28 de set. de 2011

Dia das crianças, esclarecimentos e a minha cabeça oca

O dia das crianças está chegando. A televisão começa a apelar para esse gênero de propagandas, claro, destinadas às crianças em geral. Bonecas que falam, respiram, comem cabelos e video games que funcionam com o seu movimento. Podem me chamar de velho, mas a minha geração, talvez, tenha sido a última que aproveitou a infancia de verdade. Nós, que nascemos na segunda metade da década de oitenta, tivemos a última infancia de verdade. 

Eu sabia brincar com bolinhas de gude, assim como também sabia todas as brincadeiras do tipo de mamãe polenta, mãe da mula, mãe da rua, barra manteiga, queimada e etc. Eu me juntava com 500 crianças e varava  tardes brincando de esconde-esconde. Eu vivia caindo. Eu vivia ralado. Ainda me lembro bem da dor que o merthiolate causava nos meus joelhos. Lembro de chegar em casa morto de fome, depois de ter passado o dia todo subindo morros, brincando de aventuras em terras loucas (lembro muito bem da tal da ilha da caveira louca, que era um buraco negro em algum lugar que eu não lembro exatamente).

Também gastei meu tempo jogando campo minado no computador antigo que meu pai comprou, na segunda metade da década de 90. Disquetes! Como eu adorava disquetes! Principalmente os coloridos. Ah, claro, e o clássico Paint. Quem nunca ficou horas e horas desenhando bonecos no paint usando spray amarelo como cabelos louros? E quando veio a internet então? Nada de msn, orkut, facebook, twitter. Minha diversão na internet eram as tirinhas que o Mauricio de Souza disponibilizava no site da Turma da Mônica, ou ficar a tarde toda vendo perfis de pokémons. E o sufoco que era esconder conexão no meio da semana, quando ainda era aquela fortuna na conta de telefone? E o barulhinho de discagem?

Hoje em dia crianças pedem 20 reais pros pais. Apenas para ir á escola. Eu ficava super feliz quando 3 reais pra levar á escola. 3 reais pra mim, era o dinheiro perfeito. As coisas eram muito mais baratas. Com 3 reais eu conseguia comprar um salgado (R$ 1,00), um refrigerante (R$ 1,50) e um dip'n'link (R$ 0,50). Eu não precisava mais do que isso para ser feliz.

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Ontem foi um dia realmente confuso, mas que serviu para me esclarecer muitas coisas. Decidi que, definitivamente, preciso me cuidar. Cuidar da minha saúde, da minha imagem e da forma que uso para tratar a mim mesmo. Não sou um sem valor e eu preciso me tratar como tal.

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Sou tão desligado que de manhã comprei uma senha pra recarregar meu celular, guardei a notinha na mochila, tomei meu café, abri a mochila, tirei todo o lixinho (inclusive a senha) , joguei tudo no lixo e saí como se nada tivesse acontecido. Perdi doze reais. Dinheiro pra um almoço. Bad.

Um comentário:

LubaLuba disse...

E aquelas balinhas de 1 centavo ? GENTE como eu amava aquilo *_*
ok, cresci na decada de 90, mas eu fiz tudo isso aí !

ahh lembrei do pirulito dos powers rangers que tinha um chiclete dentro e era transparente em cima com um desenho do um dos powers rangers e embaixo colorido.