Todo mundo sabe que o metrô de São Paulo não é lá grande coisa e que esta cidade anda superlotada por demais. Nada contra quem migra de outra cidade, mas acho que poderia rolar um controle de quem entra. Ou então fabricarem mais anticoncepcionais e fazer uma campanha de marketing mais elaborada com artistas da música pop na TV explicando sobre os riscos de uma gravidez. Ou então as pessoas poderiam utilizar mais bicicleta, patinete e pogobol. Assim, sobraria mais espaço pra mim no metrô e eu não me estrassaria tanto.
Pois bem, vou contar sobre a saga do de volta ao meu lar de ontem. Nunca achei que seria tão difícil voltar para casa. Estava eu no trabalho, belo e folgado (isso era umas 17:30) e quando eu percebo está uma TEMPESTADE, com direito a trovões horríveis e pessoas molhadas dos pés à cabeça. Nem me abalei muito, já que anda chovendo todos os dias e depois de uma hora, invariavelmente, para. Ok, vi que a hora passava e a chuva não cessou. Eu, claro, como até parece que ia dar certo, justamente nesse dia eu estava sem guarda chuva. Eu até poderia ficar paradinho em algum lugar até a chuva passar, mas eu ainda tinha que, urgentemente, passar em uma loja de materiais para desenho e comprar um maldito bloco de sulfite a3 120g!!! Sim, nessa hora eu me desesperei. Aí você pensa: ele poderia ter comprado um guarda chuva de cinco reais e voltar belíssimo para casa. Sim, caro leitor...eu também pensei nisso, mas eu não tinha um puto sequer no bolso, apenas o dinheiro do papel que eu precisava comprar. Estava somente com o cartão de uma conta com saldo negativo. Pensei: fudeu! Mas rapidamente, como num relâmpago me veio na cabeça as palavras escritas em neon: EMPRÉSTIMO PESSOAL! Assim fiz e corri para o banco (que é literalmente do lado daqui) e saquei 20 reais do empréstimo. Comprei um guarda chuva de cinco e um maço de cigarros. Mas como, novamente até parece que ia dar certo, a chuva pára exatamente no momento que eu abro o guarda chuva. Ok, nem me estressei e procurei manter o foco da minha meta do dia: ir até a loja e comprar os meus papéis e voltar rapidinho para casa (ai gente...chega faz dó a inocência de um cidadão, mas enfim...), achei que no máximo as 20:30 eu estaria quietinho, banhado e deitado na minha cama já. Ledo engano, mal sabia eu que a noite só estava começando e muita água ainda iria rolar (literalmente falando). Peguei uma lotação que demorou cerca de 40 minutos o trajeto Trabalho - Rua Augusta (trajeto este que demora cerca de oito minutos em situações comuns) e aproveiter para ler meu livro (escrevo um post falando sobre ele depois...ou não) - o qual foi molhado por uma mulher com o guarda-chuva PINGANDO em cima das minhas páginas. Olhei feio para ela e continuei lendo. Quando chegou o ponto que eu deveria descer, outro sacrifício...tinha aproximadamente 30~40 pessoas amontoadas em pé na lotação, e eu novamente, como até parece que ia dar certo, estava sentado na frente e foi um deus nos acuda para conseguir descer. No meio de um monte de cotoveladas e bolsadas consegui descer, já começando a ficar estrassado. Juro que achei que fosse uma piada da vida, em que o alvo, obviamente era eu. Nervoso demais abri o guarda chuva (tinha voltado a garoar) e acendi um cigarro, todo torto e cheio de coisas nas mãos. Daria uma cena engraçada. Mas enfim, caminhei até a loja e comprei o que tinha para comprar. Até aí tudo bem, até achei que a vida estava sendo legal comigo de novo e fiquei até feliz, momentaneamente. Caminhei novamente até o ponto e fiquei 20 minutos esperando a porra do ônibus. Quando ele chegou, subi e pensei: ufa! deu certo! no fim as coisas sempre dão certo. Outro engano, meu caro leitor, a noite agora sim realmente só estaria começando. Fiquei sentado naquele banco de ônibus com uma velha escontando o ombro no meu. O pior é que ela estava MOLHADA. Tentei manter a calma e continuei sentado lá lendo o meu livro. Quando olhei no relógio, meia hora havia se passado e eu fiquei ali esperando aquele transito diminuir para então poder chegar ao meu doce lar. Quando olhei pro relógio novamente, outra meia hora havia se passado, somando-se assim uma hora dentro do ônibus e cinco metros andados. Me irritei, catei minhas sacolas do chão e desci, pretendo andar á pé até a estação liberdade, que eu acreditava estar tranquila. E de fato estava, o terror tomou conta do meu ser quando eu vi a estação sé. Juro, tinha umas - nem tenho noção, mas imagina o lugar mais cheio que você já viu, então, igual! Tinha grávidas no chão, gente chorando, gente passando mal para tudo que é lado, aquele calorão...Os seguranças não davam conta de tanta gente, colocaram até corrente e tal para segurar a boiada. E a maloqueiragem imperando né? O povo nem gosta dessas coisas, imagina. O povão tudo com celular na mão, com MP10 filmando a cena para vender por 300 reais para televisão depois. Um horror! Parecia a cena de uma guerra. Em determinado momento decidi sentar no chão e ficar lendo meu livro, para então esperar algum vagão com condições decentes para ir para casa. Em vão, porque nem no chão tinha lugar mais. Então decidi comprar uma coca e ficar de pé no cantinho bebendo, já que estava muito calor e eu estava morrendo de sede. Não adiantou nada, porque a fila da conveniência do metrô estava gigantesca. Neste momento mandei o mundo tomar no cu e falei para mim mesmo: Vou pra casa agora, custe o que custar. Entrei na fila para entrar nos vagões (me senti no titanic, nas reservas de bote salva vidas) e depois de quarenta minutos eu estava dentro de um vagão ENTUPIDO. Juro que se alguém peidasse ali, neguinho pulava fora. Depois de um tempinho cheguei à minha estação e desci correndo, meio que empurrando porque tava cheio de gente sem noção tampando a porta e pensei aliviado: agora vai! daqui a quinze ou vinte minutos estarei em casa. Outro engano, para variar. cheguei lá embaixo no terminal da estação e vi uma cena desesperadora. Uma fila quilométrica para conseguir subir na lotação. Mas como sou inteligente furei fila e dez minutos depois eu estava dentro de um transporte, todo espremido com uma velha me encoxando e um menino que não parava de me encarar.
Cheguei em casa esgotado, com calos nos pés (tive que vir de all star hoje), com dor de cabeça, sujo e suado.
E pelo jeito hoje terá replay. Tá caindo o mundo aqui. Amanhã eu conto a continuação da saga, que nem eu sei o desfecho.
Descobrirei daqui a...(deixe me ver o relógio) uma hora e meia, mais ou menos.
ME-DO.
5 comentários:
nossa... que odisséia!
:P
se quiser ir na post-it amanhã, no vegas, na augusta (-Q), let me know.
:}
besos, e boa sorte querido.
:*
ai, gente, pegou e fez dó.
que hora chegou em casa?
odeio transporte público nesses dias.
Quando acontece comigo, fico tão irritado q normalmente desço e vou andando sem pressa na chuva msm (por maior q seja a distância)
ausuhauhhsuauhsauh
Deve ser foda isso, ainda bem que não passamos por isso aqui, no máximo um biarticulado cheio
É POR ISSO QUE O BRASIL NÃO VAI PRA FRENTE.. O TRABALHADOR BRASILEIRO NÃO TEM NEM O DIREITO DE SE LOCOMOVER DEPRESSA E CHEGAR LOGO NA SEGURANÇA DE SEU LAR! É UM ABSURDO, DATENA!
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