30 de mai. de 2009

All I Need is You

Hoje, depois de um bom tempo, senti que eu ainda posso ter algum motivo para sonhar e querer viver.

A noite estava bonita, a lua estava bem definida e brilhante como uma mancha branca sobre um tecido preto. O frio penetrava por cada brecha deixada sob a roupa. Uma garrafa de coca-cola e um maço de cigarros era o que tínhamos. Dividíamos os nossos medos e fazíamos planos. Observei o corpo dela descoberto sob o vento que corria de cima a baixo. Ela me contava coisas de sua vida, e eu da minha. Me senti vivo naquele momento, e a vida não me parecia tão cruel como ela se apresentou. Senti que ainda existe uma pontinha do meu ser que luta por um pouquinho de vida. A auto-destruição, por um instante me pareceu tão pequena e ridícula, como uma barata, que se pisa e acaba com ela facilmente.

...

Encostei a cabeça na janela do ônibus e observei cada grupo de pessoas alegres que se locomoviam em direção ao "sábado a noite". Pessoas gordas, magras, bêbadas, sóbrias, bem-vestidas e mal-vestidas. Sempre tive aversão às noites de sábado. Sempre tive aquela coisa de "ninguém vai me chamar pra nada". E eu realmente estava indo pra casa. Mas diferentemente de todas as vezes, um sorriso preenchia meus lábios. Não é todo dia que se percebe que ainda estás vivo e que você quer e precisa de mais vida.

29 de mai. de 2009

O dia em que o céu estava bege

- O grosso a gente já conversou ontem né?
Sim. Respondo, sentado no apoio do muro, olhando o céu - que estava estranhamente bege.
...
o que você pensa sobre isso? - eu pergunto como quem não quer nada.
Sei lá...minha consciência está limpa. Isso é o que importa - Responde.
Continuo a fitar os prédios e o céu bege. O frio estava cortante. Coloco as mãos nos meus bolsos do moletom preto.
Observo a pessoa em questão acender um cigarro. Faço o mesmo.
...
Desculpa, por todo esse tempo. Não acho justo o que fiz com você - Argumento para quebrar o silêncio matador.
Você não fez nada, confesso que você me magoou algumas vezes. Mas não foi nada demais. Eu aprendi a tolerar o seu jeito....
Só o que me incomoda é o seu sentimento constante de "foda-se".
Como assim, sentimento de "foda-se"? - Pergunto, mas ao mesmo tempo já sabendo a resposta.
Você usa isso pra tudo na sua vida. Tudo é "foda-se". Inclusive eu.
Concordo mentalmente. Mas permaneço em silêncio.
Eu não vou voltar atrás dessa vez.
Eu também não - Respondo.

28 de mai. de 2009

Hurt

I hate Britney. I hate this world.
Vou ali cortar os meus pulsos, me espera?

*Isso tá ficando parecido com o muro das lamentações. Fica a dica.

É fase, gente. Só fase.
Mais um dia que se passa. E eu como um lixinho por dentro.

HE AMO!


Um fanho declarando o seu amor.

27 de mai. de 2009

Hostilidade

Leandro | On Vacation says (23:56):
cai...
hehehe
Praguejento says (23:56):
hum
Praguejento says (23:57):
nem vi
brincadeira ;P
Leandro | On Vacation says (23:57):
otário.
Praguejento says (23:57):
idiota.
Leandro | On Vacation says (23:57):
panaca
Praguejento says (23:57):
retardado.
Leandro | On Vacation says (23:58):
acefálo
Praguejento says (23:58):
débil.
Leandro | On Vacation says (23:58):
viadinho
Praguejento says (23:59):
gayzinho da cu
Leandro | On Vacation says (23:59):
beeshinha
Praguejento says (00:00):
chatão de merda.
Leandro | On Vacation says (00:00):
ah vai se fuder baitola
Praguejento says (00:00):
vai tomar no cu, bobão.
Leandro | On Vacation says (00:01):
panaca
Praguejento says (00:01):
imbecilzinho do caralho.
Leandro | On Vacation says (00:02):
ótario
gaydacu
baitola
Praguejento says (00:02):
cansou né, seu viado?
Leandro | On Vacation says (00:03):
nada
tem muito mais
Praguejento says (00:03):
bah!
eu só vou parar
porque vou dormir.
que fique bem claro.

Abandono parte 2

Foda-se.

Posso me virar sozinho, como sempre fiz.

Abandono

Não estou afim de mimimi. Nem gosto, exatamente disso.


Mas a sensação de abandono dói mais do que uma chicotada.
fica a dica.

Bad

Você percebe que toda a sua família está preocupada com você, quando numa terça-feira de manhã, indo para o trabalho em pleno metrô lotado, você recebe em poucos minutos, muitas mensagens perguntando se você está realmente bem. Uma mensagem de cada uma das minhas tias paternas, e uma do meu pai. Tudo em menos de cinco minutos.

Talvez eu realmente esteja a um passo do sanatório.
Ou mais talvez ainda, as pessoas têm uma imagem (pouco) distorcida de mim.

22 de mai. de 2009

O episódio do "Não autorizado"

Como todos sabem, o frio em São Paulo chegou. E como imaginável, eu não tenho blusas o suficiente para tal. Decidi que na hora do meu almoço iria à uma loja e faria a rafael (comprar roupa no crédito e parcelar em tantas vezes). E o fiz. Chegando lá, olhei, olhei e olhei e me apaixonei por um modelo. Ok, dirigi-me à vendora e disse: - Vou levar, tá?
No balcão, a moça me informa: - cento e noventa e nove reais.
eu: Ok, passa no crédito.
ela: quantas vezes?
eu: duas! (eu disse que ia fazer a rafael)
ela: tá ok.
eu:...
ela:...
ela: VINÍÍÍICIUS, NÃO AUTORIZADO.
eu: hã? como assim??
ela: pois é.
eu: tenta passar a vista.
ela: tá bom.
eu: ...
ela: ...
ela: Ai, não autorizado novamente...(que engraçado)
eu: aitábombrigado! (levanto a cabeça e vou embora, humilhado)

O que me consola é que isso já aconteceu com todos. E se não aconteceu ainda vai acontecer.

ps: Pior do que não autorizar o débito é não autorizar o crédito!
Mas foi estranho, porque a minha fatura tá toda paga. Uma injustiça. Só porque sou feio. Foi de caso pensado, aposto.

ps: No balcão pensei em tentar passar uma mais barata. Mas achei melhor não correr o risco.

Só sei que depois eu ri. Ainda tô rindo. E sem blusa decente.

21 de mai. de 2009

Buraco Quente

Meu bar mudou de nome. Vai se chamar Buraco Quente. Porque é exatamente o que ele vai ser. Um Buraco, quase um calabouço de alcóolatras, eu diria. Quente, porque as luzes serão amareladas e vai tocar Primal Scream (?).

20 de mai. de 2009

Bar Modellé

Esta noite sonhei que eu tinha um bar. Acordei com desejos profundos de ter um bar. A descrição dele é essa:
Um lugar para beber com os amigos e ouvir músicas legais. O ambiente pequeno trará uma sensação de aconchego e familiaridade. Não existe garçons, o garçom sou eu. Tal como, o preparador de drinks e D.j. Na verdade não serei o DJ propriamente dito. Já que terá uma Jukebox somente com músicas de meu agrado. Primal Scream vai tocar sempre (PS me lembra bar). A parede vai ter um papel de parede bem Kitsch, com estampa de arabesco ou ornamentos de casas inglesas e/ou escocesas e/ou irlandesas. Vai ter troféus de caça por todos os lados (não, eu não irei caçar; provavelmente irei comprá-los em um antiquário). O balcão será uma pedra, bem grande. A luz do ambiente será amarelada e meio escura. As mesas serão de madeira (quatro mesas no total) e os banquinhos serão troncos de ávore cortados. O cardápio será composto de trash food, lanches matadores de bisteca de porco, carne de churrasco com molho barbecue e cervejas heineken, aos baldes. Será servida em canecas grotescamente grandes. Vai ter uma dançarina, ela vai usar uma roupa de Cowgirl parecida com aquela que a moçoila usa no clipe Country Girl do Primal Scream, pra falar a verdade eu imaginei ela dançando no meu bar. Ela tem que ser loura e de cabelos cacheados. O preço será camaradinha, prometo. E a localização? Ainda não decidi. Acho que vai ser na Augusta, ou em algum beco velho do centro. Vai funcionar das 19:00~5:00h. E vai ter um sistema de promoções. Compre cinco garrafas de cerveja e ganhe uma porção de lula empanada.

O nome vai ser: Modellé.

Estou eu aqui...fatasiando coisas. De novo.
Ahhhhhhhhh!

18 de mai. de 2009

Final # 2 Rosquinhas doces e uma vida inteira frustrada

Parado na janela, observando duas crianças brigarem por causa de um caramujo morto. A expressão que pairava em seu rosto era de um vazio grande ou aquilo que muitos chamam de "inexpressão".
A televisão estava ligada num volume alto, provavelmente terminado em 5 ou 0, uma velha mania sua. Estava ali parado pensando na vida. Ou na semi-vida que carregava. Tinha vários problemas de saúde no fígado e no estômago, era frustrado por não ter conseguido ser designer de sucesso em Nova York, o máximo que conseguira na terra do Tio Sam fora meia dúzia de camisetas com frases medíocres e um papel com um telefone de uma pessoa escrito em letras feias. Além disso tudo era amargo. Sempre fora amargo, mas isso aumentou quando viu sua irmã bem-sucedida morando em Los Angeles com um marido rico e trabalhando em uma revista. E era magra, bem magra.
Possuía uma casa boa, mas não o bastante para seu vazio. A casa tinha muitas coisas que acumulara durante sua vida, tinha objetos que os jovens chamariam de descolados, tinha um computador à altura de seu talento (que já estava bem desgastado), tinha quadros grandes e coloridos, tinha uma geladeira enorme de duas portas que ele comprara numa liquidação abusrda, tinha muitos produtos light, embora suas preferências eram as guloseimas (rsrs), tinha shakes para emagrecer em cima da geladeira, tinha um sofá grande demais para sua solidão. Ele costumava chorar com a ausência de afeto que existia em qualquer ser a respeito dele.
Havia poucos amigos. Tinha uma amiga que era Designer digital, morava em um lugar que ele invejava secretamente, ela era casada e tinha um filho. Depois de certo tempo vivendo com excessos ela decidiu que converteria-se ao cristianismo.
Tinha uma outra que era casada com uma mulher e ele não via há anos. Não se sabia o que ela fazia e nem onde morava.
Tinha uma outra que se tornara extremamente rica e bem-sucedida. Morava em um bairro nobre e trabalhava com publicidade. Era casada com um homem rico. Não possuia filhos.
Tinha uma outra que era escriotora bilingue e que trabalhava na área de tradução de filmes pornográficos. Eles moraram juntos por um tempo, mas como tudo o que era bom, era ao mesmo tempo, passageiro. Ela morava agora no campo. Ela se cansou da vida na cidade.
A tarde corria...ele ainda pensando na sua solidão. Que já nem era mais tão triste, já que estava acostumado. Na sua juventude ele havia tentado se destruir de todas as formas possiveis, sendo um fracassado em todas aas tentativas e cansado de tentar, decidiu que seria mais fácil esperar a morte chegar naturalmente. Enquanto isso ele colocava óleo em uma frigideira para fritar rosquinhas doces.

Baby, I'm Afraid

- Porque você assusta as pessoas?
- Porque assim elas não percebem o quão assustado você está.

13 de mai. de 2009

Ai gente...

Descobri que estou sendo tema de roda de oração. É sério.

8 de mai. de 2009

New Sneaker! Yeah!

Não gosto de usar tênis novos. Sempre dá aquela impressão de que o seu ponto de ouro está nos pés. A primeira coisa que alguém olha será o seu belo par de tênis, tão limpo, mas tão limpo que chega a doer.
Sempre gostei de tênis velhos. São mais bonitos visualmente (na minha opinião), têm mais histórias pra contar, são mais confortáveis e laceados. Quando eu era mais novo, meus presentes de aniversário, natal, dia das crianças eram sempre em tênis. Me lembro bem de uma vez que eu fiz um inferno na vida dos meus pais pra me comprarem um redley estilo iate azul marinho e branco, que era "super na moda" na época. Eu fiquei tão feliz, mas tão feliz quando ganhei o dito cujo, que eu mal usava, com medo de "gastar". Adorava sentir cheiro de tênis novos. Mas um dia eu passei a odiá-lo e larguei ele no lixo. Minha nova meta era ter um adidas branco de couro, esse até foi mais fácil de conseguir. E teve uma vez também que eu queria porque queria um all star verde. Na época era muito difícil encontrá-lo, mas me lembro que fiz meu pai percorrer a cidade toda atrás do bendito. Até que ele encontrou e me trouxe o número errado. Tive que trocar. Troquei e fiquei feliz, usei ele por anos.

Ironicamente, ontem eu estava atrás de um all star verde. Não encontrei o que eu queria e comprei um preto normal.

Fiquei frustrado. Mas compulsivo impulsivo que sou, comprei o preto mesmo.

6 de mai. de 2009

Hábito da Leitura

Me lembro de quando e era mais novo, com uns doze ou treze anos. Eu costumava devorar livros, um atrás do outro. Como sempre detestei televisão, havia a necessidade de arrumar outros passatempos alternativos. Um deles era a leitura. Livros, revistas, jornais, mangás, tudo o que tinha letrinhas clamando para serem lidas, lá estavam meus olhos decifrando todos aqueles risquinhos e simbolozinhos. Com o tempo fui perdendo esse maravilhoso hábito. Claro que isso depois da internet banda larga. Sempre tive acesso à internet, mas eu era proibido de entrar durante a semana, já que era uma fortuna e meus pais ficavam sempre furiosos com a conta telefônica, quando atrvidamente eu resolvia contrariá-los e entrar na internet pra ver pornografia a tarde (durante a semana, enquanto meus pais estavam trabalhando). Mas com a chegada do speedy tudo havia mudado e eu resolvi trocar a leitura pelo msn, downloads de músicas, orkuts e myspaces da vida.

Enfim...sem me desviar do foco, no começo do ano prometi a mim mesmo que retomaria o hábito à velha leitura.

Ontem saí daqui e passei na biblioteca do Centro Cultural e peguei três livros.

Pico na Veia do Dalton Trevisan, é um livro de contos com a ambientação urbana e pelo que pude reparar todos eles têm em comum o ser humano e seus vícios em compulsões, sejam eles drogas, comida, sexo ou qualquer coisa.

Memórias Póstumas de um ator pornô, muito hilário esse. É uma pequena homenagem dedicada à Machado de Assis, e ao mesmo tempo uma sátira com Memórias Póstumas de Brás Cubas. O autor nos apresenta à Hator, com agá mesmo. Ele ganhava a vida fazendo filmes pornô, tivera duas esposas em vida, e perdeu a virgindade com sua vizinha Isabela, pela qual era apaixonada. Saí da biblioteca ontem com esse livros ainda em mãos, comecei a lê-lo no metrô, a caminho de casa, e terminei pouco antes de dormir. É o tipo de livro rápido, divertido, objetivo e viciante. Recomendo. Não é um tipo de livro que acrescentará algo ao seu conhecimento, mas convenhamos que leitura inútil (que nunca é inútil por completo) as vezes é bom e faz bem.

O último e mais fascinante (pelo que li até agora) é Arlington Park. Da Rachel Cusk. Conta a história de cinco mulheres inglesas e da banalidade de suas vidas e como elas têm tudo para ser feliz.
"Romance finalista do Orange Prize 2007, Arlington Park, de Rachel Cusk será publicado na Asa em Abril. É a história de cinco mulheres.
Aqui fica o resumo enviado pela editora: “Ao longo de um único dia, o bairro de Arlington Park é o elegante cenário no qual as vidas de cinco mulheres vão ser expostas. Juliet, inconformada com o papel que o casamento lhe reservou; Amanda, cuja obsessão pelo trabalho doméstico esconde o seu lado mais sombrio; Solly, prestes a dar à luz o seu quarto filho; Maisie, que tenta desesperadamente aceitar a pacatez da sua nova vida longe de Londres; e Christine, a optimista, que se prepara para reunir as suas vizinhas num jantar cujo desfecho é absolutamente imprevisível. Aparentemente, estas cinco mulheres têm tudo para serem felizes e, contudo, sentem-se manietadas pela frustração, os desejos reprimidos, o ódio e até a ocasional loucura. São esposas e mães que se refugiaram há muito num convencionalismo que as protege, principalmente da própria vida.”
Adoro histórias em que têm o lado humano como assunto predominante, acho que eu adoraria ser psicólogo ou psiquiatra, quem sabe.
A capa desse último livro tem uma pena muito foda que eu fiquei muito afim de inventar um desenha em cima e tatuar meu braço ou perna. Quem sabe.


Já que eu não estudo, tenho que ler né? Não quero ser um menino alienado que vai pras baladinhas da Vila Olímpia e que pegam meninas loiras e não tem conteúdo para conversar, "interessantemente" por mais do que dois minutos.

2 de mai. de 2009

Final #1

Estava sentado em uma cama de hospital, bebendo um líquido laranja adocicado demais para seu paladar que a essa altura já era quase ausente. Apenas engolia, imaginando o líquido percorrendo todo o seu sistema digestivo. Se sentia sozinho. Tinha vontade de chorar, mas não podia dar esse gostinho a eles. "Eu sempre te alertei e te avisei" Disse o meu pai. Olho com cara de desdém, mesmo sabendo que ele tem razão. Peço para ele se retirar do quarto, não quero mais ver ninguém. Olho para a janela que existe ao lado da cama bem arrumada, e fico ali por longos instantes observando uma mulher de meia-idade colocar uma criança pequena no banco de trás, suponho que seja sua filha. Ela tinha um ar preocupoado. Fiquei imaginando o motivo de sua aflição, talvez um parente doente em fase terminal. Me senti constrangido naquele momento. Pessoas não escolhem morrer. Pessoas naturalmente não escolhem morrer. Eu escolhi. Ele me pareceu agradável quando eu ainda era exatamente vivo. Não que eu estivesse morto, mas aquilo que me seguia não podia ser chamado, exatamente, de vida. Vida era uma palavra muito forte que ainda tinha o poder de me assustar. Reações humanas me eram estranhas. Palavras como dormir, respirar, comer e andar tinham um significado um pouco distorcido para mim. Acendi um cigarro, sem me importar se aquilo era ou não permitido ali na sala de leito. logo percebi que não era permitido pelo olhar fuzilante que uma enfermeira me lançou da porta. Apaguei ele rapidamente, antes de causar transtorno. Transtorno era algo a que eu já estava habituado e não precisava de mais algum. Estava numa fase foda-se, tanto faz. Morrer ou viver não diferia em nada um do outro. Estava onde queria estar. Seus pensamentos foram rapidamente afastados pela dor excruciante de seu estômago. Se revirou e caiu no chão. Gritou por ajuda e meia dúzia de enfermeiras e um médico invadiram, às pressas, a sala branca e com cheiro típico de hospital. Seguraram-me pelos braços e tentaram em vão colocar-me em cima de uma cama que estava próxima. Continuei no chão, apenas esperando a minha hora, que eu sabia que não iria tardar. Uma lágrima caiu e eu não pude segurá-la, estava ali no chão, sendo hostil com qualquer pessoa que lhe lançasse olhares. Detestava a idéia de sentirem pena de si. Porra! Ele escolhera estar ali, naquele lugar, exatamente como estava. O grande dia havia chego. Só lhe restava esperar.

...

Abriu os olhos lentamente, e se lembrou vagamente do que havia ocorrido. Escutou médicos dizendo coisas como "ruptura gástrica". Percebeu que se tratava de si mesmo. Suspirou profundamente, já cansado daquela brincadeira toda. Decidiu que aquela seria a hora. Precisava ser. Agarrou o tubo do soro e jogou longe. Seguido do estardalhaço, riu baixinho e disse: Tchau, bando de bastardos idiotas.

1 de mai. de 2009

Um de maio

Há uma ano atrás eu estaria lá sentado no Mc Donalds da Brigadeiro, olhando para aquele rosto, ao mesmo tempo que escutava o barulho da chuva. Em silêncio. Apenas sentindo aquele cheiro de roupa lavada, que eu gostava tanto. Ouvi algumas promessas, prometi algumas outras coisas. Claro que elas não foram cumpridas. Mas estávamos ligados um ao outro. E eu gostava disso.
Como era de se esperar, até perece que ia dar certo. Por ironia do destino, acabo de terminar outro relacionamento, neste exato momento. Por msn, uma coisa tão impessoal.

Eu sinto falta de pessoas. Mas não sei se consigo suportar a presença delas.
Sinto falta de toque humano. Mas ele me incomoda, ao mesmo tempo.