Me lembro de quando e era mais novo, com uns doze ou treze anos. Eu costumava devorar livros, um atrás do outro. Como sempre detestei televisão, havia a necessidade de arrumar outros passatempos alternativos. Um deles era a leitura. Livros, revistas, jornais, mangás, tudo o que tinha letrinhas clamando para serem lidas, lá estavam meus olhos decifrando todos aqueles risquinhos e simbolozinhos. Com o tempo fui perdendo esse maravilhoso hábito. Claro que isso depois da internet banda larga. Sempre tive acesso à internet, mas eu era proibido de entrar durante a semana, já que era uma fortuna e meus pais ficavam sempre furiosos com a conta telefônica, quando atrvidamente eu resolvia contrariá-los e entrar na internet pra ver pornografia a tarde (durante a semana, enquanto meus pais estavam trabalhando). Mas com a chegada do speedy tudo havia mudado e eu resolvi trocar a leitura pelo msn, downloads de músicas, orkuts e myspaces da vida.
Enfim...sem me desviar do foco, no começo do ano prometi a mim mesmo que retomaria o hábito à velha leitura.
Ontem saí daqui e passei na biblioteca do Centro Cultural e peguei três livros.
Pico na Veia do Dalton Trevisan, é um livro de contos com a ambientação urbana e pelo que pude reparar todos eles têm em comum o ser humano e seus vícios em compulsões, sejam eles drogas, comida, sexo ou qualquer coisa.
Memórias Póstumas de um ator pornô, muito hilário esse. É uma pequena homenagem dedicada à Machado de Assis, e ao mesmo tempo uma sátira com Memórias Póstumas de Brás Cubas. O autor nos apresenta à Hator, com agá mesmo. Ele ganhava a vida fazendo filmes pornô, tivera duas esposas em vida, e perdeu a virgindade com sua vizinha Isabela, pela qual era apaixonada. Saí da biblioteca ontem com esse livros ainda em mãos, comecei a lê-lo no metrô, a caminho de casa, e terminei pouco antes de dormir. É o tipo de livro rápido, divertido, objetivo e viciante. Recomendo. Não é um tipo de livro que acrescentará algo ao seu conhecimento, mas convenhamos que leitura inútil (que nunca é inútil por completo) as vezes é bom e faz bem.
O último e mais fascinante (pelo que li até agora) é Arlington Park. Da Rachel Cusk. Conta a história de cinco mulheres inglesas e da banalidade de suas vidas e como elas têm tudo para ser feliz.
"Romance finalista do Orange Prize 2007, Arlington Park, de Rachel Cusk será publicado na Asa em Abril. É a história de cinco mulheres.
Aqui fica o resumo enviado pela editora: “Ao longo de um único dia, o bairro de Arlington Park é o elegante cenário no qual as vidas de cinco mulheres vão ser expostas. Juliet, inconformada com o papel que o casamento lhe reservou; Amanda, cuja obsessão pelo trabalho doméstico esconde o seu lado mais sombrio; Solly, prestes a dar à luz o seu quarto filho; Maisie, que tenta desesperadamente aceitar a pacatez da sua nova vida longe de Londres; e Christine, a optimista, que se prepara para reunir as suas vizinhas num jantar cujo desfecho é absolutamente imprevisível. Aparentemente, estas cinco mulheres têm tudo para serem felizes e, contudo, sentem-se manietadas pela frustração, os desejos reprimidos, o ódio e até a ocasional loucura. São esposas e mães que se refugiaram há muito num convencionalismo que as protege, principalmente da própria vida.”
Adoro histórias em que têm o lado humano como assunto predominante, acho que eu adoraria ser psicólogo ou psiquiatra, quem sabe.
A capa desse último livro tem uma pena muito foda que eu fiquei muito afim de inventar um desenha em cima e tatuar meu braço ou perna. Quem sabe.
Já que eu não estudo, tenho que ler né? Não quero ser um menino alienado que vai pras baladinhas da Vila Olímpia e que pegam meninas loiras e não tem conteúdo para conversar, "interessantemente" por mais do que dois minutos.
3 comentários:
Não consigo imaginar vc como um babaca sem conteúdo pegador de minas.
Amo muito seu intelecto...Vc tem MUITO a oferecer a sociedade...ela não te trata bem,mas ela sabe o quão foda vc é.FIK DIK
;)
faço as da paula as minhas palavras.
em breve vaiter um livro meu pra ler. Ê!
ô Jô... P. é a Priscilla.
Então, como eu dizia... fiquei com tanto orgulho de você agora!
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