15 de dez. de 2010

Não me importo - mas só por escrever sobre, significa que apenas estou querendo me enganar

Me perdi naquela noite. Ainda me lembro de como tudo foi. Vestia uma calça preta justa ao corpo e uma camiseta de alguma banda qualquer. De longe eu pude te ver sorrindo para mim. Meu cigarro queimava pendurado na minha boca. Uma leve brisa corria por mim, apesar do calor que fazia. Eu estava triste naquela noite. De verdade.  Eu ainda não sei o que eu fazia ali e nem porque fui te ver. Talvez fosse apenas parar preencher o vazio que eu sentia. Meu semblante não estava animado como o seu. Mas eu não estava exatamente arrependido de estar ali. Na verdade tanto fazia. Eu só queria fugir dos fantasmas da minha casa. A casa estava vazia naquela noite. Voce me convidou para jantar. Eu aceitei meio a contra gosto,  ja que o meu antidepressivo me privava de fome física e ainda acabava por me deixar extremamente enjoado. Pedi um sanduíche de frango apenas para te acompanhar, pois se tem algo que detesto é observar pessoas comerem. Nunca sei o que fazer e o que dizer enquanto as mesmas desfrutam de suas refeições. Pois bem, joguei metade do lanche no lixo e sugeri sair para tomar um ar. O que foi uma desculpa pois eu só queria fumar um cigarro e esfriar a cabeça. Eu estava triste de verdade e eufórico fisicamente. voce pergunta se quero subir no seu apartamento. Dou de ombros e quando percebo, estou vendo a paisagem urbana mais bonita da cidade e acendo um cigarro na sua varanda e fico ali alguns instantes contemplando a cidade. Voce me abraça e eu finjo nao me importar. Finjo que gosto e estou acostumado com toque. Eu ja não estou mais tão triste.

Algumas horas depois eu estou num carro, ouvindo algum rock pesado e observando as luzes do semáforo. Dou um tchau e agradeço a carona.

Eu não me importo.

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