30 de dez. de 2009

Que venha 2010!!!


Por mais clichê que isso possa ser, eu ainda assim decidi fazer um balanço do ano. Todo ano é a mesma coisa. Acaba uma curva e começa outra, logo em seguida, para assim dar continuidade ao ciclo. Traçamos nossas metas, acreditamos cegamente nelas por um certo tempo e depois esquecemos, chegando ao fim do ano e olhando em volta, se perguntando onde estavam os resultados.

Não vou prometer nada em relação às minhas metas e não irei compartilhá-las com muita gente. Vou apenas fazer aquilo que eu acho que devo fazer, aquilo que irá me deixar bem e que contribuirá comigo, de alguma forma. Felizmente, não tenho pessoas à cortar da meu convivío social. Estou numa fase boa, em que todos os meus amigos me correspondem, de alguma maneira.

Minha vida sentimental esse ano foi completamente atormentada. Quando eu mesmo não a atormentava, faziam isso por mim. Tive decepções amorosas esse ano. A primeira fui eu quem cagou. A segunda cagaram por mim. Perdi muito tempo me recuperando de ambas. Mais um ano se passou e eu não encontrei ainda o amor da minha vida - se é que isso ainda existe. Encontrei três pessoas que eu acreditei serem. Um, mesmo que fosse, eu não queria que acreditar que realmente fosse. O outro eu ainda não sei se realmente era o amor da minha vida, não consegui decifrar. E o ultimo, definitivamente não era, na verdade não passa de um nojento que merece ficar no patamar mais baixo de romantismos. Não sei se quero ficar muito tempo sozinho. Acho que o meu ego diminuto não vai permitir, mas também não vou sair procurando e me oferecendo a ninguém. Não sou um pedaço de carne em exposição.

Crescimento profissional não foi a tag desse ano, com certeza. Pra esse ano que vai entrar eu quero algo a mais. Quero andar, nem que seja 5cm, pra frente de onde estou agora. Não quero me conformar com esse emprego chato. Quero algo a altura do meu talento e à altura do que eu preciso. Aqui já não está sendo mais suficiente para aquilo que eu anseio.

Apesar de tudo o que me aconteceu, esse ano foi o mais próspero que já tive. Não dependi do dinheiro de ninguém e consegui me manter, na medida do possível. Fiz dívidas altas, porém consegui pagar todas elas sem atrasos. Comprei bastante porcaria, gastei muito dinheiro em motel (com quem não valia a pena, óbvio, até parece que ia dar certo). Gastei muita grana com comida, consegui sustentar o meu vício por cigarro e em nenhuma vez fiquei sem cigarros por falta de dinheiro. O meu saldo no banco nunca durou por muito tempo, mas eu sempre consegui fazer tudo o que eu quis com a grana.

O meu eu mudou bastante nesse ano. Acho que amadureci mais um pouquinho. Fiquei mais amargo e descrente de seres humanos. Peguei nojo de algumas pessoas (nojo no sentido mais literal da palavra mesmo, alguém que faz sexo com cinco pessoas ao meu ver é nojento). Me tornei bem mais tolerante com a minha família. Fiquei mais agressivo contra mim mesmo, fui muito cruel com o meu corpo, mas ainda assim não cheguei ao extremo que eu já fui.

Comecei a frequentar a terapeuta. Ela me disse coisas sobre a minha vida que nem eu mesmo havia pensado. É doloroso ver que estranhos conseguem decifrar a sua vida toda em poucos meses. Não emagreci o quanto quis. Não cortei mais os meus braços, fumei mais, muito mais. Fiz uma tatuagem nova, um origami que simboliza a esperança. Dizem que se você fize mil tsurus o seu sonho é realizado. Passei um mês inteirinho ansioso por um show que não aconteceu. Enfim...2009 foi um ano bastante agitado, isso não significa que tenha sido um ano bom. Pensando bem, não foi um ano bom. Se eu resolvesse colocar as minhas atitudes numa balança e também os fatos desse ano, com certeza eu poderia tirar como base e julgar 2009 como um ano ruim. Poderia ser pior. E próximo pode ser melhor. Certas coisas não fogem das minhas mãos e cabe a mim decidir se será 2010 um ano tão ruim ou melhor do que foi 2009.

Desejo a todos um ótimo ano novo. Que todos possam fazer aquilo que tiverem vontade, que bebam o quanto aguentarem, esqueçam as mágoas passadas, perdoem algumas pessoas que merecem, vinguem-se dos filhos da puta, beijem bastante e tenham uma festa regada a sexo, álcool, cigarro e rock'n'roll.

Agradecimentos 2009 á:

Aline, sem ela as compulsões jamais seriam divertidas.
Mariana, por me provar que amizades ligeiramente adormecidas, podem sim voltar a ser o que era antes.
Priscilla, por sempre me fazer rir e compartilhar o gosto musical comigo.
Joana, por sempre estar por perto e por ser a única garota que eu me casaria/namoraria no mundo inteiro.
, por ser como uma segunda mãe para mim.
Paula, por ser a única a fazer dancinhas absurdas na balada comigo.
Marina, por me entender sempre e por ser minha namorada de mentirinha.
Babi, por vir me visitar no trabalho ocasionalmente e panguar comigo na paulista.
Gustavo Oficial, por ficar do meu lado e lutar por mim o tempo que foi necessário.
Fábio, por ser o melhor de todos em 2009 e por ter aguentado tanta cachorrada minha.
Everton, por ter carro.
Gustavo Não-Oficial, por fazer meu ego crescer e me ajudar, mesmo sem saber que está me ajudando.
Marcos Japa, por fazer eu me sentir como um garoto de programa todas as vezes que nos vimos.
Danilo, por fazer eu ver que não posso confiar em qualquer um.
Leandro, por estar do meu lado quando eu apanhei bêbado.
Denis Cristhian, por ser meu mais novo amiguinho.
Minha mãe, por ainda conseguir manter o pouquinho de sanidade que eu tenho.
Minha irmã Fernanda, por ser minha grande amiga.
Meu pai, por...sei lá.

Espero não ter esquecido de ninguém marcante e espero estarmos todos juntos novamente em 2010 (exceto algumas poucas pessoas que eu não faço a mínima questão).

Feliz 2010!!!

29 de dez. de 2009

Praguelist

Fuxicando na internet, eu encontrei esse questionário-playlist. Roubei mesmo e senti vontade de responder. Então lá vai:

Uma música que...

Me faz feliz: Merry Happy (Kate Nash)










Me faz lembrar de um amigo(a): Miles Away (Yeah Yeah Yeahs)













Me entristece: Doll Parts (Hole)













Me alegra: All I want is you (Barry Louis Polisar)













Me faz querer fazer amor: Ring of fire (Johnny Cash)













Diz muito sobre mim: Blackbird (The Beatles)










Me faz lembrar alguém significante: Fluorescent Adolescent (Arctic Monkeys)











Escreveria: 22 (Lily Allen)









Não gostaria de ouvir de novo: Light My Fire (bah!)













Tocaria no meu casamento: Dearest (Buddy Holly)










Tocaria no meu funeral: Breathe Me (Sia)












Faz meus amigos lembrarem de mim: Qualquer coisa do Yeah Yeah Yeahs ou Arctic Monkeys











Gostava, mas agora nem tanto: Sheena is a punk rocker (Ramones)


Não admito que eu gosto: Love is a Battlefield (Pat Benatar)













Faria tudo para ouvi-la num show: Qualquer coisa que a Karen O. gritar













Me faz lembrar minha infância: Cowboy Fora da Lei (Raul Seixas)


Parece com a minha adolescência: Louie (Ida Maria)


Muitas pessoas gostam, mas eu não: Metallica










Gosto da letra: One Beat (Sleater Kinney)










É melhor quando tocada no carro: Are you gonna be my girl? (Jet)


Gostaria de acordar com: Mushaboom (Feist)













Gosto, e meus pais também: The Boy With the Thorn in His Side (Smiths)










É melhor ouvida quando está acompanhado: Satisfaction (Rolling Stones)













Foi tema de um dos meus filmes favoritos: Anyone else but you (Juno)













Me faz pensar no sol: Malibu (Hole)










Me faz pensar na noite: Date with the Night (YYY's)













Me faz pensar em sexo: Some velvet Morning (Primal Scream feat. Kate Moss)












Me faz querer estar sozinho: I'm an alcoholic (Dent May and His magnificent Hukulele)



















Me faz sorrir: Apple for Evan (Arrah and The Ferns)









Gosto de ouvir em bares: Qualquer coisa do Primal Scream ou Jet



















Posso cantar bem: Nada


23 de dez. de 2009

Errante

As vezes me condeno por ser tão bom garoto. Penso que seria muito mais interessante se eu fosse um garoto inconsequente e impulsivo (ainda mais do que eu sou). Poderia pegar a minha mochila, colocar algumas mudas de roupas, juntar qualquer cinquenta reais e sair por aí. Pegar o primeiro ônibus na rodoviária para qualquer lugar e fugir. Fuga. Uma fuga daquilo que eu tanto odeio. Responsabilidades. Eu não teria que prestar contas do que faria ou deixaria de fazer. Teria como companhia, unicamente a minha solidão. Iria comer em qualquer boteco e apenas se eu tivesse dinheiro. Talvez eu viveria mais feliz longe de tudo o que me rodeia nesse instante. As vezes chego, até mesmo, a pensar que seria muito mais fácil se eu juntasse as minhas coisas e fosse morar em outro estado com o meu pai. Começar tudo novamente, como se fosse a primeira vez. Esquecer todas as pessoas que já passaram pela minha vida, esquecer da minha família e de todos os meus medos. Mas a vida real não é assim tão simples. Eu definitivamente abomino esse estilo de vida comum. Não quero um emprego comum, não quero ser comum e não quero rotina. Rejeito isso.

22 de dez. de 2009

Fancy

As vezes me pego fantasiando. Fantasiando coisas que eu sei que não irão acontecer. A carência sempre me pega ao final do dia e eu não sei como evitar. Me pego com o olhar perdido, olhanado para o nada ou encarando, mas sem enxergar, qualquer coisa ou pessoa no metrô lotado, em horário de pico. Olho para a chuva que cai forte lá fora e finjo - e acredito, por alguns instantes - que existe alguém lá na estação me esperando, para me levar de carro para casa, me secar, me dar uma sopa quente e ouvir sobre o meu dia. Eu dou risada quando me lembro que nada disso existe. Eu, como todos os dias, caminharei sozinho até o ônibus lotado da estação e me apertarei ao meio de várias pessoas ansiosas para chegarem em casa e ao chegar não serei recebido alegremente por ninguém e provavelmente comerei algum resto de almoço de dois dias anteriores.

Lost in Viaduto do Chá

Quando eu caminho, lembranças me perseguem. Não existe nada que me faça pensar mais do que a locomoção em si. Me perco em pensamentos e em coisas que eu mal me lembrava que existia. Hoje eu estava andando no centro e me lembrei do que eu era. Do que eu deixei para trás. Tantas coisas, tantas pessoas, tantos objetos e tantos sonhos. Me perdi e quando eu percebi, estava parado no meio do Viaduto do Chá imaginando o que teria sido de mim se eu tivesse escolhido o outro caminho. Aquele que não é esse que escolhi. Aquele em que eu estaria firme e de pé agora. Ou não.

Virado no cão

Daí que hoje eu estou virado no cão. Eu mataria alguém com a mesma facilidade com que eu escrevo meu próprio nome. Adoraria ver alguém desagradável ou arrumar alguma confusão. Não vejo a hora de sair para almoçar, e a mocinha do restaurante, por engano, me entregar o suco errado e eu poder acabar com a raça dela. Estou no PERIGO! Estou com uma dor de cabeça do cão (bebi saquê ontem), estou com fome, estou me sentindo peitudo-demais-para-um-garoto e estou trabalhando por TRÊS!!! Sim, sem exagero. Recebo e-mails, faço impressões, desenvolvo artes e ainda atendo clientes.

21 de dez. de 2009

Uma menina vestida de princesa e meia dúzia de coxinhas com copos e copos de vinho

Fim de semana em família sempre é uma surpresa. Aniversário infantil com tema das Princesas Disney. E eu lá sentado, olhando as crianças dançarem e se requebrarem até o chão ao som de pagodão. Minha vó estava praguejando de um lado e reclamando do sabor da coxinha.
Eu presenciei a fatídica cena do gordinho no canto, comendo uma coxinha inteira com um só bocado - não, o gordinho não era eu. Mas eu também não fiquei imune a olhares maldosos e o namorado da minha tia me chamou de gordo. Eu até sei o porquê, só porque eu estava me sentindo magro - comprei uma calça 40 que está uns três dedos mais larga do que o meu corpo. Mas tudo bem, hoje eu farei uma desintoxicação que se consiste em tomar somente suco o dia todo. De quebra ainda consigo perder um quilo nessa brincadeira.

Experimentei uma sensação muito gostosa, que eu adoraria poder usufrui-la mais vezes. Estar invisível. As pessoas passavam por mim e simplesmente não reconheciam. Tinha muitas pessoas que eu não via há mais de cinco anos. E eu mudei demais nessa época. Fiquei mais magro, tatuado e furado. E acho que a minha fisionomia mudou também. Ouvi várias exclamações do tipo: Nossa, eu vi você nascer!!! ou - Nossa!!! Você está ótimo, quase não reconheço!!! - Eu guardava um sorrisinho maroto por dentro, quando ouvia essas exclamações maravilhosas.

Fugi três vezes para fumar. Minha tia mora em uma casa em frente à um praça. Aproveitei enquanto estavam todos assistindo a um vídeo de retrospectiva que passaram em um telão (ai gente...) e subi rapidinho no quarto e peguei um cigarro na mochila e corri pra praça. Juro que foi o cigarro mais gostoso da minha vida.

Em certo momento inventaram de abrir um galão de vinho (daqueles de cinco litros) doce e barato. Recebi o apoio de um velho (que enchia o meu copo rapidinho e eu o virava de uma vez, com um gole só, virado para a pia). Isso quando eu não ficava caçando latinha com resto de cerveja (ai gente...chega fez dó). Mas foi legal. Sempre fico com a impressão de encontrar um pedacinho meu que ficou perdido no tempo. Eles me fazem eu lembrar de tudo o que eu quis assassinar por muito tempo da minha vida. Eu.

O domingo foi cheio de excessos novamente. Comi meia panela (daquelas grandes de pressão) de charutinhos de repolho - os quais eu ajudei a fazer. E depois deitei no sofá e fiquei assistindo Eliana. Me lembro de ter acordado depois e estar sentado em um ônibus com o meu celular tocando - era a marina me chamando para cumprir uma missão. Eu estava cheio de muambas até o pescoço - quando vou para a casa da minha vó, ela sempre me enche de tuppawares com coisas gostosas.

Cheguei na rua da minha casa e me deparei com umas mulheres que eu detesto. Tudo fofoqueira. Falei pra minha irmã: Meu, olha o nariz daquela mulher! Parece um bruxa! - Mas a minha intenção era que a mulher não escutasse. Mas como até parece que ia dar certo, ela escutou e disse: Tô ouvindo viu???
Rimos.

Entrei em casa, tomei banho, comi resto de churrasco (tinha na geladeira) e dormi.
Tudo muito estranho. Muito.
Eu esqueci o que era estar em família. Juro.
E no natal tem mais.

18 de dez. de 2009

Inferno de fim de ano (todo ano é a mesma coisa)

Visualizei o inferno hoje no almoço. Como? Experimente entrar em uma loja de roupas nessa época de fim de ano. Entrei na loja e já veio um atendente, de alargador, baixinho e careca, tentando me empurrar regatas. Eu disse aquela frase clássica: - Não precisa não, estou apenas dando uma olhadinha. E ele constrangido parava de falar, mas ficava do meu lado. Eu estava me incomodando e a vontade que eu tive foi de mandar ele tomar no cu. Mas como sou um bom garoto e mamãe me deu educação, simplesmente continuei olhando as araras com a minha característica cara amarada. Nao gostei de nada ali. Juro que não é discursinho típico de quem não tem um real no bolso para comprar nenhum botton na loja. Só tinha coisa feia. E o que era bonito era absurdamente caro. É...aí a história muda um pouco. Mas a minha revolta maior é o espaço da loja em si. Muito pequena para muitos vendedores. Não existe necessidade daquilo, gente! Juro, tinha uns vinte vendedores, todos estereotipados e mecânicos. Pareciam robôs. E para piorar, ainda tinha umas cinquenta pessoas amontoadas ali naquele pequeno espaço.
Não consegui permanecer mais do que dez minutos ali. Eu desmaiaria se continuasse de pé ali. Falei tchau um beijo pro vendedor (mentira, eu disse só tchau! obrigado!) e saí sem nem olhar para trás.
Na saída tinha mais uns dez vendedores em fila, te olhando...te julgando.

16 de dez. de 2009

Desligamento

Cheguei no trabalho e fitei a cadeira vazia por alguns instantes. Logo me veio aquele pensamento na cabeça, ela está atrasada. Mas me lembrei que ela não estava, de fato, atrasada. Ela simplesmente não ocuparia mais aquela cadeira. Eu teria de me acostumar com aquela cadeira vazia, ou talvez imaginar que ela será ocupada por outra pessoa, que não ela. As risadas de cliente não fazem mais sentido e nenhuma piada interna sobre qualquer coisa besta também já não fará mais tanto sentido. Foi embora. Foi convidada a se retirar desta empresa, desligada para sempre.

10 de dez. de 2009

Amores Suburbanos II

Dois dias depois eu decidi dar início à minha busca. Sabia por onde começar e eu tinha algumas poucas pistas. Sabia que trabalhava em uma grande loja de óculos e mais ou menos em que região. Achei que seria mais fácil, mas me lembrei que essa loja tem uma filial em cada grande shopping. E naquela região existem muitos shoppings.

Saí com uma amiga e procuramos.
Claro que não encontramos.

A busca ainda não acabou.

Por outro lado, sei que se eu finalmente encontrar o lugar, ficarei com cara de idiota e não falarei nada.

Mas é como uma história que ouvi uma vez. A história de dois pombos.
Um deles voou tão longe e a outra nem reparou nele. Mas tudo bem, mesmo sem ser visto ele poderia continuar o dia todo ali admirando em silêncio.

Isso está ficando doentio.
Será que tem a ver com amores de verão?

Amores Suburbanos

Entrei no vagão e a primeira coisa que reparei é que ele estava lá. Sentado e com cara de sono. Suponho que estava acordado há no máximo duas horas. Eu permaneci de pé na porta. O vagão estava relativamente vazio, embora não houvesse sequer um banco livre. Eu vestia verde. Ele vestia azul. Eu já tinha me esquecido do poder que ele exercia sobre mim. Em outros tempos, eu como um adolescente idiota, passava na frente da loja que ele trabalhava só para poder vê-lo. Mesmo que de longe e mesmo sabendo que ele desconhecia completamente a minha existência. Eu continuei ali de pé, inexpressivo. Percebi que ele me olhou e ficou reparando nas minhas tatuagens. Fiquei nervoso. Alguns minutos se passou e o rapaz que estava sentado no banco da frente dele - exatamente na frente - se levantou, e eu mais do que depressa me sentei ali - o que me obrigava a ficar exatamente de frente pra ele e consequentemente, poder olhá-lo melhor. Eu estava nervoso, como sempre fico quando estou perto de alguém interessante. Ele continuou me olhando, disfarçadamente. E eu olhei para ele também, completamente sem graça. Quando chegou na Sé, ele levantou e eu tive intenções de segui-lo. Vi que ele seguiu para o sentido Jabaquara. Eu infelizmente me lembrei que eu ia para o sentido Tucuruvi. Perdi uma chance.

Quando estava dentro do vagão, percebi que eu tinha ido para o sentido Tucuruvi, e não era ali que eu deveria estar. Na verdade era para eu ter seguido sentido Jabaquara e não Tucuruvi como, inicialmente, eu havia pensado.

Não me perdoei por isso e eu poderia ter seguido-o. Droga!

9 de dez. de 2009

Minhas férias

Bom dia, meus amiguinhos.
Voltei das deliciosas férias e já estou completamente exausto.

Cansa ficar de pé em metrô, atendendo clientes chatos e aguentando sandices alheias.
Como foram as minhas férias? Ah sim, foram proveitosas. Não tanto quanto eu planejei, claro. Nada é como planejo. Mas digo que dormi bastante, descansei horrores e eu já estava ficando cansado de viver descansado. Tem horas que o que você mais quer é ficar deitado na sua cama, curtindo um bom folk relaxante e comendo amoras silvestres. Mas tem horas que isso cansa e você sente que precisa de ocupações rápidas, muitas delas, muito rapidamente. E aí você se pega pintando caixas de madeira, trançando um cordão de cortina, fazendo tatuagens provisórias de caneta bic e inventando pratos ultra-elaborados.

Aconteceram tantas coisas nessas férias que eu tenho até preguiça de contar-lhes. Mas vamos lá:

- Dormi mais de doze horas todos os dias;
- Li três livros (Los Angeles, Melancia, Um Best Seller para chamar de meu);
- Me inscrevi em um curso de ilustração editorial e como até parece que ia dar certo, as aulas já estavam na metade;
- Fui na Starbucks mais de 50 vezes;
- Virei algumas noites na rua (na rua mesmo);
- Comi mais do que eu aguentei, todos os dias;
- Não saí o tanto que eu queria;
- Não gastei meu dinheiro de forma sábia;
- Terminei um relacionamento;
- Fiquei BEM mal;
- Me senti machucado, humilhado, desprezado, rejeitado e incrivelmente gordo;
- Comprei o DVD do yeah yeah yeahs importado que eu tanto queria e fiquei feliz de novo;
- Fiz uma tatuagem nova;
- Apertei os laços de amizade com uma amiga que estava distante;
- Fiz uma nova amiga;
- Fiz a Babi;
- Dancei na funk na frente de um bar;
- Gastei muito mais do que 300 reais só com comida;
- Tive uma recaída forte por uma pessoa do passado e tive que me controlar para não pegar o telefone e jurar amor eterno, tudo isso por causa de uma maldita foto que foi tirada há quase exatamente um ano;
- Fumei mais de 50 maços de cigarro nas férias (eu guardei as caixinhas para poder contar, e isso é fora as que eu joguei no lixo);
- Não engordei (ufa);
- Vi meu pai duas vezes (isso é muito);
- Comprei duas camisetas de presente pra minha irmã;
- Prometi que ia tirar carta de motorista e - claro - que não fiz;
- Prometi pintar o meu quarto - e claro, que não fiz;
- Escrevi uma auto-biográfia, a qual foi descoberta pela minha mãe - que ficou escandalizada com o que leu;
- Comecei a frequentar psicólogo (de novo);
- Fui informado de que tenho depressão e encaminhado a um psiquiatra;
- Estou quase começando a gostar de uma garota (isso é bem estranho);
- Chorei pela primeira vez desde março;
- Não queria ter voltado a trabalhar. Nunca mais.