansei horrores e eu já estava ficando cansado de viver descansado. Tem horas que o que você mais quer é ficar deitado na sua cama, curtindo um bom folk relaxante e comendo amoras silvestres. Mas tem horas que isso cansa e você sente que precisa de ocupações rápidas, muitas delas, muito rapidamente. E aí você se pega pintando caixas de madeira, trançando um cordão de cortina, fazendo tatuagens provisórias de caneta bic e inventando pratos ultra-elaborados.

Aconteceram tantas coisas nessas férias que eu tenho até preguiça de contar-lhes. Mas vamos lá:

- Dormi mais de doze horas todos os dias;
- Li três livros (Los Angeles, Melancia, Um Best Seller para chamar de meu);
- Me inscrevi em um curso de ilustração editorial e como até parece que ia dar certo, as aulas já estavam na metade;
- Fui na Starbucks mais de 50 vezes;
- Virei algumas noites na rua (na rua mesmo);
- Comi mais do que eu aguentei, todos os dias;
- Não saí o tanto que eu queria;
- Não gastei meu dinheiro de forma sábia;
- Terminei um relacionamento;
- Fiquei BEM mal;
- Me senti machucado, humilhado, desprezado, rejeitado e incrivelmente gordo;
- Comprei o DVD do yeah yeah yeahs importado que eu tanto queria e fiquei feliz de novo;
- Fiz uma tatuagem nova;
- Apertei os laços de amizade com uma amiga que estava distante;
- Fiz uma nova amiga;
- Fiz a Babi;
- Dancei na funk na frente de um bar;
- Gastei muito mais do que 300 reais só com comida;
- Tive uma recaída forte por uma pessoa do passado e tive que me controlar para não pegar o telefone e jurar amor eterno, tudo isso por causa de uma maldita foto que foi tirada há quase exatamente um ano;
- Fumei mais de 50 maços de cigarro nas férias (eu guardei as caixinhas para poder contar, e isso é fora as que eu joguei no lixo);
- Não engordei (ufa);
- Vi meu pai duas vezes (isso é muito);
- Comprei duas camisetas de presente pra minha irmã;
- Prometi que ia tirar carta de motorista e - claro - que não fiz;
- Prometi pintar o meu quarto - e claro, que não fiz;
- Escrevi uma auto-biográfia, a qual foi descoberta pela minha mãe - que ficou escandalizada com o que leu;
- Comecei a frequentar psicólogo (de novo);
- Fui informado de que tenho depressão e encaminhado a um psiquiatra;
- Estou quase começando a gostar de uma garota (isso é bem estranho);
- Chorei pela primeira vez desde março;
- Não queria ter voltado a trabalhar. Nunca mais.

7 de nov. de 2009

Nojento mas é legal

Quando vou em banheiros públicos e encontro resquícios de cocô alheio no vaso sanitário, miro meu pau em cima e mijo até tirar todo o resíduo.

É...acho que eu sou estranho demais.

Vacation

Gente, estou de férias.
já posso me vizuaizar de bermuda florida, óculos escuros e um drinque (de cor azul) na mão esquerda e um livro (o ensaio sobre a cegueira) na outra mão. Visualizo o horizente litoral, garotas loiras e com peitos enormes dançando em volta e um cacho de uvas em um prato, bem no cantinho.

Ahhh o verão.

Auto-compaixão

Hoje me ocorreu uma coisa que, talvez, nunca tivesse me ocorrido. Eu gosto de sofrer. Afirmo isso com todas e tenho até uma teoria para isso. Todos sabem que tenho um ego minúsculo. Desde pequeno sempre tive a tendência e necessitar da aprovação alheia, para tudo. Logo, isso faz todo o sentido. Pessoas tristes são paparicadas, geralmente, e sempre encontram consolo (ui) em outras pessoas. Quando eu estou triste, sempre tenho pelo menos (tá...nem sempre) uma alma viva para ficar próximo de mim. Quando eu estou feliz, ninguém fica do meu lado. mimimi.

Pronto! Quando alguém perguntar quantas síndromes eu tenho, já posso responder que tenho QUATRO!

Auto-destruição, auto-distorção de si mesmo, comer compulsivamente com ou sem compensação depois e agora AUTO-COMPAIXÃO!

êêêê!

Nome bonito...auto-compaixão!

29 de out. de 2009

Hahahaha!

Adoro quando a vida dá voltas. Ontem como faltei no trabalho (já disse isso antes né?) resolvi que queria comer pastel na feira. E assim o fiz. Enquanto estava em meio as barracas de flores, quando vejo um rosto conhecido. Era a Miriam. A primeira garota por quem me apaixonei na vida. Ela ficou super feliz em me ver e disse que eu estou diferente (posso estar sendo pretencioso, mas juro que senti cobiça em seus olhos). Disse para marcarmos alguma coisa e pediu o número do meu celular. Passei e eis que meia noite me chega uma mensagem dela (Deixo na curiosidade o conteúdo da mesma...hahahaha!).

Repito: Adoro quando a vida dá voltas!

CAOS

Faltar no trabalho pode parecer a coisa mais legal do mundo, quando se está nele. Mas não é uma coisa, que digamos ser, compensadora. Gente, é a coisa mais chata do mundo. Passei o dia todo deitado no meu quarto olhando para o teto e lendo um livro besta (que tem me divertido muito e feito eu acordar mais tarde todos os dias, porque sempre acabo lendo-o até de madrugada). Meu quarto está um completo caos. Se eu fosse uma pessoa de fora, eu descreveria meu quarto assim:

"Assim que adentrei o ambiente senti uma sensação de náusea forte. O cômodo de mais ou menos, sete metros quadrados (:) me sufocava. Muita informção perdida em muito pouco espaço. Ao entrar me deparei com fios de eletricidade (video game, uma TV em cima de uma cadeira de sala de jantar, um notebook ultrapassado e um carregador de celular), uma caixa de granola em cima de uma cômoda (ao perguntar ao proprietário do quarto, ele simplesmente deu de ombros e respondeu: "se não minha mãe acaba devorando minha granola"), uns cinco pares de tenis (todos encardidos) amontoados no chão, algumas meias e uma cueca cinza jaziam no chão de imitação de madeira. Algumas roupas espalhavam-se, uma por cima da outra, sobre um móvel com gavetas. Reparei que no canto esquerdo tinha uma panela (com restos de miojo) e um cinzeiro com umas vinte pontas de cigarro velho (sempre esqueço de jogar fora). Mais adiante havia um armário (de guardar bagunça) todo rabiscado com um spray de tinta branca e dois posteres de uma banda chamada yeah yeah yeahs, exatamente iguais um ao outro (um deles tinha uma ponta descolando) e uma porta estava visivelmente solta por uma das extremidades. Na cama descansava um lençol verde claro (para combinar com as paredes) e um edredom azul roial (de muito mal gosto). Isso sem falar no cheiro de cigarro e de poeira (muita poeira). Estou abalado até o presente momento."


Condições sub-humanas.

devaneios de uma tarde ociosa

Estou há um bom tempinho sem postar nada aqui. Não gosto de deixar esse blog parado por muito tempo, mas não tem acontecido muitas coisas para serem escritas aqui. Na verdade, isso não significa que as coisas estão na mesma. Tenho entrado em parafuso quase diariamente. Aquela sensação de vazio está voltando a dar as caras na minha, até então, sossegada vida. A cada dia que passa, me dou conta da pessoa amarga que me tornei. Não que isso seja alguma novidade para mim, mas está se tornando insuportável viver dessa forma. Porra! As coisas estão na minha cara e eu ainda insisto em não dar crédito a nada. Eu não sou isso que eu acredito ser e eu sei que tenho a capacidade de me entregar a alguém. Não posso ser tão imbecil a ponto de deixar as coisas sumirem da minha frente. Os diálogos têm se tornado mais hostis, as ligações cada vez mais carregadas de tensão, e as discussões frequentes (uma por semana, em média) têm me deixado com medo. O pior de tudo isso é saber que a culpa é toda minha. Eu já vi esse filme antes e as vezes tenho medo de prosseguir para saber o desfecho. Pura covardia, eu sei. Mas ao mesmo tempo me lembro de como as coisas eram antes, e me lembro de como eu fiquei bem com tudo isso (quando tudo começou eu estava numa situação semelhante a essa que estou, mas eu acho que estava um pouco mais grave...mas enfim...), e com isso eu me encho de esperança para que tudo volte a ser como era antes. É difícil quando você se conhece e sabe que não costuma dar o braço a torcer. A defensiva sempre veio em primeiro lugar. Desprezar antes mesmo de ser desprezado, quando se gosta. Eu sei que isso é esquisito, mas eu estou disposto mais uma vez a tentar lutar contra mim mesmo. Isso é um saco, mas eu gosto da pessoa de verdade, caralho! Não posso largar tudo assim. Na verdade nem sei se eu conseguiria largar assim, sem nem tentar de novo. Não quero deixá-lo ir embora...e as vezes tenho medo de ser tarde demais e quando eu me der conta eu estarei sozinho novamente e longe da pessoa que eu gosto. Tudo começou muito intenso e rápido, ao mesmo tempo que foi lento e no nosso ritmo. Queria ser a melhor pessoa do mundo para você. De verdade. Não pensem que eu estou sendo melodramático ou nada do tipo, é que realmente a questão afetiva na minha vida sempre foi uma área completamente defeituosa. Não quero ser fraco como das outras vezes, em que deixei escapar tudo de minhas mãos.

cansei de escrever essa porra.

19 de out. de 2009

Mais açúcar

Gosto quando você me dá a mão e me conduz pela avenida mais bonita da cidade. Eu fico observando as luzes dos edifícios, os carros passando, e por fim, olho para o lado e vejo você sorrindo para mim e desfilando como se quisesse me mostrar para o mundo todo e dizer: Este é meu namorado, olhem! As vezes você faz eu me sentir como se eu fosse uma pessoa verdadeiramente especial. E eu me surpreendo quando me pego acreditando que isso é uma verdade. Ainda bem que você não me enxerga como eu me enxergo. hehehe!

16 de out. de 2009

Sim, eu sei que vou pro inferno

Tem uma senhora aqui no centro que todo dia está sentada no mesmo ponto de ônibus, vendendo as mesmas balas. Ela fica sempre sentada na mesma posição, abraçando o pote de doces. Hoje eu fantasiei uma cena muito esdrúxula e que valeria, com certeza, um convite VIP e diretíssimo para o inferno.

Me imaginei nessa situação:
A mulher está sentada. Eu passo na frente, olho pra ela, cismo e falo tranquilamente: - Me dá essas porras dessas balas aqui na minha mão agora, sua vagabunda.
Ela me olha com medo. Eu grunho e dou lhe uma bonita esbofeteada no rosto. Ela chora e enfraquece as mãos, derrubando assim todas as balas. Eu aproveito e pego-as do chão. Junto tudo de volta no pote e puxo uma, abro o pacotinho e chupo-a. Ela continua sentada no ponto olhando eu sair com suas balinhas. O povo me critica, me julga. Mas o que posso fazer?

15 de out. de 2009

Já aviso que não tem coisa com coisa escrita aqui

Nada melhor do que uma manhã chuvosa. Sim, eu estou sendo irônico. As pessoas se multiplicam quando o céu está derramando sua aguaceira. O metrô fica muito mais cheio, tudo fica nojento, as pessoas ficam com cabelos molhados e encostam no seu rosto quando você está num metrô LOTADO e meu pé está doendo agora porque tive que encaixar os meus dois pés tamanho 40/41 em um espaço de no máximo 20cm². Difícil né?

O bom disso tudo é que quando está chovendo quase não vem cliente aqui. Quem em sã conciência sai de seu lar e vai andar no centro de São Paulo em dia de chuva pra imprimir meia dúzia de besteira? Eu não conheço. Mentira, pior que conheço sim. Aqui tem vários assim (poderia até citar nomes, mas não sou tão anti-ético assim). Hoje eu só queria ficar aqui quietinho no meu canto, lendo os meus e-books e ninguém me cobrando nada. Mas tudo bem. Está tudo sob controle, apesar da minha amiguinha aqui ter faltado. Aposto que ela ficou até altas horas da manhã farreando e não conseguiu chegar no horário.

Saí da estação LOUCO pra fumar um cigarro. Estava com as mãos ocupadas. Um mochila presa no ombro (só em um ombro), um guarda chuva em outra mão, o maço de cigarros na outra, o isqueiro, o cigarro pendurado na boca e eu nem preciso dizer que tudo foi pro chão né? Numa poça d'água pra piorar a situação. Mas tudo bem. Pelo menos consegui fumar meu cigarro e o melhor de tudo é que nem me atrasei.

Ontem foi um dia bacana gente, preciso contar. Coisa simples mas que fizeram a diferença. Primeiro: Eu vi o meu amorzinho e o sorriso mais lindo desse universo todo e segundo que eu fiquei o dia todo pensando na comida da minha mãe. Em especial, arroz-feijão-carne moída refogada. Cheguei em casa tinha arroz-feijão-carne moída refogada e de quebra ainda tinha uma porção de mandioca frita. Quase levantei mais cedo para comer um prato de comida antes de sair pra trabalhar. Eu preciso parar com esse hábito feio de comer comida logo cedo.

13 de out. de 2009

Promoção Playmobil

Sábado eu fui na Pixel Show (naquela parte gratuita que estava aberta ao público). Chegando lá me deparei com uma promoção da revista Offline www.offline.com.br/blog/ em que você preenchia uma fichinha, a qual poderia ser sorteada e ganhar um boneco playmobil de gesso, branquinho e pronto para ser customizado e virar um toy art. Pois bem, preenchi a ficha e fiz o requisito. Recebi o e-mail deles e estava dizendo que era pra ser retirado (o playmobil) durante a semana entre os horários 8:00~18:00 (bem a hora em que eu estou aqui) e é lá na Vila Olímpia.

Droga!
Nunca ganho nada e quando ganho não faço o requisito.

Começo

Um quarto completamente escuro. Ainda estavam deitados, trajavam apenas as suas roupas de baixo. A madrugada estava animada lá fora, mas ali dentro eles tinham o seu próprio mundo e nada no exterior havia relevância alguma. Se sentia completo por estar ali com a pessoa querida - pensou um deles - podia sentir a respiração quente em seu pescoço. Analisou a situação por longos segundos e finalmente conseguiu fazer aquela pergunta que tanto habitava em sua mente nos últimos tempos. Quer ser só meu a partir de agora? - Perguntou um deles, tentando não deixar sua voz transparecer a insegurança que sentia ao fazer a pergunta. Sabia que era correspondido, acreditava verdadeiramente nisso, mas algo o fazia se sentir inseguro a toa. Sim, quero - respondeu a outra pessoa, com um lindo sorriso no rosto que sempre conseguia deixar o outro com um calor estranho no peito. Deram um longo beijo e tudo pareceu mais colorido a partir daquele instante. A madrugada continuava animada lá fora, o quarto permanecia escuro e silencioso mas alguma coisa ali dentro havia mudado.

6 de out. de 2009

Nota Mental

Nota Mental: Segredo.

Post inútil, aleatório e gigantesco

Senti vontade de fazer um post com assuntos completamente aleatórios e diversificados. Ficarei o máximo de tempo possível escrevendo, portanto preparem-se para um post longo. Nada do que eu escrever nas próximas linhas abaixo, irão necessariamente acrescentar alguma coisa à alguém. Depois não digam que eu não avisei. Estou aqui no trabalho e não tenho absolutamente nada para fazer. Na verdade eu até tenho uns e-books para ler, mas eu estou completamente preguiçoso hoje. E não estou para nada intelectual. Não que esses livros sejam intelectuais, mas ler é intelectual por si só. Hahaha! Ok, vou contar sobre os livros que tenho aqui. Prometam não rir da minha cara, mas eu acho que minha vida está de patas pro ar e eu já nem me conheço mais. Baixei TODOS os livros da Marian Keyes, ela é uma ex-alcóolatra, inglesa (ou escocesa, não sei...qualquer coisa joga lá no google) que escreve romances ácidos para mulherzinhas, acho que o estilo dela foge daquela coisa clichê. Enfim, as personagens dela sempre são anti-heroínas, que bebem e fumam (TODAS), geralmente elas têm problemas com o peso e essas coisinhas atípicas de mocinhas de livros. É bem legal, super recomendo. Mudando de assunto rapidamente, estou MORRENDO de vontade de tomar suco de beterraba com laranja e cenoura. Queria comprar um, mas estou numa situação em que não tenho a mínima coragem de pagar QUATRO REAIS em um copo de suco. Aqui no centro de São Paulo é tudo muito caro. Dia desses paguei DOIS REAIS em uma garrafa de água quente. Uma bosta.
Ontem eu tive uma compulsão nervosa, mas foi tão divertida que eu nem fiquei com culpa depois. A compulsão se consistiu em (tenho até vergonha de falar): Um salgado de queijo - estava MUITO ruim, então não matou a minha gana por comer alguma coisa gostosa. Foi aí que eu parti pra uma busca por comidas gostosas no centro de São Paulo. Eu e a Bob. Passamos por várias docerias. Na primeira delas eu comprei um fofura de cheddar (eu nem conhecia isso, mas muito bom!) e dois alfajores com doce de leite. Ao chegar no próximo estabelecimento, guardei o fofura pela metade (pára não pensarem que eu roubei de lá) e comprei um salgadinho de soja com saber de calabresa apimentada (MUITO BOM! E o melhor de tudo: SÓ UM REAL!), peguei e comi. Depois de comer o salgadinho de soja voltei pro fofura. Ao que passamos em frente a um Rei do Mate, eu quis por que quis entrar. Entrei e pedi uma esfiha de calabresa com catupiry (a massa estava dura) e uma coxinha (o frango estava azedo), comi tudo e seguimos viagem. Como ainda precisávamos carregar o bilhete único, fomos até o metrô são bento...(e eu praguejando incessantemente por que eu queria comer um lanche natural decente) ao que eu vi um quiosquinho dentro do metrô que vendia uns salgados com aparência apetitosa. Fui lá e comprei um de queijo com presunto. Comi e continuamos nossa jornada, e eu passei a reclamar porque queria comer um chocolate. Mas fiquei quieto. No caminho me lembrei que existia um carro que vendia bolos confeitados, procurei mas o homem já não estava mais lá. Fiquei com uma raiva. Praguejei bastante e fomos parar em um supermercado que vende cargas roubadas. Comprei uma lata de cerveja long neck e três sopas pra fazer o light amanhã (no caso, hoje). Bebi a cerveja e o meu Game Over foi dentro do banheiro do carrefour vomitando. Estava tão mal que minha pressão até caiu. Nunca mais brinco disso (aham cláudia). Cheguei em casa esgotado (hahaha) e suado. Igual um porco, peguei e fui tomar banho gelado. Olhei pro fogão e vi uma panela (eu não estava com fome) e vi que tinha um macarrão com uma aparência ótima. Aposto que foi minha mãe quem fez, achei um milagre isso. Como eu sei que foi ela? Fácil! Minha mãe coloca creme leite no macarrão SEMPRE. Toda vida foi assim.

(Nesse meio tempo fiz 262 impressões coloridas, vai encadernar depois. E atendi um cliente chato e afobado)

Ai gente...aqui no trabalho tá uma peleja travada em relação a horários (VONTADE DE COMER TEMAKI), quem chegar mais do que cinco minutos atrasado é obrigado a não bater o cartão e voltar para casa, assumindo assim a falta do dia. Acho super errado isso. O metrô é uma bosta e eu sempre me atraso por isso (mentira). Faz dois dias que eu sou outra pessoa e nem chego atrasado. Ontem eu cheguei 20 minutos mais cedo, mas para não dar o braço a torcer eu fiquei enrolando lá fora na rua. E apareci na hora certa. Se não fica feio, dá a impressão de que eu tô com medinho e cheguei cedo só pra fazer bonitinho.

Acabei de ganhar (não contei quantos) cigarros da Bob em troca de deixar ela usar os créditos do meu celular. Hahaha! Tudo bem, meus cigarros estavam acabando mesmo e agora a pouco me veio um mané pedir um. Dei né...fazer o que?! Sou trouxa e não sei falar "não".

Hoje eu estou me sentindo feio. Sei lá, me sinto meio inferior. Mas isso não está necessariamente me deixando pra baixo hoje. Achei estranho... Como se eu não fosse eu. E vice e versa.

Daqui a pouquinho eu vou sair daqui pra almoçar, e como não tenho dinheiro para comer (TEMAAAAAKI!!! QUERO TEMAKI!) eu vou caçar o que fazer durante uma hora. Me humilhar e pedir dinheiro emprestado?! Não, obrigado. Depois me cobram em dobro. O que eu ia escrever agora?! Esqueci. Tem um retardado aqui imitando pássaro. Ele tá usando uma manga comprida avulsa (só a manga) que imita um braço todo tatuado. Acho feio. (TEMAKI!!!! SOU O MONSTRO DO TEMAKI). Vou começar a me acostumar com a fome. Quero virar anoréxico e ser magro. BEM magro. Quero secar até os ossos e machucar as pessoas à minha volta com as pontas dos meus ossos. Quero sentir dor quando alguém ENCONSTAR em mim. E quero ter a minha cauda. Uma vez li um livro de uma mulher que ficou tão magra, mas tão magra que a bunda dela começou a entrar pra dentro e o ossinho do fim da coluna ficou aparência de uma caudinha nascendo. Sempre achei bonitinho isso. Quero ter.

Cansei de escrever isso daqui. Perdeu a graça. Não, não perdeu porque nunca teve. Eu não sou engraçado. Não quero ser engraçado e eu quero ficar todo fechadinho no meu quarto.

5 de out. de 2009

Uma manhã de domingo [Adeus Sofia]

Mais uma vez tive pensamentos destrutivos. Daqueles que chegam sem serem percebidos e fazem o maior estrago, a ponto de ter que parar, respirar, se recompor e tentar, enfim, seguir novamente o fluxo. Estava caminhando, decidi que caminhar faria bem para o meu físico, e coloquei os meus fones de ouvido. Ouvindo uma música qualquer, me lembrei daquela época. Aquela época em que estar ali interagindo era simplesmente a melhor coisa que me existia. Não se escutava respirações, tampouco vozes, mas ainda assim eu estava próximo. Meu joelho latejava de dor e eu já não me concentrava mais na minha correria desenfreada para ter um corpo bonito. Só conseguia pensar naquele tempo e naquela sombra. Tudo pareceu escurecer e sumir de foco. Sentar, rápido eu precisava sentar. Minha pressão pareceu ter caído e eu só pensava em sentar em qualquer banco que aparecesse na minha frente. Por um milagre divino eu estava perto de uma praça. Praça bonita e com árvores, alguns pedestres caminhavam no local, lançando-me olhares de curiosidade. Queria que você tivesse acompanhado o meu crescimento, era só o que a minha mente dizia. Quando me dei conta, lágrimas escorriam pelo meu rosto quente e suado. Me lembrei daquela música, intensa para mim até hoje. Tentei em vão me recompor e juntar todos os pedaços de lembrança que ainda existiam num saco preto, para enfim, serem jogados fora. Mas não consegui, só consegui ficar ali parado olhando para o nada, inexpressivo com o rosto molhado. Um sentimento de consciência me dominou, finalmente, e eu peguei o maço de cigarros que se escondia no meu bolso. Acendi um cigarro, dando tragadas imensas e soltando a fumaça em seguida, como se a fumaça fosse o meu sentimento indo embora pelo ar. Calmo, tudo mais calmo.

2 de out. de 2009

Aleatório

Tudo está tão lindo e brilhante hoje. Sinto que acordei com uma aura diferente. Um brilho estranho. Estou falante e me sinto tão bem. Acho que é o sol. O sol as vezes tem o poder de me animar.

Estou prestes a fazer uma coisa que irá mudar completamente os meus dias e vai me fazer bem.
Talvez amanhã...ainda não sei. Depende do grau alcóolico e do nível de pudor. Mentira. Essas coisas se fazem são.

Hoje eu sabia que o dia seria diferente. Não é todo os dias que se acorda com uma vontade louca de comer comida as 7:00 horas da manhã e monta um prato de macarrão, milho e frango e come de pé na cozinha, gelado mesmo.

30 de set. de 2009

D.

Ontem voltei pra casa conversando com uma amiga. Falávamos em como seria bom viajar a essa altura do ano. Me lembrei de você e em como seria bom viajar só com você. Assim como uma viagem que fiz às Serras Gaúchas com a minha mãe quando eu tinha 17 anos. A melhor viagem da minha vida, eu diria. Voltei cinco quilos mais gordo e foi aí que eu decidi ficar magro pra valer. Mas voltando ao foco, seria tão bom viajar só com você e dormir sete dias do seu lado em camas gigantescas de hotéis caros. Ficar abraçado em você no banco do ônibus que percorre a cidade, só sentindo o seu perfume e não prestando atenção em nada do que a guia turística explica.

É..seria bem legal.

24 de set. de 2009

E fica a pergunta no ar: Onde?

Ontem fui informado educadamente pela minha mãe que eu tenho 30 dias para arrumar onde morar porque ninguém naquela casa aguenta mais a minha bagunça, e ela disse que dessa vez é para valer. Ok, isso soa como um desafio e em último caso eu vou morar em qualquer pensão FROM HELL do centro, enquanto não encontro nada melhor.

Depois se eu virar bandido eu terei uma jusitificativa.
Tô brincando.

Mas o lance dos 30 dias é sério.

ps: Pra onde eu vou meu deus????

23 de set. de 2009

30 ou 50?!

Eu como mal. Não me lembro quando foi a última vez que comi arroz-feijão-e-alguma coisa. Só como Trash Food. Bebo bastate refrigerante. Não pratico nenhum tipo de exercício (nem sexo). Mal levanto minha bunda da cadeira do PC e sempre que posso evito. Não estou em forma e não me exponho muito ao sol. Fumo bastante e bebo nos fins de semana.

Ainda estou decidindo se quero viver até os 30 ou aos 50 anos. Caso seja a segunda opção terei que reverter tudo isso. Droga! É difícil ser saudável, gente. Tem que pensar bem antes de decidir.

21 de set. de 2009

Esclarecimentos sobre o post passado

E então que todos os meus medos passaram e eu percebi a tempestade em copo d'água que eu fiz no post retrasado. Fiquei com o ego feridinho, confesso. Mas ninguém teve culpa de nada. Eu que me senti no direito de ficar com raivinha. Mas agora está tudo bem. Na verdade melhor do que antes, me fez gostar ainda mais da pessoa em questão. É isso.

Emotional side WIN!

18 de set. de 2009

Notas mentais

- Comer menos besteiras, pois estou notando que minha barriga fica enorme quando visto roupas claras e minhas banhas balançam quando ando.

- Me dedicar ao meu trabalho e aos meus projetinhos pra ver se diminui um pouco esse ódio no coração e vira uma grana a mais.

- Andar sempre com desodorante porque eu estou com a impressão de que ele está quase para vencer no meu corpo. Droga!

- Me lembrar de perguntar pra minha vó se ela ainda tem aquele tanquinho parado na casa dela.

- Terminar ainda hoje a ilustração da atriz-de-filme-pornô-japonesa-obesa.

- Comprar alguma coisa para jantar.

Tenho certeza de que em menos de meia hora eu já terei esquecido de metade disso, exceto o último item porque eu sou gordo.

Carta do meu lado racional direcionada pro meu lado emocional. Não sei quem ganha.

Seu idiota. Você é um idiota. Você se permite gostar e sempre termina com essa cara de cu. Mas ao mesmo tempo você sabia que isso ia acontecer. Isso sempre acontece com você. Lembra todas aquelas pessoas que você já gostou antes? Então, pois é. Mas é engraçado você estar desse lado agora. Você que esteve tão acostumado a viver o outro lado.
Mereceu, seu idiota. Mas só digo uma coisa: Nem se abale. Você é mais do que isso e você sabe disso. Pronto. Agora está um pouco mais livre. Você pagou parte de sua dívida. Claro que isso foi só uma prestação, já que deve demais no mercado. Eu avisei que você não deveria ter se permitido gostar. Gostar é para os fracos. E você não quer ser fraco, quer? Que bom. Vejo que você não está triste. Pelo contrário, você está até mais feliz. Foque nas suas metas, seu gordo imbecil. Aproveite esse momento, não vejo você assim desde a época do seu TCC de design. Aproveita. Eu não te amo ainda, mas sei que quando eu começar a sentir alguma coisa especial por você, juntos iremos longe. Mais longe do que você imagina. Quero me aproximar mais de você.
Eu não faço idéia do que você vai fazer agora, mas eu te avisei para não depositar suas esperanças em uma pessoa. Muito me admira que você tenha feito isso, você nunca foi assim. Seu retardado, levanta esse traseiro gordo dessa porra de cadeira e vai correr atrás do que você quer, das suas metas e faça o que você achar que deve fazer e vê se não se ilude com mais ninguém, por mais bonitinho que possa ser.

Não queria ter soado tão cruel, não foi a minha intenção já você está fazendo tudo tão bonitinho pela primeira vez em anos. Até gostaria de te recompensar, mas não gosto tanto assim de você. Então foda-se. Mas você está uma gracinha hoje. Admito.

E o dia está lindo. Viva-o.

Com carinho, seu lado racional.

16 de set. de 2009

O sol tímido pela manhã

Estava andando pela passarela que o leva até o metrô, pensando em como a vida estava linda e em como tudo estava ficando onde deveria estar há tempos. Não conseguiu conter um sorriso e pôde perceber que o sol deu as caras, bem lá escondidinho, tímido.

Rapidamente os raios se dissiparam entre as nuvens.

Mas continuou feliz.

15 de set. de 2009

Everything with you



Clipe bonitinho de uma banda bonitinha. Vale a pena ver.

14 de set. de 2009

Querer é poder



As vezes percebemos o quão infantis e parados na vida somos. Esse fim de semana percebi isso de uma forma bem tranquila. Resolvi que irei mudar e traçar metas na minha vida. Não irei me acomodar na minha tristeza mais, apesar de ela ser mais fácil do que a felicidade. Vou começar a estudar livros de arte por conta própria e me lançar pro mundo. Foi como uma epifania, o mundo está aqui pra nós. E ele é o nosso limite, imagina, um MUNDO TODO pra gente e caralho! Nós podemos fazer qualquer coisa que quisermos*.

Tive uma das noites mais legais dos últimos tempos. É tão bom saber que podemos contar com alguém. :)

E eu estou tão, tão, tão TÃO feliz com tudo o que está acontecendo que eu adoraria congelar esse sentimento pra sempre.

ps: Talvez tenhamos sidos os pioneiros em "pique nique" as 4:00 na paulista.

ps2: *quem quer corre atrás.

Sem mais.

11 de set. de 2009

Xuuu...?!




ps: Porque quando posto do trabalho minhas fotos saem sempre azuis?

Depois me perguntam porque eu não gosto de metrô

De pé, segurando o teto para me equilibrar. Pensando em várias coisas ao mesmo tempo.
Na minha frente uma mulher baixinha, aparentemente nos seus 20 e muitos anos. Atrás de mim, de costas - bunda com bunda - havia um homem, negro e com cabelos cheios de gel. Essa posição estava me incomodando. Tudo estava me incomodando, até o cheiro daquelas pessoas. Atrás de mim, vindo do homem negro, eu sentia bolhas de ar quente saídas diretamente do buraco anal do infeliz. Você já teve essa sensação? Não acho elegante peidar em vagões lotados. Minha bochecha sendo prensada por um ombro alheio pelo lado esquerdo, meu fone direito querendo cair da orelha, meus dois pés ocupando um espaço de 20cm³ e meu braço direito latejando de dor, por ficar o trajeto todo segurando o teto. E e os gases do rapaz negro me irritando profundamente. O que fazer agora? Se eu desviar pro lado a mulher vai pensar que eu estou me esfregando nela, já que se eu fugisse pela esquerda minhas partes íntimas ficariam exatamente na linha anal da fulana. E ela, provavelmente ficaria muito irritada, a julgar pela aparência de crente. Mas aqueles gases estavam sendo insuportáveis. E agora?! Decidi me desviar pro lado e encoxar a mulher. Ela nem olha pra trás. Ufa. SÉ! Anuncia a voz grave do maquinista. Aquela massa de gente me empurra pra fora. Minha mochila fica lá no chão. Eu corro para pegar a mochila, e a porta quase fecha nas minhas costas. Uma senhora gorda ri e pergunta se eu estou bem. Não, não estou bem, você não está vendo?! - penso eu. Mas respondo um simples "sim". Ela sorri em reposta. Não devolvo o sorriso.

10 de set. de 2009

A criança e o pseudo make KISS



O que você vê de absurdo nessa imagem?
Pois é, repare nos olhos dessa criança e verá que existe um make mal feito de kiss.

Até aí tudo bem, se não fosse o contexto dessa imagem.

Resumindo: Me mandaram fazer um folder de uma creche aqui no trabalho. E o cliente me passou algumas fotos e uns textos para montar a arte do folder em questão (uma das imagens é essa). E eu estava tão atarefado e irritado nesse dia, que resolvi que seria muito engraçado colocar uma pseudo-maquiagem de KISS nesse guri. E assim o fiz. Porém, acabei esquecendo da minha "obra" e salvei o arquivo desse jeito. Hoje o cliente veio ver a prova do folder, eu rapidamente localizei o arquivo na minha pasta e imprimi uma prova pra ele conferir melhor. Feito isso, entreguei a folha nas mãos dele e deixei que ele verificasse tudo. Por deus, eu olhei pro papel e consegui ver os borrões pretos nos olhos da criança. FUDEU! (Nessa hora eu estava suando de nervoso). Me desesperei e tirei o papel da mão dele. Ele me olhou sem entender e eu expliquei que havia impresso o arquivo errado e que eu logo iria refazer a impressão. Ele insistiu e disse que era aquilo mesmo e não havia nada de diferente. A primeira coisa que pensei na hora foi: A QUALIDADE! A qualidade da foto está ruim...eu tenho uma versão com a qualidade melhor - Disse eu rapidamente. Ele concordou. Ufa.

Acho que eu deveria parar de brincar no trabalho. Hoje meu horóscopo do metrô dizia que eu teria complicações no trabalho. E nesta noite sonhei que eu tinha perdido o emprego (Tudo bem que no sonho eu fiquei hiper feliz de ficar em casa e ganhar três meses de seguro desemprego).

8 de set. de 2009

Despedida

Ficou ali parado, em meio àquela bagunça toda, certamente se perguntando por onde deveria começar a mexer. No canto, apoiado ao batente da porta da pequena sala acarpetada havia um segundo homem assistindo a tudo aquilo, perplexo e com um ar tenso pairando sobre a sua cabeça.
O primeiro estava à beira de lágrimas e fazia gestos desesperados enquanto tentava inutilmente desdobrar as orelhas de uma carta que estava em cima do móvel cor marfim, comprado em uma loja popular e barata. A janela estava aberta e exibia um lindo dia ensolarado. O segundo homem a observava com o olhar perdido, provavelmente pensando que um dia ensolarado como aquele não condizia com a situação em que estava tentando lidar. O primeiro homem juntou algumas mudas de roupa dentro de uma mala, jogando-as agressivamente em seu interior. O segundo homem fitou o seu rosto e disse por fim, depois de tanto silêncio:
- Você realmente deseja ir embora daqui? perguntou baixinho, como se o tímpano do segundo homem fosse estourar ao ser penetrado por um som com o tom levemente elevado.
- Sim! Decidi e você não vai mudar a minha idéia...a frase foi abafada pela metade, interrompida por um choro demente.
- Levante essa porra de cabeça! olhe pra mim! Como você pode me deixar depois de todo esse tempo?! - perguntou um deles, revoltado diante da atitude do outro.
- Eu nunca gostei de você de verdade, e eu realmente preciso ir embora. É uma perda de tempo ficar aqui.
- Você me considera uma perda de tempo? Sempre foi assim?
- Sim.

Virou as costas, carregando uma mala e deixando uma bagunça infernal na sala. O outro apenas continuou olhando pela janela, ao mesmo tempo em que acendia um cigarro com certo tremor nas mãos. Os cachorros latiam lá fora. E ele agradeceu aos deuses por isso, aquele silêncio matador era terrível. Ouviu-se um bater de porta e o barulho de passos se afastando. O joelho cedeu e ele caiu ao chão aos prantos. A cachorrada ainda latia lá fora, mais forte do que antes.


Feriado bem produtivo, artisticamente falando. Comecei a correr atrás das minhas metas.

Estou com uns projetos na cabeça...uma fase muito eu.

hahahahaha

Look at me, mom!



Ah...como eu amo minha doce mãe!
Eis que chego em casa no domingo de tardezinha, depois de uma noite ótima e em companhia melhor ainda e me deparo com este bilhete escrito com letras garrafais na mesinha de centro da sala. E a casa completamente vazia.

"LIMPE A PORRA DO TANQUE HOJE! E NÃO SUJE MAIS LOUÇA!"

Nem me atrevi a fazer o contrário.

Ontem fui informado de que tenho exatamente um mês para resolver o meu problema de bagunça/sujeira. Caso contrário eu já devo ir procurando um lugar para morar.

3 de set. de 2009

Quando os gatos saem, os ratos fazem a festa

Minha gerente sai pra ir no cartório e eu mais que depressa fecho tudo que é programa gráfico do meu pc e entro no twitter. Ahh que deleite. Amo twitter. Mas, ironicamente, sempre esqueço que tenho ele.

31 de ago. de 2009

Blog's Day

Só pra constar: Hoje é o Blog's Day.

Eu nem sabia que isso existia.
Mas mesmo assim parabéns a todos que têm um blog e divertem as tardes ociosas de milhares de pessoas.

:]

:)

Hoje o dia está lindo. Isso é um fato. E mais lindo ainda porque eu me permiti ficar feliz hoje.

Levantei, vesti minha roupa preferida e segui para um dia de trabalho. Hoje, especialmente hoje, visto como uma fonte de dinheiro e algo para me distrair, não como uma cruz. Coloquei meus fones de ouvido, dentro do metrô, ouvindo Tiny Masters Of Today e pensando que esse momento poderia durar para sempre. Eu, sozinho e a minha felicidade. E eu não pude deixar de pensar em coisas bonitinhas e de fazer cara de bobo e de pensar naquela pessoa e de finalmente, não conseguir conter um sorriso. Um sorriso débil, mas ainda assim um sorriso. E por fim uma risada baixinha. Daquela que você solta para si mesmo. Não quis ver o horóscopo-da-TV-do-metrô. Poderia estar falando que meu dia seria ruim ou algo do tipo, mas ainda assim, mesmo se eu tivesse visto eu iria me agarrar ainda mais forte na minha felicidade momentânea e fazer com que ela durasse pela eternidade e ficar assim pelo resto da vida.

Acabei de abrir minha caixa de e-mail e tinha um e-mail daquela pessoa. Mais uma vez não pude conter um sorriso.

:)

Podem rir da minha cara.
Hoje pode.

28 de ago. de 2009

Frutos da minha impaciência

Tem um cliente aqui praguejando sobre as mulheres. Ele tá falando assim que quando ele se casar (se ele casar...porque ele tem uns cinquenta anos e ainda é solteiro) vai ser com uma mulher que não reclame se ele sair, que ao voltar ela nem vai perguntar para onde ele foi. E ela vai ter que ser magra (ele pesa no mínimo 100kg). Ok, ele quer uma morta. Que não fale e que seja um esqueleto.

Esta não é a primeira vez que esse senhor solta suas pérolas nojentas. Certa vez ele disse assim:
"É...porque mulher pra mim tem que ser alta e magra...não que nem essas daí" (apontando pras meninas que trabalham aqui, todas carnudas e baixinhas).

Estou sem paciência para conversinhas fiadas hoje.

PS: Tadinho, deixa ele sonhar que um dia terá uma Gisele Bünchen submissa.

Momento bonitinho

tell me your stories, write down your secrets
and play this music as loud as it can be
get me a sandwich, buy me some hot tea
and sing this song as loud as it can be
teach me poker, dance with me slowly
and play this music as loud as it can be
open the window, drag down the curtains
and sing this song as loud as it can be

26 de ago. de 2009

Seu corpo lhe pertence

Não, você não pode se achar no direito de usar o corpo de alguém. O seu corpo te pertence e é só seu.

Isso pode parecer papo de feminista chata, ou coisa de moralista. Mas eu tenho um triste motivo pra querer escrever sobre esse assunto tão delicado.
Essa semana pude ver de perto um caso que me fez pensar muito sobre o assunto. Se o corpo é meu, e eu não quero que outras pessoas usufruam, porque ainda assim vem alguém e usa-o como se fosse um objeto descartável? isso não entra na minha cabeça e nunca irá entrar. Isso pra mim é uma doença, um distúrbio. Uma pessoa com mente sadia não sentiria prazer com o sofrimento de outra pessoa completamente aleatória.
Onde já se viu uma garota ser obrigada a viver alerta o dia inteiro em relação aos garotos? Onde já se viu uma garota ser obrigada a andar escondida, com medo de possíveis ataques masculinos? Onde já se viu uma garota não ter nem o direito de ficar bonita e se arrumar, porque terceiros podem incomodá-la?
O seu corpo é seu. E você faz com ele o que QUER. E não o que querem que você faça com ele.

Acho que a pena de morte seria bem divertida nesses casos. Posso até ver minha navalha entrando na garganta de algum velho nojento aproveitador de garotas. Nojo dessa sociedade. Isso me faz sentir ainda mais repulsa pelos seres humanos.

Esse mundo está podre.

25 de ago. de 2009

NO MAN




Dedicado às minhas amiguinha lesbiquinhas.

23 de ago. de 2009

Coisa mais brega

A noite de sábado foi tão boa e em tão boa companhia que eu vou guardar tudo só para mim. Fazia tempo que eu não sentia aquela coisa bizarra na barriga só de ver alguém, e nada mais estava conseguindo me deixar com aquele sorrisinho besta no rosto. Alguém conseguiu essa proeza na noite passada.

E eu acho que estou ficando cagadinho.
Odeio posts assim, mas isso é algo que eu realmente precisava registrar formalmente. Ainda que eu tenha um registro mais completo em algumas folhas de um caderno pequeno e com letras tortas de quem está bêbado de cerveja. Esse post está me soando tão adolescente e essas palavras não parecem ter saído da minha mente sabotadora que quase sempre dá mais lugar ao lado racional, deixando o emotivo o mais escondido possível. Existiria uma paixonite por alguém que só se viu uma vez na vida? Não sei responder. Mas alguma coisa mudou. E isso me assusta. Não gosto de passar a impressão de alguém carente.

22 de ago. de 2009

Nada

Olhando pro monitor ouvindo JET...Olhando pro nada.
Sem pensar nada e sem sentir absolutamente nada.
Não quero outra crise de novo.
A última começou assim.

12 de ago. de 2009

Colapso

Hoje mais uma vez eu tive um colapso mental. Isso está sendo tão frequente, que eu mal percebo.
Desci do vagão do metrô, rumo ao meu trabalho. Estava escutando The Kills pelo fone de ouvido. Quando, simplesmente, esqueci o que estava fazendo ali, pra onde ia e o que estava acontecendo ao meu redor. Fiquei assustado por alguns longos segundos, perguntando-me o que estava errado. Mas não havia nada fora do normal. Fiquei ali andando devagarinho, as pessoas apressadas esbarrando em mim a todo instante, enquanto eu tentava me dar conta do que diabos estava acontecendo, e quem sabe colocar as coisas em seu devido lugar. Fiquei nesse estado débil pelo que me pareceu horas, mas olhei ao relógio e percebi que havia se passado apenas um minuto (recentemente adquiri outra mania nova, ficar olhando o relógio o tempo todo). Ao olhar o relógio me dei conta de que eram 8:57 e me lembrei que estava indo trabalhar e deveria estar lá em três minutos.

Subi a escada rolante do metrô, acendi um cigarro e segui o meu caminho. Como se nada anormal tivesse me acontecido.

5 de ago. de 2009

Try again, honey!

Passei o dia inteiro enfurnado dentro de hospital hoje. Estava com sintomas de gripe. Só me restava saber se era a normal ou a suína. Era só o que me faltava! Ter gripe suína.

Fui em um hospital chiquetê da Alameda Santos primeiro.
A médica, nojenta nem me examinou e me receitou DIPIRONA. E não contente, me deu um atestado de DUAS HORAS. Ou seja, teoricamente, eu deveria ter retornado bonitinho ao meu trabalho. Mas eu não estava com a mínima condição de retornar.

Resolvi sair dali e ir pra outro médico. Assim fiz e fiquei o dia inteiro plantado em filas. Engraçado como tem gente com gripe. Gente, o médico estava lotado. E todos usavam máscaras. Até eu usei. Me senti tão japonês na primavera, coisa de louco. Mas enfim...esperei demais.

Enquanto minha mãe devorava um livro da Danielle Steel e fiquei lá cochilando e babando. Depois de duas horas me chamaram e fizeram meu Raio-X. Deu gripe normal. E não a suína. Ou seja, tente novamente quérida. Beijos.

ps: ganhei atestado de dois dias fora do trabalho.

4 de ago. de 2009

Auto-Retrato



Fiz esse desenho, de mim mesmo, domingo enquanto esperava minha irmã sair do computador. Aliás, isso me lembra que eu preciso comprar um computador novo SÓ PRA MIM. O que me lembra que eu preciso de mais dinheiro, o que me lembra que nesse emprego que estou eu não vou ter mais dinheiro do que já tenho, o que me lembra que eu preciso fazer um curriculo decente, o que me lembra que eu não sei fazer curriculo decente e o que me lembra que eu acabei de receber um e-mail dizendo que vai ter liquidação (de 70%!!!!) na loja do alexandre herchcovitch e o que me lembra que a última vez que fui em uma dessas eu fiz um delicioso estrago na minha conta bancária. Ok, não sou nenhum pouco fashionista e mimimi mas eu adoro as caveiras dele.

Ontem eu comi pipoca de pimenta. Da yoki. Não é tão gostosa, precisei fazer bochecho de água no meio da rua pra poder me desvencilhar daquele horrível ardor.

A Bob teve que até comprar um chocolate pra mim.

E eu tenho a ligeira impressão de que não escrevi nada coerente aqui.
Mas quem se importa?

31 de jul. de 2009

I love the people, I love the world, I love the flowers...

Hoje está tudo tão bonitinho, tudo muito divertidinho e coloridinho.
Dá vontade de abraçar o mundo e ficar a noite toda fazendo carinho.

Visualize o mundo como sendo uma bola azul e verde. Felpuda. Muito felpuda.

Aleatoriedades

Hoje eu senti uma epifania diferente, talvez uma coisa que eu nunca tinha sentido com tanta intensidade antes. Eu amo São Paulo. Amo essa cidade, de coração. Nasci aqui e , muito provavelmente, irei morrer aqui também. Não me imagino morando e em outro lugar.

Sempre escuto as pessoas reclamarem dos problemas de São Paulo, da poluição, do custo de vida alto, das pessoas, enfim, de tudo o que é comum em grandes metrópoles. Pode parecer clichê, mas essa cidade é realmente para todos. Eu adoro a correria da cidade grande, aquela coisa de ser um anônimo no meio da multidão, os edifícios imponentes e pessoas apressadas o tempo todo. Isso me faz feliz.
Aqui podemos ir do luxo ao lixo em questão de quadras. Isso me fascina.

Sempre gostei da velocidade em que as coisas caminham numa metrópole como São Paulo, fica aquela impressão de que precisamos sempre correr, antes de sermos engolidos por uma massa cinzenta de concreto e vigas de ferro. As pessoas parecem vazias nas ruas, inexpressivas, sempre em seus passos apertados, batendo com bolsas e sacolas no seu corpo. E você continua correndo sem parar, mesmo quando não está com pressa. É incrível.

Me lembro de quando eu era criança, ficava contagiantemente alegre quando meu pai anunciava em alto e bom tom: - Vamos passear por São Paulo hoje!
Vestíamos uma roupa bem leve de passeio, deixávamos o carro no estacionamento do metrô e íamos passear pela cidade. Liberdade, Avenida Paulista, São Joaquim, Vila Mariana, USP e por vários outros lugares que eu não me recordo agora. Era ótimo. Me lembro de uma vez em especial em que ele disse; - Vamos até a Liberdade, eu sei que você ama coisas japonesas. Foi lindo! Esse dia eu voltei pra casa abarrotado de revistas japonesas importadas, eu não sei quase nada de japonês, mas mesmo assim adorava "ler" essas revistas e absorver um pouco da cultura japonesa - que, para mim, era o máximo. Esse dia significou tanto pra mim que eu nunca esqueci, lembro-me como se fosse ontem. Nessa época eu não tinha amigos, meus pais sempre tentavem suprir essa falta que eu tinha. Claro que nunca era uma satisfação plena, afinal amigos são fundamentais na vida de um ser humano, mas o gesto em si me fazia bem. Sinto falta.

Porque meus posts sempre vão pro lado mais nostálgico e triste da coisa.

Ok, me dispersei.

***

Bom, vou falar de uma coisa legal que me aconteceu na semana passada. Como todos sabem, trabalho em uma gráfica. E estava trabalhando num sábado de manhã, completamente e calado e mal-humorado, quando chega um casal, ambos jovenzinhos e aparentemente simples. Muito simpática a mocinha me pediu ajuda com os convitinhos do casamento. Muito simples em preto e branco. Por um designer aquilo teria sido considerado até brega e sem fundamento. Mas a beleza estava na forma como eles olharam pro convitinho, com brilhinho no olhar (tudo no diminutivo mesmo, pra ficar mais bonitinho).
Não costumo ser simpático com os clientes daqui, confesso que não faço a mínima da íntima (exceto quando o cliente é rico e dá caixinhas gordas), mas com esse casal foi diferente, eu sabia que não ganharia caixinha alguma, mas só de ver o sorriso no rosto daquele casal eu me enchi de alegria e me esforcei ao máximo para sair uma coisinha menos pior do que estava. Alegria sincera e sem esperar nada em troca. Naquele dia eu me senti realizado e feliz comigo mesmo. Para uma pessoa sem coração, até que é um bom começo, né mesmo?
Os convitinhos ficaram engraçadinhos (dizer que ficaram bonitos seria algo muito forte de se dizer), e eles saíram daqui com a sacolinha roxa repleta de convites e com sorrisos estampados de orelha a orelha. E eu fiquei lá, feliz, torcendo para que eles sejam felizes e que o casamentinho deles dê certo. Afinal, até parece que vai dar errado.
Hoje de manhã, inexplicavelmente, me peguei pensando neles. E senti uma vontade de abraçar alguém, tão intensa, tão forte.
Ahhhh...estou num momento meu, dá licença. Momento ternurinha do dia.

ps: Vai pro INFERNO, carência do caralho!

:)

27 de jul. de 2009

"Não fiz o requisito"



- Tô eliminada *joga o cabelo
- E porque?
- Não fiz o requisito

É minha filha, com essa boquinha linda que deus te deu, mas nunca que você conseguria, bonitinha.

Ih fudeu! Geremia apareceu!

Ontem eu fui ver Bonde do Rolê no Outs. Não precisei de nenhuma gota de álcool pra subir no palco, cantar "solta o frango" no microfone, passar a mão na coxa e nos peitos da vocalista Ana, chupar um geladinho da cueca do Pedro (vocalista) e roubar o lencinho de onça dele, ficar sem voz de tanto berrar, ficar pulando igual um retardado e dançar engatado na Paula (em cima do palco).

No fim do show o Pedro veio pedir o lenço, porque era da prima dele, todo simpático. A Bob disse pra ele me dar um beijo e ele disse:- Não posso! Mas eu pego no seu pau.

E pegou.

25 de jul. de 2009

GULOSEIMAS ATTACK!

Estava andando pelo centro da cidade, voltando pra casa do trabalho, quando me deparo com várias comidas serelepes andando pra lá e pra cá e fazendo do trânsito um verdadeiro caos. Pensei: Meu deus! Cheguei num ponto da glutonaria que estou tendo até visões! Olhei mais de perto e vi que não era coisa da minha cabeça. Era um ataque das guloseimas revoltadas. Estavam todas armadas. Fiquei com medo.



Reparem que uma mulher tenta agredir fisicamente o dogão, tentando assim, impedir o caos, a batata frita encara os passageiros do carro vermelho com desdém, o sorvetão de morango tenta impedir o motoqueiro de seguir o seu caminho e no cantinho ali, vemos uma pizza tímida - mas pronta pra entrar em ação também.

ps: a foto tá tremida porque o caos tava enorme.

Se um dia eu me suicidar

A carta está pronta (podem imprimir e entregar pra minha família, por favor?):


Já estive aqui antes. Nesse mesmo escuro, olhando para todos esses rostos aflitos. Me sinto estranho, como se todos estivessem me segurando,me dando apoio. Mas a realidade não é essa, eles apenas querem a minha melhor parte. O melhor pedaço da carne. O que eles não sabem é que eu não tenho um melhor pedaço. Eu estou podre, em decomposição. Sendo sustentado apenas por um pequeno nervo fraco. Ele está ameaçando quebrar, e assim fazer com que eu caia. Eu quero cair. Mas até esse dia eu quero esperar. Testar, observar e analisar cada limite. O limite sempre me foi um problema. Nunca gostei de limites e eu nunca soube progredir em relação a eles. Sempre fui fraco. Não tenho a mínima intenção de ser forte. Isso não é e nunca foi pra mim. Venho de uma linhagem imperfeita. Almas que se completam quando estão juntas, mas que não suportam o 'ficar junto'. Nunca estamos completos. Exceto naquele tempo...eu gostava daquele tempo. Éramos a família bonitinha de margarina. Eu gostava da vida. Não gosto mais, ela é muito insonsa. O mundo está apodrecido e escuro, e minha alma está seguindo o mesmo curso. Uma alma completamnete imperfeita, que eu queria com todas as minhas forças, por deus, assassinar. Como quem pega um caco de espelho e fere um coração. Eu ficaria ali, assistindo o sangue jorrar em jatos, brilhante, vermelho e vivo. Talvez eu me sentisse enojado com tanta tripa e órgão. Talvez eu sugasse aquele sangue todo, para me sentir um pouco mais vivo, mais forte.
Quero apenas me jogar no rio e me deixar levar pelo penhasco abaixo. A sensação de falha me causa dor. O desejo de fazer alguém feliz, de fazer alguém sorrir foi falho e isso me corrói, como o ácido estomacal cumprindo a sua função de transformar o alimento em uma massa nojenta. Eu me importo. Sempre me importei. Mas não quero mais. A única coisa, que eu talvez iria querer agora é sentar no chão e chorar. Eu poderia abraçar a minha mãe mais uma vez? Eu sentirei falta dela. Penso que ela tenha sido a única pessoa que me amou de verdade, mesmo eu sendo o que sou. As pessoas não costumam gostar muito de mim. Mas não tem problema, eu também não gosto de muitas pessoas. Queria poder vê-lo antes de sair daqui, queria dar um abraço de despedida ou quem sabe, apenas um aceno de cabeça. Só queria ser reconhecido.
Carrego no peito uma frustração. A de não de ter feito nada grandioso nessa vida. Eu não consegui ter a minha marca de camisetas e eu desisti dela, mesmo sabendo que conseguiria. Eu quis me destruir. Eu sempre quis isso. Sempre olhei com ódio aquele reflexo que me encarava no espelho. Ele não me agradava em nada. Nada. Sentia prazer me destruindo. Gostava de me curvar diante do deus branco, chorar e eliminar todo o sentimento ruim que estava lá, todo o conteúdo que me fazia sofrer, tudo aquilo que eu tanto desprezava. Eu sentia minhas pernas tremerem, mas eu não poderia cair. Isso nunca foi uma opção, eu tinha um segredinho e ele era divertido no começo. Um vício, um hábito e eu ficava ali parado, encarando a mim mesmo no espelho e experimentando sorrisos blasé, expressões apáticas e doentias. Sorria por dentro.
As dores constantes de cabeça e estômago sinalizando defeitos me eram a glória. A certeza de que algo ainda estava dando certo. Eu destruia o meu corpo e ele queria vida. Eu ria do corpo, ele não era forte o suficiente pra vencer a batalha. Patético.
Agora eu consegui, neste exato momento estarei indo embora. Vejo todos vocês continuando suas vidas e planejando compulsões em lanchonetes. Eu rio, viro as costas e subo cada vez mais alto. Longe daqui. Finalmente.