23 de dez. de 2009

Errante

As vezes me condeno por ser tão bom garoto. Penso que seria muito mais interessante se eu fosse um garoto inconsequente e impulsivo (ainda mais do que eu sou). Poderia pegar a minha mochila, colocar algumas mudas de roupas, juntar qualquer cinquenta reais e sair por aí. Pegar o primeiro ônibus na rodoviária para qualquer lugar e fugir. Fuga. Uma fuga daquilo que eu tanto odeio. Responsabilidades. Eu não teria que prestar contas do que faria ou deixaria de fazer. Teria como companhia, unicamente a minha solidão. Iria comer em qualquer boteco e apenas se eu tivesse dinheiro. Talvez eu viveria mais feliz longe de tudo o que me rodeia nesse instante. As vezes chego, até mesmo, a pensar que seria muito mais fácil se eu juntasse as minhas coisas e fosse morar em outro estado com o meu pai. Começar tudo novamente, como se fosse a primeira vez. Esquecer todas as pessoas que já passaram pela minha vida, esquecer da minha família e de todos os meus medos. Mas a vida real não é assim tão simples. Eu definitivamente abomino esse estilo de vida comum. Não quero um emprego comum, não quero ser comum e não quero rotina. Rejeito isso.

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