5 de out. de 2009
Uma manhã de domingo [Adeus Sofia]
Mais uma vez tive pensamentos destrutivos. Daqueles que chegam sem serem percebidos e fazem o maior estrago, a ponto de ter que parar, respirar, se recompor e tentar, enfim, seguir novamente o fluxo. Estava caminhando, decidi que caminhar faria bem para o meu físico, e coloquei os meus fones de ouvido. Ouvindo uma música qualquer, me lembrei daquela época. Aquela época em que estar ali interagindo era simplesmente a melhor coisa que me existia. Não se escutava respirações, tampouco vozes, mas ainda assim eu estava próximo. Meu joelho latejava de dor e eu já não me concentrava mais na minha correria desenfreada para ter um corpo bonito. Só conseguia pensar naquele tempo e naquela sombra. Tudo pareceu escurecer e sumir de foco. Sentar, rápido eu precisava sentar. Minha pressão pareceu ter caído e eu só pensava em sentar em qualquer banco que aparecesse na minha frente. Por um milagre divino eu estava perto de uma praça. Praça bonita e com árvores, alguns pedestres caminhavam no local, lançando-me olhares de curiosidade. Queria que você tivesse acompanhado o meu crescimento, era só o que a minha mente dizia. Quando me dei conta, lágrimas escorriam pelo meu rosto quente e suado. Me lembrei daquela música, intensa para mim até hoje. Tentei em vão me recompor e juntar todos os pedaços de lembrança que ainda existiam num saco preto, para enfim, serem jogados fora. Mas não consegui, só consegui ficar ali parado olhando para o nada, inexpressivo com o rosto molhado. Um sentimento de consciência me dominou, finalmente, e eu peguei o maço de cigarros que se escondia no meu bolso. Acendi um cigarro, dando tragadas imensas e soltando a fumaça em seguida, como se a fumaça fosse o meu sentimento indo embora pelo ar. Calmo, tudo mais calmo.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
"onde vocês estavam quando estávamos ficando altos?"
mas a nossa praia vai dar certo, eu num vou na virada, xoxó!
ei, eu tô aqui. se precisar é só gritar.
Postar um comentário