Estou vivo. Você também está vivo, suponho eu. Coloque as mãos no seu coração, sinta as batidas. O meu está quase inaudível. Isso não basta. Estar vivo não depende apenas de um coração bombeando o sangue para todas as veias do corpo, nem de um cérebro trabalhando. Estar vivo depende do que habita na alma, na cabeça e nas atitudes. Já morri algumas vezes nessa vida, confesso. Pelas minhas contas, umas seis vezes. Sendo que duas delas foram realmente longas e duradouras. Mas como tudo na vida, a gente cansa de estar morto. Assim como a gente se cansa de viver.
Estou vivo.
E aí você simplesmente desencana da vida, em geral. Cansa dos sábados solitários, da ausencia das pessoas, da sobra de dívidas, dos problemas, do silêncio que te segue o dia todo, daquela cara fingida e pseudo sorridente que você usa e decide viver ignorando tudo isso. Quase como uma alienação forçada. Mas, ora, quem disse que a alienação é de todo ruim?
Viver. REVIV. Seria algo como "Revivi". E eu posso dizer que revivi. Eu já nasci algumas boas vezes. E não sei se essa é a minha última vida e nem sei se será duradoura. Talvez eu morra semana que vem e reviva somente no ano que vem. Ou não. Talvez eu nunca mais morra e me torne um ser imortal.
Um comentário:
Não queria ser imortal. Não nesse mundinho de merda em que vivemos.
Postar um comentário