26 de mar. de 2012

stars

sentado no ônibus, assistindo toda a paisagem urbana sob a chuva fraca que caía, pude repensar em todas as coisas que eu havia feito até o longo desse tempo todo.   Lembrei de cada momento compartilhado, com cada uma daquelas pessoas todas. Lembrei de como era a sensação de encher o cérebro de oxigênio, e dar aquela risadinha sem graça. As coisas nunca foram fáceis, mas eu me divertia. Ah, como me divertia. Levantava a hora que fosse e ia lá encarar o dia, a noite, a tarde ou o que fosse. Lembrei de como era a sensação das gotas caindo sobre a minha pele e de como isso me fazia feliz. Pensei bastante, sabe? E quando era tão alegre pegar o celular, acender um cigarro e ouvir vozes familiares d'outro lado da linha, ah como era bom. Hoje tudo mudou, viramos adultos. Temos contas para pagar, temos responsabilidades com profissões não tão legais assim, ou profissões legais, que seja. Temos filhos para cuidar, mas na verdade ainda somos umas crianças por dentro, daquelas mais insuportáveis que choram por atenção, fazem birras e se jogam no chão, mas ficamos muito bravos quando as nossas próprias crianças fazem o mesmo. É uma exclusividade nossa, ora pois? Aí sentamos numa calçada qualquer e nos lembramos de como era bom o cheiro de bolo, cheiro de mato molhado, de cocô de cachorro e de passar a noite olhando as estrelas. As estrelas assistiam nossas vidas com assiduidade, num nível muito maior do que o que assistíamos seu brilho.

Nos esquecemos de tudo isso.

E você onde esteve esse tempo todo?

Um comentário:

LubaLuba disse...

A gente só poderia virar adulto quando nosso cérebros estivessem amadurecido o suficiente. Me vejo diante de responsabilidades que não quero e ainda não estou preparada pra assumir. Quero arroz, feijão, batata frita e farofa com suquinho de limão que minha tia fazia pra mim quando eu era menor. Ó vida.