13 de mar. de 2011

Já estou acostumado

As pessoas usam adjetivos como: você é divertido, moderno e até exótico eu já ouvi.

Ou seja, você é feio. Só não querem falar explicitamente.
Hahaha!

12 de mar. de 2011

Pequenas Lembranças

Manhã chuvosa de domingo. Café na padaria, alguns trocadinhos a menos. Claro, pelo porte da padaria, eu achei que fosse dar mais caro. Surpresa. Um maço de cigarro a mais. Me acompanhou até o metrô. Eu feliz da vida, com a mochilinha cheia de roupas. De volta para casa, quase tão bom quanto o dia anterior. Eu estava feliz. Eu era feliz.

Não faz sentindo algum, pra quem não sabe do que se trata. E ninguém sabe, certamente. Só eu. E talvez um outro alguém. Mas acho que não, então vamos considerar que só eu entendi. Entendi e fiquei feliz pela lembrança. Quase tão feliz por ela ter existido um dia. E por ter sido real. Dias difíceis. Tem sido dias complicados em que eu me arrasto e me prendo a qualquer lembrança boa do passado, só assim eu me sinto vivo, respirando, e arrisco dizer, bem.

Nada disso é real. É um espelho do que ficou pra trás. Não deveria me importar com nada disso. E acho que não me importo mesmo. Escrevo pela lembrança e pelo valor do que ficou pra trás.

E esse é mais um surto silencioso da madrugada. Acho que vou desenhar.

Vontade de comer alguma coisa com bastante queijo derretido.

A pseudo-morte do criador do Pokémon e a minha visão sobre a tragédia nas ilhas nipônicas

Quem acompanha este blog, sabe que eu não costumo comentar sobre o que está acontecendo no mundo.  O foco desse blog são os meus pensamentos, cotidiano e etc. Mas hoje gostaria de falar sobre a tragédia do Japão. Confesso que ontem de manhã, quando abri a página da internet, antes de ir para o trabalho, fiquei muito chateado com o que vi. Não sei se já falei aqui, em algum momento, mas sou amante da cultura japonesa. E sempre me simpatizei com tudo relacionado a eles. Por um lado, fiquei feliz ao saber que os danos e mortes não foram TÃO aterrorizantes, quanto teria sido em qualquer outra parte do mundo, já que o Japão é, indiscutivelmente, um país de primeiro mundo, com ótima organização e uma preparação própria para esse tipo de desastre natural, já que está localizado geograficamente, numa área instável. Sei que não tem nada que eu possa fazer para ajudar aquelas pessoas que perderam suas casas, lembranças, sofreram e morreram, mas quero deixar registrado aqui a minha tristeza diante disso. :(
E para piorar tudo, hoje vi no twitter alguns boatos de que o criador de Pokémon, teria morrido no Tsunami. Fiquei desesperado e quase saiu uma lagriminha de tristeza. Afinal, Satoshi Tajiri foi o grande criador do maior entretenimento da minha infância. Sim, eu fui um pokemaníaco total. Daí mais que depressa, digitei no google algumas palavras chaves, e vi que muitos sites informaram que sim, ele havia morrido. Ele e a criadora da Hello Kitty. Porém, logo em seguida achei uma nota dizendo que a Nintendo divulgou oficialmente, que nenhum membro de sua equipe sofrera algum acidente. Aí eu fiquei feliz de novo, porque prefiro acreditar no melhor (nesse caso).

Mas ainda fica a dúvida.










pika?

11 de mar. de 2011

Notinhas

Mais uma semana que se vai, cambada. Uma semana curta, diga-se de passagem. Dois domingos não é pra qualquer um não, beibe. Tô feliz por isso. Embora sem nada pra preencher o fim de semana.
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Sou comprado com comida, não que eu me importe. Muito pelo contrário, gosto muito. Daí que ontem fui informado que ganharei um jantar japonês de presente, do @gutoagain. E hoje abri minha caixa de spam e vi que o @juarezforever me deu um cupom do Peixe Urbano valendo temakis. E o mesmo me disse que quando for mandado embora (ele quer muito isso), vai me dar de presente um lanche em alguma lanchonete legal e um afogatto.  É legal ter fama de comilão por aí. 
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Oficialmente, fali hoje. Cinquenta e cinco centavos era a verba para o almoço. @ptorrecilha, caridosa que foi, me deu um pacote de torcida (sabor pizza) e um pé de moleque.
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Declaro aqui, todo o meu sentimento ao povo japonês (que eu realmente amo de coração). E sinto muito pelo ocorrido, espero que ninguém que lê aqui tenha sofrido alguma coisa (sei que tem leitores assíduos do Japão aqui). Fiquei realmente muito triste com o que vi pela internet. Penso sempre nas crianças, nas pessoas de boa vontade, nos puros de alma (cafona, eu sei, mas é a realidade).
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Tô desenvolvendo um material pra um cliente aqui. Um cliente chato e com bafo. O que fazer? Tô pensando seriamente em levar pro pessoal e atrasar o máximo que eu puder. Estou à ponto de voar no pescoço dele (peguei o tamanco e dei na moto dele).
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Vontade de bolo de fubáfubáfubáfubá.
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Deixa eu voltar a fazer figuração sem fala aqui. Tchau.

10 de mar. de 2011

colher de sopa

O cigarro queimava, fazendo aquele barulhinho típico, que ela tanto gostava. Gastava todas as suas noites olhando para a lua. Ela adorava observar a lua, ao mesmo tempo que ouvia Rolling Stones. Gostava da sensação de calmaria, que apoderava todas as suas noites, o momento em que chegava em casa, fechava-se do mundo externo, tirava suas roupas desconfortáveis, acendia o seu cigarro e ia contemplar a lua. Na cama, ela sempre pensava sobre o momento, o que estava acontecendo e o que se passava em seu coração. Ela acrediatava não possuir mais um, mas conseguiu se convencer de que eles estava ali. Machucado, vermelho, sangrento e queimando. Tudo bem, aquilo era cômodo, ela podia conviver com aquela dor. Pseudo se apaixonava por alguém, pelo menos uma vez por semana, quando podia, fazia com que se apaixonassem por ela também, ás vezes com muito sucesso e as vezes não. Gostava desse joguinho e tentava, com isso, encontrar alguém que olhasse para a luz dela. Que descansava lá dentro, meio escondida. Mas ninguém enxergava, porque ela escondia ao máximo. Escondia porque tinha medo. Medo de alguma coisa que ela nem sabia o que era. Mas a luz estava lá. Ela podia enxergar.

9 de mar. de 2011

Viver é fácil

Confesso, eu que complico a minha vida. O segredo é não se importar. O segredo é se divertir em cima do "não se importar".

Hoje por exemplo, me ligaram no telefone do serviço para cobrar dívidas. Concordei, assumi a dívida (alta). mantive meu pescoço lá no alto e não me importei. E ainda dei risada depois. 

Esses dias, uma amiga do trabalho perguntou se meu nome era sujo, do nada. Respondi, instintivamente, que não. Ela só olhou. Agora eu entendi. A vaca do banco deve ter ligado enquanto eu estava almoçando, e essa minha amiga provavelmente atendeu o telefone e ficou a par da situação. 

Mas e daí?
Um dia eu pago. Deixa eu me divertir e comprar sorvetes primeiro (muitos deles) :P

8 de mar. de 2011

Inside

- Posso te ver por dentro.
- Como assim? O que quer dizer com isso? 
- Posso saber o que está sentido. 
- Ah, é? E o que estou sentindo?
- Medo.
- Eu não tenho medo de nada.
- Não mesmo?
- Não. Você é um babaca que acha que pode saber tudo sobre todo mundo.
- De certa forma. Mas isso não anula o fato de eu saber o que está sentindo. E posso afirmar que é medo.
- Você só fala merda. Saia daqui.
- ...

Mas ela sabia. Ela sabia que a única coisa que habitava a sua cabeça, era o medo. O medo de ficar sozinha.


7 de mar. de 2011

meio dia e quarenta

vou virar pedra novamente.

ah, se vou.

quem disse que eu preciso "sentir" alguma coisa sobre qualquer coisa?

Industria

Seu vazio é uma merda. Você se sente um robozinho que a sociedade, a mídia e as autoridades controlam. Você acorda, vai trabalhar, faz a sua hora de almoço com o tempo cuidadosamente contado, volta a trabalhar, encontra uma pilha de coisas chatas para fazer e depois vai para a casa, num onibus ou metrô lotado de robôs que tiveram um dia exatamente como o seu. Tudo isso para que? Pra comprar um celular legal, uma roupa da moda, comer, sair, beber.. Pra que?

Preciso disso não. Papo de hippie? Talvez, viu...

5 de mar. de 2011

O rato morto

O rato morto 

O cachorro corria pela sala, exibindo um rato morto pendurado pelo rabo. Uma mulher estava encostada na parede olhando com repulsa para aquilo. Em tom de reprovação fez um gesto para o cachorro entender que ele deveria sair dali com aquela coisa. O cachorro olhou com ar de piedade e largou o cadáver do animal no tapete persa que decorava a sala pequena. A mulher olhou em volta, inutilmente a procura de alguém para ajudá-la naquela situação nojenta. Sozinha como era, impossível seria tal ação. Estava tão acostumada a ser assim, que ainda se admirava quando tinha reações incondizentes com a sua solidão. Na sua geladeira havia potinhos de coisas pequenas, pedaços de bolos solitários e em embalagens individuais, frios estragados e uma caixa de leite azedo. Olhou para o telefone e pensou em digitar o número dos bombeiros e implorar para que lhe tirassem aquela criatura de sua imaculada sala. Achou que seria ridicularizada por fazer isso.

Pensou em deixar o pequeno defunto ali na sala...sozinho. Pensou até em inutilizar aquela sala e talvez jogar uns jornais em cima do pobre defunto, afim de não precisar visualizar aquela cena nojenta.

Não havia nada a ser feito. Ela não tinha amizade com vizinhos, ela não tinha ninguém. Ela só tinha a sua solidão.

Sentou numa cadeira que estava aleatória na cozinha, cobriu o rosto com as duas mãos, como se tivesse tentando esconder uma fraqueza e chorou. Chorou não pelo fato de ter um rato morto na sua sala. Mas pelo fato de ser sozinha. Não tinha nada e nem ninguém, só um rato morto sobre o tapete persa de sua sala.

[post retirado do meu outro blog, escrito por mim no dia 01 de outubro de 2009]

Motivos de riso cotidiano

Dia desses, ao ver uma mulher vulgar no ônibus, me veio a questão: Porque mulheres não gostam de mulheres vulgares? Porque tanto ódio gratuito? Fiz essa mesma pergunta para a minha mãe, que respondeu que não é ódio. Geralmente, as mulheres se sentem ameaçadas por elas, ou sentem inveja ou mesmo por frustração. O que fez todo o sentido na minha cabeça, mas ainda assim continuo achando que a mente feminina é um grande mistério.

Daí que ontem, sexta feira à noite, pré carnaval, estava eu no mesmo ônibus, no mesmo horário. Derrotado, cansado, fatigado de um dia de trabalho ocioso (parece que cansa ainda mais) e vi a mesma mulher vulgar, no mesmo lugar. Ela sempre fica na frente do ônibus, antes da catraca. E como o ônibus estava cheio no fundo, resolvi ficar ali sentadinho na frente, naquele banco de cegos. E ali continuei, admirando a paisagem nublada e curtindo um som. A Vulgar (chamarei-a assim) tem aproxidamente uns 50 anos, alta, estava vestindo uma calça jeans apertadíssima (dava para ver suas partes genitais insinuadas sob o tecido, e não, ela não era travesti) e um body (é assim que se chamam aqueles "maiôs"?) idem apertadíssimo. Cabelos longuíssimos e lisíssimos, os quais ela fazia questão de ficar jogando sensualmente para todos os lados. Carregava duas bolsas. Ok. Conitnuei analisando a pessoa em questão. E reparei que atrás dela, tinha um cara que não parava de olhar pros peitos dela, gesto esse que ela já tinha percebido e ainda fazia questão de ficar empinando as peitacas, para dar uma "ressaltada" e facilitar a visão do pobre rapaz. Daí que num determinado momento da viagem, o ônibus fez uma curva fechada e ela se jogou de propósito em cima do rapaz. Que, muito solidário que era, rapidamente pegou as bolsas da mão da madame e segurou pra ela. Ela toda sorrisos, se ofereceu inteirinha pra ele com apenas um olhar. E eu ali sentado, ainda curtindo meu som, porém dando risada sozinho. E foi aí que os dois se puseram a conversar. Neste momento fiz questão de dar um mute no player, com aquele sorrisinho safado na cara. E aí os dois começaram a falar da vida. Ele confessou que sempre olhou pra ela, de longe e que ela era linda, e adorava mulheres altas como ela e etc. Ela toda sorrisos, jogando os cabelos sempre que tinha oportunidade. A partir daí foi uma sucessão de conversinhas bestas, as quais eu prestei atenção em todas. Sei da vida toda deles. Ela trabalha como recepcionista numa clínica lá em Moema. Ele é farmacêutico da Drogaria São Paulo lá da Saúde. Ela mora na Vila Císper e ele, perto do extra da Penha. Ele tem um metro e noventa e três e ela um e setenta e seis (a mesma altura que eu). Ela tinha apelido de girafa no colégio e ele jogava basquete. Ela gostava muito de comer pêssegos em calda (isso eu tô inventando). Tá, daí que chegou o ponto dele, se despediram e ela fez questão de empinar a bunda pra trás, afim de encostar nele. Ele pegou na cintura dela "pra ela não cair" e ele terminou com um: Da próxima vez não vou ficar só te olhando.

Então tá bom. Continuei dando risada por um tempo, até entrar uma senhora gorda, negra e loirona no ônibus. Gritando pra quem quisesse ouvir, que ela estava com dor de barriga e precisava sentar.

Ai gente. Sou normal.

4 de mar. de 2011

A festa da carne

Hoje um senhor me perguntou onde eu ia "pular carnaval". Prontamente, respondi que iria "pular" em casa. Ele perguntou se eu não gostava de carnaval e porque. Respondi que não, justamente por não gostar de sambar, de festas e etc. Ele me elogiou, me abençoou e disse para eu continuar assim. Pois carnaval nunca levou ninguém a lugar algum. :)

Aí ele me deu 1,50 de caixinha e foi embora.

Então tá bom.

3 de mar. de 2011

Pouco

Gosto desse tempo frio, sabe? Estava sentindo muita falta dele. Vocês não tem noção como a paisagem do Centro de São Paulo fica linda em dias assim. Gosto desse clima cinzento da cidade, e gosto ainda mais da falta de contraste dos prédios com o céu, ambos em tons escuros, cinza, concretos, imponentes. Gosto de sentar no banquinho da janela, do ônibus/metrô e ficar olhando as ruas vazias, ou com pessoas agasalhadas, carregando guarda chuvas com aquele olhar tenso no rosto. Gosto de ouvir folk nesse tempo. 

Tchau, tô indo tomar sorvete com o meu amigo Juarez. :)

vinte e três de junho de dois mil e dez [repostagem]

QUARTA-FEIRA, 23 DE JUNHO DE 2010

Lost

Se eu tivesse alguma coisa de especial, nada disso seria assim. Não precisaria implorar por atenção, nunca mais. Não quero ser ignorado. Não quero mais ser o gordo do canto. Eu cansei disso. Queria um papel de destque, pelo menos uma vez nessa vida.

Eu não sei mais. Cada hora que passa, sinto falta de alguma coisa que ficou pra trás. O colo da minha mãe, nas horas certas. O cheiro do perfume da minha tia. A bandejinha que minha vó deixava no forninho todos os dias que tinha missa. Da visão das árvores e duas crianças correndo em volta de mim. Dos meninos que me batiam na perua escolar. Dos "Não" que eu ouvia constantemente em casa. Da mochilinha azul da risca que eu carregava pra cima e pra baixo. Do ano de 2000 quando olhei o céu atentamente e percebi o sentido da vida pela primeira vez, e quando passou cinco minutos eu já não acreditava mais nele. Dos legumes em conserva que a minha vó fazia para mim. Das canetas fluorescentes que meu pai roubava no escritório pra mim.

1 de mar. de 2011

Update [caos]

Tá. Primeiro eu acordei na hora que já era para eu estar no serviço. O metrô todo cagado, devido à chuva da madrugada. Chego uma hora atrasado no trabalho e logo me descarregam um CAMINHÃO de coisas para eu fazer, o que faz com que eu demore mais de uma hora para conseguir logar nas minhas coisas pessoais - sim, existe todo um ritual quando chegou ao trabalho, que se consiste em logar no: facebook, msn, gtalk, twitter, blogger e de vez em quando no tumblr. E dá-lhe criações e criações de impressos inúteis, daqueles que o povo olha, acha bonito e joga no lixo em seguida. Uma sucessão de clientes que insistem em reclamar do tom de verde que NÃO SAI no tom exato de folhas de manjericão fresco em temperatura de 20º. Isso me irrita, me deixa com dor de cabeça, ataca meu estômago e faz eu vomitar no banheiro do serviço, com todo mundo escutando as minhas tosses de ânsia. É máquina quebrando a todo instante, é ventilador fazendo tudo quanto é folha voar, é telefone tocando atrás de mim o tempo todo, é gente me chamando toda hora, é cobrança de coisas a todo momento! Argh! Resumindo: da hora que eu cheguei, até a hora em que saí daquela empresa, eu passei o tempo todo fazendo uns TRÊS serviços ao mesmo tempo, alternando somente o serviço em si. Hoje foi, sem dúvida alguma, o dia mais longo e cansativo dos meus trinta anos de estrada. Estou cansadérrimo e nada superou a satisfação que senti quando bateu SEIS E MEIA no reloginho do monitor.

Bom, pelo menos tá friozinho. Alguma coisa tinha que dar certo hoje.

28 de fev. de 2011

Gordo do inferno

Passa o fim de semana todo doente, de cama, pra chegar na segunda-feira e "almoçar" um pacote de ruffles de churrasco (da grande), um pacote de bolachinha de goiabada, um canudo de doce de leite, uma coxinha grande e um risole maior ainda.

Isso por que já tinha tomado café com um bauruzinho e um pão de queijo (ambos grandes).

Gordo maloqueiro sem noção feio chato imundo muito louco retardado comilão glutão gideão  mandrião BOBÃO!

é, tô com raiva de mim. Depois que morre, não sabe porque.

[coloquei o mandrião ali no meio...e foi o gideão também, por farra]

26 de fev. de 2011

pedra

"assim que eu conseguir parar de chorar
vou tentar, de novo, virar pedra."

e é isso.

25 de fev. de 2011

Cair

Um copo com whisky, duas pedrinhas de gelo e um sorriso no rosto. Ajeitou os longos cabelos loiros, ao mesmo tempo em que encarava o reflexo de uma garrafa de tequila que, ironicamente, repousava com tranquilidade sobre o balcão de mármore. O copo estava ali, ainda cheio. Ela meio tonta. Uma combinação um tanto perigosa, ao se tratar D'ela. Sem pensar uma ou duas vezes, pegou o copo e virou, deixando uma gota escorrer de seus lábios vermelhos - combinando com as unhas. Aquele era o começo de tudo. O momento exato que Ela perderia para si própria. Assassinaria uma á outra. Com um movimento rápido, girou sobre seus sapatos altos e deu uma conferida no cabelo, ainda na garrafa de tequila. Estava tudo ok. Abriu a bolsa, remexeu algumas coisas e tirou um batom, o qual passou sobre os lábios, deixando-os ainda mais ressaltados. Ela estava onde queria estar. 

Era livre e tinha o mundo em suas mãos.

Diálogo

- Se tu fosse um rato de esgoto, eu te amaria da mesma forma.
- Porque está dizendo isso? Por acaso não está satisfeito com a minha forma humana? Seria isso algum de seus fetiches nojentos?
- Não, amorzinho. Calma...só quero te dizer, q'eu te amo.
- E porque, então, carrega esse sorriso de deboche ao dizer essa frase?
- Estranho seria eu dizer isso com cara de velório.
- ...
- Vem aqui me dar um abraço.
- Está calor e você está transpirando...
- E?
- Eu não quero ficar suja, vou sair.
- Eu amo a sua acidez.
- E eu detesto a sua doçura.

[três e nove - sexta-feira - ócio]

24 de fev. de 2011

uma hora da manhã e um minuto

O garoto decidiu deixar tudo aquilo pra trás. Ele realmente estava cansado. Estar com o outro era como estar na frente de um espelho e isso não lhe fazia bem. Ele odiava lembrar quem ele realmente era. Um ultimo cigarro e disse "chega". Seu estômago mexia como uma máquina de lavar, a televisão na sala estava ligada em algum programa inútil, ele ouvia algum folk fofo. E o cheiro do quarto era de cigarro com tinta. Tudo era uma porcaria. E mais uma vez ele estava ali, naquele ponto detestável. Ces't la vie, pensava ele. Só queria dar um basta definitivo, ou ter a certeza de algo concreto - o que parecia ser impossível. Migalhas de atenção não era com ele, e sabia não ter essa necessidade. Só lhe restou um fim - ou o começo - e um grande "foda-se" final.

E a armadura fora novamente construída, até a história se repetir. :)