Todas as noites, como num ritual, ela se pintava com as mesmas cores, penteava o cabelo da mesma maneira, vestia as mesmas roupas padronizadas, a mesma bolsa de vinil e ia para as ruas. As ruas era a sua casa e onde ela se sentia alguma coisa. Sua casa era o santuário da solidão. O silêncio era tão grande, que podia ser palpável. Então, nas ruas ela encontrou o seu lar. Passou a vender seu corpo não por necessidade. E sim por amor. Ela acreditava que em alguma dessas alucinadas noites da cidade, alguém diria um "eu te amo". Ninguem nunca o fez.
Era noite de natal e solidao batia a porta. Ela estava encostada num muro esperando algum possivel cliente. A rua estava deserta. Exceto por um mendigo do outro lado da praça. Ele contemplava as luzes e fumava algum cigarro barato. Ela se aproximou dele e perguntou se ele queria diversao. Ele respondeu rapidamente que nao poderia pagar. Ela olhou para as luzes enquanto pensava e por fim disse: hoje e por minha conta. Ele ficou incredulo e abriu um sorriso de poucos dentes.
No quarto do love hotel barato ela se preparava para a noite de natal com o mendigo. Ele estava deitado na cama. Ela se despiu completamente. Inclusive de seus adornos e maquiagem. Era a primeira vez que ela se apresentava dessa forma para um cliente. Ele dizia que ela era linda.
Na cama eles conversavam. Ela contou lhe sobre a infancia dificil e sobre a sua solidao. Ele ouvia atentamente e falava pouco. Por fim eles se abraçaram. Ela chorava.
Ele disse: eu te amo.
E naquele momento eles realmente se amavam. Um suprindo a solidao do outro. Ela continuava chorando enquanto estava por cima dele. Ele pressionava o pescoço fino dela sob suas enormes maos. Ela perdia o ar pouco a pouco. Ate que deu um ultimo suspiro e caiu de lado. Em seguida ele tirou do bolso da calça que estava no chao uma navalha e cortou a propria jugular e disse: vamos viver juntos para sempre.
[digitado freneticamente no meu horário de almoço pelo celular, por isso está cheio de erros de português, mas faz parte e eu estou cansado demais pra arrumar tudo].
[digitado freneticamente no meu horário de almoço pelo celular, por isso está cheio de erros de português, mas faz parte e eu estou cansado demais pra arrumar tudo].
2 comentários:
quero historias suas.
Gente, que triste. Me faz refletir.
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