27 de out. de 2010

Alternativa de emergência

Algumas vezes nos deparamos diante de situações aparentemente impossíveis de serem resolvidas. Deixando como única alternativa o fato de você não existir mais. Ou talvez, você tente yoga, vegetarianismo, evangelismo, catolicismo, auto-ajuda e orações. Para algumas pessoas funciona, para outras não.

É simples assim.

Válvula de escape. Cada um tem a sua. Cada pessoa tem a sua droga. Mesmo que esta não seja necessariamente uma "droga" de fato. Acredito que o ser humano enlouqueceria sem uma válvula de escape. Válvula de escape, subentenda como um ser inanimado, objeto ou atividade. Pessoas não servem como válvula de escape. E nem como apoio, embora alguns usam como tal. Talvez pela minha individualidade misturada com o meu orgulho natural, eu não admito o apoio em alguém. Não sei se isso é certo ou errado. Na verdade, nem sei se existe o certo e o errado. Pra mim não faz tanto mal. Já fez mais, confesso. E para você?

Abraçar pessoas. Conversar com pessoas. VER pessoas. Tudo isso faz parte de uma boa qualidade de vida, acredito eu. Por mais que você seja como eu, que diz para quem quiser ouvir que um humano não necessita de outro, você sabe que no fundo, você precisa sim. Ninguém pode viver sozinho. O ser humano é um ser sociável por natureza, mesmo que você seja anti-social como eu. Irônico demais?

Fuga. A fuga é a coisa mais covarde que existe por aí. E eu não sou o cara mais corajoso que se pode encontrar. Muito pelo contrário. Já fugi de várias coisas, por diversas vezes. E não me arrependo disso. Foi bom na hora que me serviu. Mas a volta da fuga pode ser pior do que a fuga em si. Experiência própria. Olha, você até pode pegar a sua mochila, meia dúzia de roupas e um notebook e sair por aí. Viajar pelo nordeste e morar em cidades do tamanho de bolas de gude. Mas você nunca conseguirá fugir do reflexo que vê no espelho. A sua essência. E por mais que ela te incomode e seja suja, vermelha, sangrenta, machucada e com hematomas, ainda assim ela é você.

E é o que te preenche e te sustenta vivo, com esperanças de que algo se mova. Ora, se você está branco, limpo, sem manchas e hematomas, qual é o sentido de esperar algo da vida, se você já é "completo" "perfeito"?

Como eu disse, por dentro posso ser vermelho, machucado, quente, sangrento, excessivo e carente. Se eu deixar isso à mostra, você vai querer ver?

Sempre escondi. Vou deixar...

Ok, muitas divagações. Talvez amanhã eu releia isso e não concorde com mais nada. Assim que é a vida.



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