22 de ago. de 2010

Nhoim

Quando alguém faz você sair de casa num domingo de sol forte, tomar banho, pegar metrô e tudo o mais e você aceita e vai feliz, pode apostar que existe algo por trás. Hoje foi um dia bom. Na verdade, um dia muito bom. Dormirei com um sorriso estampado na cara, como há muito tempo eu não fazia. Acordarei daqui a pouco e irei trabalhar feliz, Ouvindo músicas felizes e tendo algo legal para pensar. Não sabia que eu ainda era capaz disso. Achei que o coração estava empedrado. 

Anda falta muito para eu alcançar a vitalidade novamente. Mas algo começou a andar, e isso fez eu me lembrar que ainda sou humano e posso sentir alguma coisa.

Hoje definitivamente foi bom.

Podem julgar agora.
Riam de mim.

Hahahaha!


20 de ago. de 2010

Pena

Ontem estava conversando com uma amiga (Mariana N.) a respeito de como somos esquisitos. Ela anda rebolando de gorda (palavras dela), eu ando me balançando pros lados como uma criançã autista e sem baçançar os braços. 

Quando vamos à baladas, só dançamos sob o efeito de ácool. Danças estranhas.

Certo dia, eu estava feliz. Não aquela felicidade normal, que você apenas sorri. Sim, aquela felicidade louca, doentia e necessitada de loucurinhas. Resolvi que eu seria o rockstar aquela noite. Liguei o som em um volume bem alto para umas 23:00 da noite e me coloquei a fazer performances (tenho tudo gravado no meu celular).

Quando vejo aquilo, sinto pena.

Imagino essa imagem numa balada, cheia de gente descolada, bonita e hypada. 

E essa minha imagem lá no meio. Dançando sozinho.

Inspiro pena.

Prafraseando a Mari N.: "Nessas horas sinto vontade de me abraçar...inspiramos pena".

18 de ago. de 2010

Tudo o que veio (ou o nada que veio)


No frio tomo menos banhos, Ando demorando cerca de 20 minutos para me arrumar para o trabalho, Pastel tem sido a minha refeição todos os dias, Estou a ouvindo a música cheated hearts pela quarta vez seguida, e não pretendo parar, Comi um bolo de doce de leite e estou pensando seriamente em comer só frutas hoje, Estou seguindo a Geisy Arruda no twitter e não me envergonho disso, Ando dividido em duas coisas (mas eu não conto, porque seria muito chato), Passo 80% do meu tempo pensando em comida, onde comer, o que comer, quanto pagar para comer ou qualquer coisa relacionada á comer, Minha maior ambição de vida é trabalhar no ramo de alimentação, Tem 3 pessoas em volta de mim rindo muito, e eu não faço idéia do porque e nem me interesso em saber, Estou com vontade de fazer a coreografia de Cheated Hearts (eu sei fazer), mas estou no trabalho, Faz umas duas semanas que não penso no Cu - isso é bem legal, Quero uma mochila preta, um cigarro e um caderninho novo, peço muito?

16 de ago. de 2010

Mais do mesmo - como sempre

Minha semana não poderia ter começado melhor. Acordo no horário certinho (com muita relutância), não demoro muito para me arrumar, pois já estou devidamente vestido com calça jeans e camiseta, de modo que em menos de 20 minutos eu estou da cama pro ônibus. Ao chegar no metrô, logo senti uma vibe sinistra no ar. Daí por diante é uma sucessão de dores de cabeça e falta de espaço para pisar no chão do vagão. Resumindo: Cheguei uma hora atrasado no trabalho, sem nem ter acordado tarde. Fico pensando se eu tivesse acordado além da hora certa, provavelmente teria me atrasado duas horas. O que não seria legal.

E o frio parece que chegou para ficar essa semana, em São Paulo. O que seria muito interessante se eu tivesse blusas o suficiente para passar uma semana inteiro de inverno.

Ando sem assunto. É sempre mais do mesmo. E se eu disser tudo o que se passa pela minha cabeça nesse momento, um monte de gente vai me censurar e falar: mas, ai vinícius...não fique assim...a vida é boa e mimimi.

My ass.

12 de ago. de 2010

Ahh!




Ok, faz mais de uma hora que estou enrolando para começar a escrever esse post. Vamos lá, colocar todos os pingos nos "is".

Na verdade não vamos não.

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

Pronto. Ainda não passou.
Mas vamos fingir que passou.


Ai, sabe aquela coisa presa na garganta?
Aquele monte de mágoa reprimida, um monte de ódio escondido, rancor e mimimi?

Então.

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

Não sei.
Não sei de nada.
Minha cabeça está uma confusão horrível há meses, mas explodiu agora. Não sei colocar tudo no lugar de novo e ninguém pode me ajudar.

Me procurem daqui a uns dois meses se ainda se lembrarem que eu existo.
Se não se lembrarem, não tem problema também.

Boa vida, galere.

Don't look back

Estamos há quase um ano do dia fatídico que poderia ter sido muito bem evitado se eu escolhesse permanecer dentro daquele apartamento vendo peitos e rindo de meia dúzia de meninas loucas com uma garrafa de coca zero e dois chocolates. Mas não. Escolhi ir até aquele lugar, encontrar aquela pessoa, me iludir, me encher de esperanças de vida e depositar a minha vontade de viver ali. Claro que não valeu a pena e eu voltei com o rabo entre as patas. Fingindo que estava bem, escrevendo textos positivos, me comprando com tatuagens, dvd, comidas gostosas, conversas fiadas. Mas como eu iria saber não é mesmo?

As pessoas filhas da puta existem. E não são poucas. Por esse mesmo motivo resolvi me excluir do mundo. Escolhi viver no lado mais escuro, para não ser visto. Escolhi ficar sozinho.

Desde então, escolhi não me relacionar mais.

6 de ago. de 2010

Fatos curiosos da rotina atual

Não costumo mais viver em função dos sábados como antigamente. Acostumei a viver em função das noites (inclusive as de sábado). É a hora do dia que eu mais estou feliz.
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Ultimamente só tenho estado plenamente feliz quando estou sozinho. Não sei porque, mas ando adquirindo progressivamente um gosto obceno pela solidão.
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Ando comendo muito pão de forma.
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Esse fim de semana pretendo passar com o meu pai. Olha, se eu disser que estou superanimado para ir, estarei mentindo. Pois isso significa dois dias sem fumar e tentando parecer uma pessoa normal, o que está sendo dificílimo para mim atualmente.
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Ontem resolvi cabular a aula de ilustração para...ilustrar! E super rendeu (vide o meu outro blog eat it!). Ando tendo uns lapsos positivos de criatividade. Ontem decidi dar início a uma série de intervenções urbanas, ou seja lá como chamam isso. Vou pintar um personagem que eu criei numas caixas de papelão e espalhar pela cidade e sair tirando fotos delas. Espero que essa idéia saia da cabeça e tome forma.
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Estou com muito fome. Sabe aquela fome que dói tanto o estômago que dependendo do momento, se confunde com aquela dor de saciedade exagerada? Então. E digo mais, meu sonho de consumo nesse momento é comer um pão com maionese. Isso mesmo, um pão francês com umas colheradas de hellmans no meio. Tão simples...
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Estou com a música Hanging on the telephone do Blondie há 3 dias na cabeça. Ou mais. Desde que eu vi um telefone pendurado numa árvore. E agora pouco eu estava ouvindo essa música (pela milésima vez do dia) e atendi um cliente com sotaque alemão, olhos azuis, cabelos loiros e AI. Só essa palavra: AI. Aí ele olhou para mim e perguntou: Isso é Blondí (com acento no i mesmo). Eu disse: É.

Sobre a minha loucura temporária

Hoje saí mais cedo para almoçar. Passei no banco para ver se meu salário já tinha caído, para ver se eu poderia comer algo melhor do que uma coxinha e um suco de laranja, e claro, como até parece que ia dar certo a conta estava vazia. Ok, acendi um cigarro e resolvi dar uma volta para a hora passar mais rápido e eu poder voltar para o trabalho para pesquisar coisa inútil na internet o dia todo. Do nada um espírito de bobeira se apossou de mim e um branco geral me abateu. Comecei a andar, não reconhecendo lugares, sem saber o que eu estava fazendo, para onde ia, atravessando ruas desnecessárias para desatravessar novamente. Um verdadeiro inferno. Fazia tempo que isso não me acontecia.

4 de ago. de 2010

Fiz dó

A pior coisa que pode me ocorrer que seja pior do que sentir vergonha alheia de si mesmo é quando você faz dó para sim mesmo. Ontem um dia típico desses. Estava de bobeira, sem nada para fazer no trabalho e até que bem humorado. Pois então, decidi que seria muito divertido mentir para a minha amiga, dizendo que estava namorando com quem eu sempre quis e que já tinha até feito os diabos e tudo mais. Tudo isso no sábado. O pior de tudo é que ela acreditou, e eu entrando em extase, adorando tudo aquilo. Só que eu não contava com a segunda parte da história. Aquela hora que eu me sentiria muito mal, porque por mais que eu quisesse aquilo tudo que eu estava dizendo, eu sabia que nunca iria acontecer. E para piorar o rebosteio todo, ainda dou de cara com a pessoa mais tarde, fazendo com que eu gastasse 8 reais para ganhar um simples "oi". É muito para minha cabeça. Mentira tem perna curta, mesmo que seja de brincadeira.

A mentira: "Ai porque sábado eu fiz os diabos, fui parar até num apartamento e só fui embora no outro dia de tarde, me levou até o metrô, foi tão bonitinho".

A verdade: Passei o sábado a noite/madrugada dançando com a Joana numa praça da Ana Rosa, sob efeitos de açúcar.

Mais uma vez. Fiz dó.

3 de ago. de 2010

Canetas Permanentes

Acho que decidi o que quero fazer pro resto da minha vida. Sei que, geralmente, isso não é tão levado a sério quando a pessoa em questão tem apenas 21 anos e é o garoto mais inconstante da face da terra. Mas mesmo assim eu decidi, pelo menos por agora. Vou abrir um site na internet e vender peças feitas por mim. O divisor de águas dessa brincadeira foi uma simples caneta permanente que pega em tudo e não apaga por nada, ganhada de uma amiga, a Damaris. Tudo bem que rolou uma barganha para essa caneta estar em minhas posses, mas ainda assim são minhas, e mesmo se ela não me desse eu mesmo compraria uma para mim. Sim, eu fiquei completamente maravilhado com aquilo e me perguntei pelo menos umas oitenta e sete vezes porque diabos eu passei vinte e um anos sem ter uma dessas. Em menos de uma hora eu já tinha "artificado" meu celular (que é branquinho), meu isqueiro, a bolsa de couro da damaris (que ficou muito foda, e valeria uns 100 reais), um pedacinho de pedacinho de parede e o meu bilhete único, que também ficou legal. Ainda não contente, cheguei em casa e artifiquei uma caneca branca que eu tinha ganhado de presente da Joana. Que por falar nela me deu presente ontem também, um estojo muito foda com 48 crayons pastel oleosos importados do Japão. Obrigado gente. Quando eu tiver minha marca de coisas feitas por mim, citarei os seus respectivos nomes. Inclusive, Damaris propôs que eu fosse o seu prostituto da arte, vende arte em troca de materiais legais. Eu aceitei.
...
Cheguei em casa e mostrei meu celular pra minha mãe e logo perguntei, posso desenhar na geladeira? Não. Ok, eu risco minha caneca.


















Foto ruim, tirada do meu celular. Que eu só não tiro foto dele customizado porque estou usando a camera do próprio celular, então isso é fisicamente impossível.

30 de jul. de 2010

Estilhaços de vidro

Desde criança sempre senti que existia uma parede de vidro entre eu e o mundo. Por algumas vezes cheguei a pensar em quebrá-la. Algumas outras vezes até consegui, com algum esforço. Mas sempre doía. Certa vez, no ano passado, decidi que não mais existiria parede nenhuma entre eu e o exterior. Tamanha determinação fez com que eu fosse com muita sede ao pote. Dei um soco tão forte na parede de vidro, sem proteção alguma nas mãos, que me causaram algumas boas cicatrizes fundas nos braços. Depois disso desisti. Decidi construir novamente o muro de vidro. Desta vez ainda mais forte, blindado. Da próxima vez não irei tentar quebrar. É uma grande bobagem. É frio lá fora.

27 de jul. de 2010

Claudia, o que você vai cantar?

Abri aqui pra postar alguma coisa, mas eu não me lembro o que eu ia escrever.

Então depois eu me lembro.

...

Apesar de tudo estou num misto de felicidade contida e pequena com uma leve tristeza, diria que até gostosinha.

Quero fumar um cigarro. Ainda não fumei meu cigarro da manhã.

Cheated hearts could be beautiful

Me sinto enganado cada vez que penso nessas coisas aparentemente sem importância. Tudo parece tão mais fácil do que realmente é, mas quando caio na realidade vejo que não existe facilidade alguma. De repente me vejo na frente de uma televisão, me perguntando incessantemente se vou ter um final feliz como aqueles dos seriados japoneses que assisto. Uma resposta com uma voz já tão familiar me responde um simples: não. Olho para algum desconhecido qualquer e me imagino num castelo alto, bonito, com criados e com qualquer pessoa me dando atenção, um chá quente e fazendo carinho na minha cabeça, como se eu fosse um cachorro feio e abandonado que deu sorte encontrando um dono tranquilo. Me sinto envergonhado de pensar isso e no mesmo momento a voz só me diz: não seja ridículo e se coloque no seu lugar. Tento me aprumar e levanto a cabeça o máximo que posso, meio que tentando fingir uma arrogãncia que não faz parte de mim.

not fine

Ontem acordei no horário certinho, me olhei no espelho, não gostei do que vi e eu realmente não estava contente com nada e com um mau humor absurdo. Resolvi não vir trabalhar, me auto-justificando com uma dorzinhainhainha de cabeça que me assolava.

Passei o dia todo assistindo a um dorama chamado SMILE, gastei e 30 reais de besteira no mercado e fiquei sentindo pena de mim mesmo por tudo e por nada, o dia inteiro. 

Hoje cheguei com a maior cara lavada esperando alguém perguntar porque eu faltei ontem. Mas ninguém perguntou e eu estou aqui sem nada para fazer.

Ah, nem sei...

As vezes algumas coisas demoram a acontecer. Mas elas sempre acontecem. De repente você se enche de vida de novo e acha que aquilo não pertence mais à sua vida. Quando você menos espera, lá estão elas de novo para te infernizar. Nem quero falar muito sobre isso. Sei que não vai resolver nada e sei que só vai servir para as pessoas se afastarem mais ainda de mim.

Tchau, vou comprar pão de queijo.

UPDATE: Comprei croissant de frango.

23 de jul. de 2010

Nada

Hoje é sexta feira. Nada melhor do que uma sexta feira bonita e com céu azul. Sim, como você deve imaginar eu não estou normal. Estou feliz. Não FELIZ, mas feliz. Entende? Então, acordei todo me sentindo o tal, o verdadeiro bambambam. Mentira, nem acordei porra nenhuma. Mas fica muito mais engraçado dizer que sim. Então, deixa pra lá.

Resumindo tudo: Estou bem feliz e no meu horário de almoço senti uma coisa que poucas vezes senti na vida: UMA VONTADE DE SER FELIZ, DE VIVER INTENSAMENTE, SENTIR A AREIA DA PRAIA NOS MEUS PÉS, TOCAR COM A PONTO DOS DEDOS EM DENTES DE LEÃO SILVESTRES DO CAMPO.
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Decidi não almoçar e tomar uma garrafa de heineken. Tá, feito isso descobri que meu intestino funciona muito melhor com cerveja correndo pelo corpo. Daí que agora estou todo me segurando aqui.
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Hoje deu uma peleja travada aqui no meu computador. Aliás, em todos da empresa. Daí que hoje de manhã, cheguei belo e folgado (me sentindo o bambambam) e abri os sites habituais que sempre abro assim que sento a minha bunda nessa cadeira, tais esses são: Facebook, Twitter, Hotmail, Gmail, Fotolog e Blog. Tá, fui abrindo, abrindo e abrindo e quando chegou no twitter e no facebook cadê? Apareceu uma mensagem bem grandona, vermelha dizendo que o acesso a esses sites estão terminantemente proibidos! Aí eu quase caí da cadeira e precisei de um copo de água com dois dedos de açúcar pra conseguir voltar ao normal. Chorei, me esperneei, me urinei inteiro, mas não adiantou nada.
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Consegui burlar o twitter pelo menos. A priscilla descolou um programinha que abre o dito cujo.
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Ainda faltam duas horas para eu sair desse lugar. Não sei se isso é bom ou se é ruim.

20 de jul. de 2010

De repente me bateu uma alegria maníaca, daquelas que vem sem motivo e duram mais ou menos uns trinta minutos ou o tempo de você ler alguma coisa desagradável na internet, e isso nem é difícil de acontecer já que me afeto com qualquer coisinha subjetiva. Coisa de quem é egocêntrico demais. E fato, eu sou egocêntrico demais sem ter um ego grande. Isso é possível? Não sei. Mas sou assim. Tenho o ego do tamanho de um grão de ervilha. Mentira, de uma uva vai...E ainda assim eu passo o dia inteiro pensando em mim. Hoje eu agradeci aos seres celestiais por me darem bastante trabalho, Pedi para judiarem de mim e de fato eles judiaram. E eu quis mais. Sabe, é tão chato você pensar em si mesmo o dia todo, e se julgar o dia todo e se criticar e se odiar e tudo de negativo. Cansa um pouco. Mas hoje eu tô bem legal. Tô no ponto pra poder passear bonitinho com alguém, conversar e até dar risada e contar piadas. É o jeito que eu mais me gosto. Olha, eu não sei o que eu estou falando. Mentira, sei exatamente o que estou falando, mas quando eu digo previamente que não sei do que estou falando, fica mais fácil pra justificar erros de ortografia e idéias tortas. Fica a dica. Mas hoje eu nem ligo. O blog é meu e eu escrevo do  jeito que eu quiser.
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Uma coisa que eu daria um rim em troca? Um churrasco.
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Acabei de receber uma mensagem bonitinha de dia do amigo e eu não conto quem mandou.
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Feliz dia do amigo pra quem é meu amigo. Pra quem não é meu amigo, dou só um oi. Porque eu estou simpático hoje e o menino que trabalha do meu lado até perguntou, mais cedo, se eu tomei maracujina hoje. Eu respondi que não tem nada melhor do que uma noite de sexo selvagem (mentira, nem respondi isso, mas seria bem engraçado, e mais engraçado ainda se ele soubesse há quanto tempo eu nem sei o que é isso).

19 de jul. de 2010

11:16

Porque ainda são 11:16 da manhã e eu não vejo a hora de encerrar o horário de expediente logo. A hora mais esperada do dia, ao mesmo tempo a mais temida. O momento do dia que eu entro em contato comigo mesmo de uma forma muito mais direta, mal criada e até mesmo dolorosa. Isso na maioria das vezes. Não é uma regra geral. Tem dias que rola até um cumprimentinho básico, um oizinho, de repente até um abraço de mim comigo mesmo. Hoje será um desses dias, acredito. Nada de abraços, mas um oizinho eu acho que rola. Dia de andar na rua balançando os braços alegremente, ouvindo alguma coisa felizinha. Tudo "inho". Nada muito excessivo. Até que eu gosto assim.

16 de jul. de 2010

Frio, coração quente

Dia cinza, frio, cobertor de pelo xadrez, cama quentinha e fofa, televisão ligada nos desenhos matinais ou nos programinhas de receitas elaboradas demais pra qualquer mera dona de casa fazer, café com leite bem quente, pão torrado com manteiga derretida, mingau de aveia com canela por cima, carinho, pluma, fofo, rolando na cama sozinho, de preferência uma king size bed, se atirar na cama a distância, calça de moleton de 1997, blusão do mickey cheio de bolinhas, meias diferentes, touca, bolinhos de chuva, sopa de ervilhas, roupas escuras e sóbrias, sem banho, caneca de porcelana, fumaça do cigarro mais visível, cachecol de lã feito por mim mesmo (eu sabia tricotar), abraços apertados, sopa de macarrão, lã, suéter, pulovers, pipoca, filme besta que passa na globo, chuvinha fininha, o barulho da chuva batendo na janela, posição horizontal, silêncio.

Como ainda dizem que o frio é ruim?

15 de jul. de 2010

Perfume Francês

De manhã apareceu uma moça vendendo perfumes aqui no meu trabalho. O povo se juntou e ficaram experimentando os perfumes dela. Um pior do que o outro. Ninguém gostou de nada e a mulher saiu sem vender nada.

Isso fez eu me lembrar da época que eu era mais novo e fazia perfumes. Saía no quintal da minha vó e juntava a maior quantidade de flores, algumas cascas de frutas, pedaços de verduras e até alguns insetos mortos e misturava num litro de álcool e enfrascava em algum frasco de perfume vazio da minha tia e saía dizendo para quem quisesse ouvir que aquilo era perfume francês. Mas que eu mesmo tinha fabricado.

Ninguém nunca usou um perfume meu.

Nem eu mesmo.

Dia chuvoso

Ao entrar no vagão do metrô, notei um par de olhos me encarando. Olhei de volta e desviei o olhar rapidamente, odeio olhar diretamente no olho de estranhos. Nunca sei o grau de leitura de pensamentos deles, embora eu não estivesse pensando nada demais, sempre é bom proteger a minha cabeça. Não, não acredito na leitura de pensamento, não naquela que dizem que Deus faz, mas naquela historinha de que os olhos dizem muita coisa. E dizem mesmo. Então preferi guardar tudo pra mim e fiquei fitando a chuva grossa que caía lá fora. Intrigado que estava, olhei novamente para o par de olhos (com o rabo do olho) e percebi que ainda estava me encarando. Me senti invadido e, de certa forma, me embaracei inteirinho. Sempre fico assim quando me sinto observado por estranhos e sem saber suas intenções ao me olhar. Odeio olhares. Na hora eu não soube se deveria fazer alguma pose agradável, flertar por esporte ou se eu deveria continuar fingindo interesse pelas minhas unhas. Resolvi que continuar fingindo interesse pelas unhas seria melhor. Olhei para o lado de novo, meio fingindo que estava lendo uma notícia interessante na televisão do metrô e olhei diretamente nos seus olhos. Desviou. Covarde. Continuei na minha e peguei o celular do bolso, afim de mudar a música. O celular caiu no chão. Daí pra frente foi uma sucessão de pés, guarda-chuvas, bolsas, tudo molhado. Recuperado o celular, mudei para uma música feliz que nos conta como dezembro é um mês frio. Não me identifiquei graças às diferenças entre a linha do equador e não me senti triste com isso. Gosto de dezembro como ele é. Os olhos ainda estavam me encarando, sem expressão e eu só pude reparar na sua roupa. Uma roupa bonita. Um dia vestirei uma igualzinha. Um casaco bem estruturado. Me deu vontade de perguntar onde fora descolado, mas aí já seria demais e eu não sou tão cara de pau assim. Voltei a fingir interesse pelas minhas unhas e o maquinista (é maquinista?) anunciou a chegada da estação mais movimentada do metrô. Uma enxurrada de pessoas me colocou pra fora e quando entrei no vagão novamente, olhei em volta e não pude mais ver os olhos que me encaravam. Me senti aliviado. 

13 de jul. de 2010

Dancing in the Babylon

Tô numa vibe (agora, nesse momento...daqui há duas horas tudo pode mudar, ou menos) "the world is beautiful". Tudo isso graças a uma ÚNICA música de um cantor chamado Matt Costa (mete de costa, vai! Assim...ahhhh! Tá, parei), a música é fofíssima e se chama Sweet Thursday. Pra quem quiser e se interessar, vale a pena ir atrás. Inclusive, super recomendo as músicas desse rapaz em geral. Folk calminho, docinho, fofinho e tudo "inho". Neste exato momento, estou aqui balançando meus pés sob a mesa, e digitando essas palavras. Estou com vontade de viver. Isso é tão novo pra mim, tão complicado que eu não sei se eu gosto dessas sensação. Estou tão acostumado com o meu humor morno, que qualquer coisa extremamente gritante e quente e grandioso e laranja (associo sentimentos com cores) me dá um pouco de medo. Mentira, não é só um pouco de medo, eu fico completamente assustado. Quando você se ergue um pouquinho a queda é muito mais dolorosa, sempre penso nisso. Nem deveria, mas eu penso. Enfim...eu e a Joana decidimos traçar uns planos e tal, resolvemos nos permitir ser felizes. No meu caso é hora após hora (sou mais inconstante do que ela). Me permitirei ser feliz a cada hora do dia. Na verdade não é um lance de se permitir, é de se obrigar mesmo. SEREI FELIZ NA PRÓXIMA HORA. E na outra. E na outra. Até que um dia eu serei uma pessoa feliz de verdade.

Nossa, não estou conseguindo me conter. Odeio não poder conter as minhas emoções. É uma coisa tão excessiva, credo. Mas hoje tudo bem. Estou amando o mundo e qualquer coisa que colocarem na minha frente, eu direi que é bela.

Ontem alguém me ligou desesperadamente de um número desconhecido (atrapalhou o meu filme, de noite), Fiquei com preguiça de atender, era alguém de vocês? Imaginei que fosse a mariana, mas como eu não tinha certeza, não atendi porque corria o risco de ser meu pai (que também liga como desconhecido). Enfim, o cara do rock rocket está aqui agora. Acabo de dizer pra Priscilla no Gtalk, que o meu trabalho é um antro de celebs do rock independente nacional, Já perdi a conta de quantos "astros do rock" já vi aqui. É muito legal. Dia desses saí pra almoçar e dei de cara com o vocalista do Cachorro Grande, todo se sentindo estrelinha. Pfff. Eu gosto de Cachorro Grande, embora uma amiga minha diga que o vocalista tem voz de velha coroca.

Ai que vontade de sair pela rua dançando, tipo a Karen O no clipe de Zero.

8 de jul. de 2010

De um nada

Olha, faz muito tempo (faz?) que não faço meus posts sobre nada. Geralmente, faço eles para dar uma atualizada geral nos fatos semanais, quinzenais ou seja lá qual for a frequencia. Quero dizer-lhe que não me importo com você e faço isso para mim. Gosto de depois de um tempo saber como eu estava em determinado momento, tenho um pouco de fixação pelo passado e pelas formas que eu via o mundo e fora que escrever liberta. Mesmo que eu escreva somente sobre o caos do transporte público a que me submeto todos os dias, ainda assim, acredite: isso me liberta do ódio. Agora, nesse exato momento estou faminto, preste atenção, MUITO FAMINTO. Aí você vem com aquela pergunta: Ah! Mas porque você só pensa em comida?! Não é que eu só pense em comida, é que....Tá, você tem razão, eu só penso em comida. O tempo todo. Mentira, divido o espaço da minha mente com música também. Basicamente, penso em música e comida na parte do tempo que eu não estou pensando em mim mesmo (meu estômago roncou).

E nesse exato momento eu estou arrependido de ter aberto a caixa de nova postagem, porque eu já não estou mais com vontade de postar nada. Principalmente essas bobeiras, porém, essas linhas foram um tanto cuspidas e de certa forma eu gastei tempo com isso tudo, então acho muito desperdício de tempo simplesmente jogar isso fora e não postar nada. Por outro lado, um post vazio é um post vazio. Eu não trouxe nenhuma revelação bombástica (exceto a de que eu não me importo com você, mas eu também não sei até onde isso é novidade), não trouxe nenhuma benção divina ao universo e nem sou a diva do universo.

Só digo uma coisa: O dia está um saco, não tenho nada para fazer e ninguém para conversar. Talvez por isso eu esteja aqui, sentado na frente desse computador e me submetendo a esse papel idiota e escrevendo um monte de besteira. Não que eu rejeite isso, adoro uma besteira. Ainda mais quando ela se trata de divagações bestas e sem fundamento sobre o vazio. É, hoje estou bem vazio. Não tenho nada para pensar no momento e isso me irrita demais. Gostaria de algo mais profundo do que um prato de arrozfeijãobatatabifecebolasalada para pensar. Me dá um motivo pra pensar? Obrigado.

Olha, eu vou parar por aqui antes que eu comece a divagar sobre a cor da minha cueca e o tamanho do meu penis, o que seria bem desconfortável. E tem um senhor aqui no meu trabalho com um perfume de puta de esquina que está me deixando NAUSEADO e com vontade de fazer alguma loucura (QUALQUER LOUCURA). Arghh!

Sem mais.

Rota 66 - Santa Monica


A primeira vez que a vi, foi quando eu tinha 17 anos. Ainda estava morando com os meus pais em Detroit e tinha uma certa fixação por ela. Jeito meigo de ser, cabelos louros sempre presos para trás num coque e sua roupas em tons pastéis. Nunca troquei mais do que dez palavras com ela, mas eu sabia que ela sabia que eu a amava. Nos encontrávamos frequentemente na escola, dando encontrões meio propositais, meio sem querer. Eu fazia de tudo para chamar a sua atenção e ela sempre sorria. Apenas sorria. Passei a detestar aquele sorriso. Nunca tive coragem de me declarar à ela e com o tempo, a paixonite juvenil e platônica caiu na lembrança. Algo como uma estátua, que você sabe que está ali parada, mas que não pode fazer nada sobre,

O tempo passou e eu decidi de uma hora para outra, me mudar para Santa Monica. Havia recebido uma proposta de cantar em alguns bares da cidade. Junto a mim, levei apenas a minha velha guitarra azul turquesa e algumas peças de roupa. Não precisava mais do que isso. Peguei o velho mustang da família e me mandei, deixando aquele rastro de poeira pra trás. Não queria mais ficar em Detroit, as pessoas me enojavam e eu estava numa fase criticamente entediante. Estava afim de emoções novas. No velho rádio amadeirado do carro, tocava alguma melodia muito triste, o que me obrigou a acender um cigarro e cogitar parar em um bar perdido a esmo. Estava na famosa Rota 66. A tão temida rota 66. Logo de cara, dei uma olhada em volta. Tentei observar o interior do bar e, de certa forma, não me ofereceu nenhum perigo que me fizesse desistir de entrar. Um Ford vermelho antigo me chamou a atenção. Estava estacionado de uma forma muito torta, e o rastro no chão de terra seca que o seguia, podíamos deduzir o que havia sido uma bela estacionada. Ao me encontrar de frente com a porta de madeira e vidro do bar, pude ver um chiclete rosa colado em um dos vidros da frente.

Ao entrar, dei uma bela olhada em volta e não vi nada que me chamasse a atenção. Panquecas com mel e um copo de vodka. Na hora, simplesmente, não passou pela minha cabeça que não era uma mistura sensata. Mas eu estava pouco me fodendo para combinações certas e erradas. Daqui para frente tudo passou, ou muito lentamente ou muito rapidamente, ainda não posso afirmar com tanta certeza. Só sei que tudo pareceu parar de vez e eu tinha sido hipnotizado pela imagem esguia e de cabelos louros que se dirigia, decidida, ao balcão do bar. Neste momento fui interrompido pela chegada das minhas panquecas e minha vodka. Larguei de canto e não atenção a elas. Só conseguia me perguntar: Será? Será? será? Não podia ser. A fisionomia, o jeito, o andar eram idênticos, até mesmo os traços do rosto eram muito parecidos. Será?

Era loura, cabelos crespos e muito armados (o que lhe deixava com um ar muito selvagem), magra e com uma altura considerável, suas roupas coladas de couro preto, o cigarro que carregava pendurado nos lábios cuidadosamente pintados de roxo escuro, suas tatuagens de teia de aranha nos cotovelos e seu ar entediado. Tudo isso era o oposto do que ela fora, isso se considerarmos que seja ela. Fiquei parado alguns longos segundos, meio de boca aberta. Até que a figura misteriosa largou algum dinheiro no balcão. Foi até a mesa e apanhou o maço de cigarros que repousava sobre o tampo gelado e seguiu para fora do bar. Sem pensar, caminhei depressa até a porta, observando ela entrar com estilo no carro, retocar o batom e ligar o rádio do carro, meio fora de sintonia, meio alto e ligado em algum metal com letra satânica e se arrastar para longe dali, sob o sol forte que fazia e sob a nuvem de poeira que se levantou quando o carro de moveu. Eu ainda continuei parado e sem saber o que fora aquilo. O que aquilo significava? Em nenhum momento ela olhou para mim, pelo que eu observei.

E eu ainda continuava me perguntando: "Será?"

Low

Nada é tão certo e belo como parece ser. Sempre que levantamos aquele pano de seda, que cobre todos os seus tesouros, lá embaixo, no meio da prataria e objetos estranhos dourados, podemos ver alguns ossos secos, que se decopoem com o tempo que passa. É como se nada fosse real. E nada é, realmente, real. Por mais que você escute aquilo que tanto quer ouvir, você sabe lá no fundo que não é isso. Está errado. É como um ciclo. Você se sente bem, depois se sente mal por saber que aquilo não é real. E assim começa outra volta, que dará lugar a outra. E outra e isso jamais tem um fim. Podemos até mesmo nos distrair, enquanto assistimos esse filme ruim, podemos descobrir drogas novas que supram aqueles medos, fantasmas e dilemas. Tudo fica mais fácil assim, por mais que seja apenas uma máscara. Mas quem disse que máscaras não podem ser bonitas? O problema é que em determinado momento, ela simplesmente não serve mais, ou de repente ela cai no chão e quebra e se torna muito difícil manter aquela máscara intacta no rosto. Então, de qualquer forma, pensamos: Vale mesmo a pena mostrar aquilo que ninguém quer ver? Talvez sim, talvez não. E se não, palavras podem ser lançadas e com isso, trazendo mais alguns cortes e até mesmo umas cicatrizes profundas. Você vai olhar para o seu braço, olhando os poucos cortes que tem e vai pensar: Essa facada foi de fulano, essa navalhada fina e pequena foi de outro fulano. E assim será, até que um dia elas não signifiquem mais nada para você. O que pode demorar alguns dias, ou alguns anos, talvez nunca deixem de significar e elas sempre estarão lá para te lembrar o quão infeliz você foi/é. Você vai se cansar, talvez atravessar algumas noites acordado, sentado em algum canto da cidade, vislumbrando algumas luzer verdes e você vai se encher com isso, vai achar tudo muito bonito e ficará com cara de criança maravilhada, mas ao subir no metrô pela manhã, para se locomover até aquele lugar que você tanto tem medo, o vazio existencial voltará a te infernizar e, finalmente, ao abrir a porta de casa, você não encontrará ninguém. Ela estará completamente vazia e bagunçada. No fim, tudo se torna igual. Tudo sempre igual e repetitivo. Uma sucessão de fatos que ocorreram ontem, acontece hoje e com certeza amanhã ele retornará.

7 de jul. de 2010

Tell me about your ghost

Enquanto eu caminho, consigo exorcizar temporariamente alguns fantasmas. Mesmo que o efeito dure apenas uma noite, ainda assim é melhor do que viver o inferno que eu estava vivendo. Me desprendo de tudo e me solto da corda por alguns instantes. Consigo viver num mundo mais fácil, infinitamente mais simples. Ando com uma perna só, bato o pé no chão ao ritmo da música, cuspo água pra cima e por alguns instantes a rua vira minha. Não importa se alguém está olhando, não importa se estou sendo ridículo. Tudo se torna mais fácil, por alguns minutos até esqueço da vida e consigo dar uma risada de verdade, mesmo que sozinho. Consigo sentir qualquer coisa e tudo parece ter sentido. Consigo dormir com um sorriso no rosto, porque é um fato que os fantasmas desaparecem momentaneamente, até retornarem na manhã seguinte. E na outra. E na outra...

Black Balloon



I've stood in a thousand street scenes
Just around the corner from you
On the edge of a dream that you have
Has anybody ever told you it's not comin' true?

Farewell my black balloon

6 de jul. de 2010

Oi brasil

Hoje que eu acordei brilhante, belo e com todo mundo me adjimirando as pessoas inventaram de me irritar.

Bati tanta boca hoje.
Mas eu descobri que vicia.

QUERO MAIS!

5 de jul. de 2010

Um teto não familiar

Um teto não familiar. Olhando para um teto não familiar, eu apenas conseguia pensar no que eu tinha feito até agora. Porque era tão difícil se relacionar com as pessoas? Podia ouvir uma orquestra sinfônica formada por roncos de duas pessoas diferentes, bem ritmadas e um tanto irritantes. Porém estava até me divertindo com aquilo tudo, tirava um pouco o foco dos meus pensamentos. Não estava nenhum pouco triste, nem com raiva. Talvez o problema estivesse aí, eu ficaria muito feliz em ter algum sentimento naquele momento, Eu apenas fitava o teto, sem sentimentos. Mas com muitos pensamentos, como sempre. Minha cabeça não pára de trabalhar nunca, e mesmo nos momentos mais despretenciosos, sempre alguma coisa estará em foco dentro da massa cinzenta. Costumo dizer que um dia serei completamente abençoado pela minha cabeça, ou completamente fodido. Posso ser tanto um cara que criará alguma coisa muito essencial à humanidade (nem tão essencial assim, já teriam a inventado se ela tivesse essa importância toda) ou empurrarei algum carrinho de supermercado nas ruas da cidade, xingando inimigos invisíveis. Enfim, só o que eu queria era não pensar naquele momento. E é aí, na profundidade que eu atravesso a camada mais funda do meu incosciente, e todas as coisas vem à tona. Fazendo aquela bagunça enorme, que demora cerca de uns 7 a 10 dias para ser arrumada.

30 de jun. de 2010

Lacta por SAMBA

Sexta série. Era páscoa e decidimos juntar a classe toda para brincar de AMIGO CHOCOLATE. Lembro até hoje, um dia antes saí com a minha mãe depois da escola para comprar o chocolate. Paramos no WAL MART que tinha perto do trabalho do meu pai e compramos uma caixa de bombom LACTA (preste bem atenção). Ok, fomos até o balcão de presentes e mandamos embrulhar aquilo. Me lembro de ter tirado uma menina chamada Mônica. Ela era legal, então talvez por isso eu tenha me dado o trabalho de embrulhar. Enfim, no dia seguinte seria a entrega. Tomei meu banho, me arrumei e esperei a perua chegar. Com a caixa d chocolate debaixo do braço. Todo ansioso.
...
Na hora da entrega das caixas, entreguei o da minha amiga. Fiquei esperando o meu. Eu quase sempre dava o azar de ser um dos últimos a ser presentado. O que sempre me deixava com o coração na boca de medo da pessoa que me tirou ter faltado no dia (isso já aconteceu comigo TAMBÉM). Porém nesse dia, a pessoa não faltou, para o meu azar. E como presente eu ganhei uma caixa de bombom SAMBA da ARCOR. 

Fiquei cego de ódio. Sofri calado e praguejei a vida do infeliz inteirinha. Cheguei em casa e chorei de ódio. As lágrimas quentes descendo...Calado...de ódio, com a caixa de SAMBA na mão.

Até hoje sinto raiva de pensar.

Nada

Acordei hiperativo. Isso é estranho. Mais estranho do que eu acordar feliz, enfim.
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Não comi tranqueiras suficientes para o meu padrão, isso é ainda mais estranho (apesar de que ainda faltam muitas horas para o dia acabar).
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Ontem dormi duas horas da manhã porque fiquei assistindo ao DVD do Libertines que eu comprei. O sotaque dele é dificílimo de entender (ainda mais quando ele fala bêbado).
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Vermelho cai bem em certas pessoas. Hehehe (sem mais sobre esse assunto). Só digo que meus batimentos cardíacos subiram uns 6 ou 7...e demoraram pra voltar.
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Facebook me deprime grandemente.
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Estou me sentindo bonito hoje (estou dizendo que tudo anda muito estranho hoje!).
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Estão especulando show do Dead Weather no Planeta Terra 2010. Se tiver, eu vou.
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Sem mais.

29 de jun. de 2010

Nada

Olha, não sei que dia hoje. Mentira, sei que hoje é terça, mas parece uma segunda-feira. Eu não me lembro o que aconteceu ontem, mas se eu puxar na memória eu lembro. Pois bem, foi o tal do jogo do brasil. Demorei duas horas pra chegar em casa, através do mesmo percurso que geralmente demoro de 40 minutos a uma hora. Isso não foi peso nenhum, já que gastei o tempo todo dentro de transporte público comendo. Bolacha e batata. Bolacha e batata. Quando enjoava de um, atacava outro. Assim duas horas passaram rápido, mas ainda assim são duas horas. E isso é um pequeno absurdo. Cheguei em casa e estava um calor de 40 graus. Tomei banho e uma sopa. Dormi durante o jogo do brasil inteirinho e acordei com a minha mãe tocando vuvuzela. Me deu vontade de pegar no braço dela bem forte e perguntar, olhando nos olhos dela: você é boba? Estava de mau humor. Como sempre.
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Agora a pouco estaa conversando com um amigo virtual e ele me perguntou como eu estava. Respondi que estava ótimo. Ele afirmou estar espantado, porque disse que era a primeira vez que eu respondia que estava tudo bem. Dei risada e respondi que era mentira, só estava sendo conveniente. Ele respondeu: Ah! Esse é o vinícius que eu conheço.
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Sair para almoçar e voltar com sacolas já está se tornando um hábito. Pra não dizer um vício. Hoje comprei um CD dos Libertines e o DVD da mesma banda. Sempre gostei dessa banda, desde a época que eles surgiram. Mas como nunca trabalhei antes, o CD que na época custava uns 30 reais (muito dinheiro pra quem não trabalha e não ganha mesada), só agora que comecei uma coleção de CDs decidi comprar.
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Tem uma menina que traz bolo pra vender aqui no meu trabalho. De manhã senti minhas bochechas maiores, ao acordar, mas ainda assim me desafiei e comprei um quindim (salivei) e um pedaço de bolo mousse de chocolate (passo mal). Agora de tarde me deu fome. Perguntei: Meu, tem bolo ainda? Ela: Não, acabou...Eu: Ai...ainda bem. Não tenho escolha. Se tem, eu preciso. Não tem como ter e eu não comprar.
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De tanto eu dizer que estava me sentindo rejeitado e mimimi, hoje fui convidado para viajar pro paraná (melhor amigo da oitava série), pra ir numa balada sábado (amiga fernanda) e pra ir em uma festa na casa de não sei quem no brooklyn sábado a noite (gustavo, eu não sei direito o que ele é meu). E eu ainda convidei alguém pra sair sábado. Então é só ver o que compensa mais.
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Gostaria de agradecer à Joana por ter me tirado de casa num sábado, que eu já estava julgando como perdido e gostaria de agradecer á Mariana por ter me acordado mais cedo com uma mensagem muito fofa. Duas coisas que fizeram meus últimos 3 ou 4 dias.
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Estou sentindo cheiro de churrasco. Estou com cartão de crédito. Estou com fome. Junte tudo isso e com certeza não dará nada de bom.
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Hoje é o último dia de aula antes das férias.
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Sem mais.

25 de jun. de 2010

Nada - em tópicos

Já estou acostumado a perder todos os concursos. Fui rejeitado. Preferiram aquilo que um dia já foi "meu". óbvio que não tenho condições de competir. Foda-se.
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Tô numa vibe FESTA. Tô quase arrastando essas cadeiras de rodinhas daqui do trabalho, chamando os clientes e transformando o balcão num verdadeiro palco. 
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Não fico mais vermelho. Acho que perdi a vergonha na cara ou desencantei. Mentira, fico com a primeira opção totalmente.
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Assisti o jogo do Brasil no telão do vale do anhangabaú, chiquérrimo. Me senti o "dark", estando somente eu de preto, no meio do povo de amarelo. Odeio amarelo. Por mim eu acabaria com a cor amarela no planeta, mas não possuo essa alcunha. Enfim, fiquei 45 minutos de pé, parado, sério, fumando e olhando e fingindo que entendia todas as jogadas. Os primeiros 45 minutos eu assisti aqui no trabalho, mas as conversas fiadas estavam me irritando.
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Fui cobiçado por três garotos no Vale do Anhangabaú. A julgar pela aparência dos três, eu não sei se fico triste ou feliz com tal acontecimento. Sabe bicha telemarketing? É...pois é.
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Percebo que estou sendo evitado quando digo um simples "olá" no msn pra alguém, e no mesmo instante fulano está OFF LINE. Nem me abalo mais, estou ficando ligeiramente acostumado com a REJEIÇÃO. Em letras garrafais mesmo.
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Ontem encontrei meio maço de marlboro light no metrô. Fumei.


Não quero mais escrever. Estou cansado.

Vida de merda.

Não estou mais feliz e já não estou mais na vibe "FESTA".
Quero ir pra casa comer chocolate sozinho.

24 de jun. de 2010

Finge que eu morri (não vai fazer diferença mesmo)

Não contem mais comigo. Para nada. Embora se alguém sentir saudade, quiser falar comigo ou precisar me contar algo, é só me mandar um email. Respondo na hora e com alegria. As coisas vão mudar. Não vou mais correr atrás de ninguém. Simples assim. Podem rir, achar que só estou querendo chamar a atenção, de mimado. Talvez seja mesmo. Mas isso tanto faz.

Esclarecimentos

Não quero mais estudar ilustração. Na verdade, não quero estudar mais nada. Ainda só não desisti do curso, porque seria mais um item pra lista das coisas que desisti na vida. Ainda falta um ano pra terminar, será que aguento?
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Percebi que estou sem aspiração de vida alguma. Qualquer coisa que acontecer daqui para a frente, não me surpreenderá. E o meu único desejo atual é uma aspiração sem ambição: Sair desse país e varrer chão de bar. Só isso. Peço muito?
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Ontem foi o dia que eu quase enlouqueci. Ainda não descarto a idéia de estar sendo violentamente testado em todos os ambientes que eu vivo. Até pela internet as pessoas me testam. Fui tolo em não ter percebido isso antes e me sinto um burro quando percebo que só me toquei disso agora.
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Estou lendo um livro sobre uma mulher com Transtorno bipolar. No começo estava achando tudo muito surreal e completamente diferente de mim. E se eu disser que já na página 100 estou me sentindo exatamente como ela?
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O que aconteceria se eu me apaixonasse a essa altura? Foderia toda a minha vida de vez, porque eu ficaria com aquele sentimento de pré-rejeição ou serviria como um antidepressivo temporário. Ou nada disso.
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Decidi me afastar dos sites de redes sociais por um tempo. Vou apenas me dedicar a esse blog e talvez, ao meu twitter. Percebi que redes sociais só servem para me deixar mais triste. Não interajo com ninguém e ninguém interage comigo. Como se eu nem existisse. E estou super de boa de ser só mais um perfil aleatório rolando por aí.
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Resolvi que não vou sair de casa neste fim de semana. Desmarquei o encontro na liberdade com a minha tia e não vou marcar nada para sábado. Voltarei pra casa amanhã a noite e só sairei de lá, segunda feira de manhã, e ainda obrigado por que tenho que trabalhar.
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Hoje está com cara de sexta.
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Ontem fui chamado para ir ao cinema.
Recusei.
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Aquela música da Shakira "Waka waka" me irrita como poucas coisas conseguem.
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Não vou mais correr atrás de ninguém pra implorar atenção. Se alguém quiser qualquer tipo de relacionamento comigo, seja ele amizade, namoro ou qualquer porra, terá que mover os palitinhos, porque me manterei imóvel a partir de hoje.
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Talvez por eu ter sido um por tantos anos, eu não suporto mais ver gordo com cara de madalena arrependida. Me irrita.
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Por falar em gordo, agora eu não mais me importarei com o meu peso. Foda-se.
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Minha calça está suja de bolo de chocolate, não perderei meu tempo lipando-a.
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O mundo resolveu me ignorar hoje. Acordo com milhões de declarações de amor no twitter e em uma hora ninguém lembra mais que eu existo.
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Vou almoçar comida mesmo hoje. Arroz feijão bife e batata frita. Nem que eu precise pagar muitos dinheiros para isso.
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Sem mais.

Trancado

O preço da chave será bem caro. Mais caro do que nunca foi. Só aqueles realmente interessados em entrar de verdade, e permanecerem, que conseguirão adquirir a maldita chave. Tranquei mesmo. E não impórto se ela ficar completamente vazia. Não me importo se ninguém descobrir onde a chave está guardada. Não me importo.

Só queria abraçar meus três travesseiros ao mesmo tempo.

Aí, você que é leitor desse blog, se pergunta: Nossa, 80% do seu tempo, ou está mal, com raiva ou triste?

A resposta é sim.

23 de jun. de 2010

Nunca mais serei o mesmo

Acordei mais cedo, fiquei alguns minutos ensaiando ir até a lavanderia buscar minha calça. Mas eu simplesmente travei. Só de pensar na presença do rato (mesmo sabendo que a Valquíria já tirou ele e o matou) já me arrepiei dos pés à cabeça. E como esperado, novamente vim com outra calça. Não consegui pegar a calça. Não consegui juntar forças. O engraçado é que eu não tenho medo de nada. NADA. Pego sapo na mão, não tenho medo de baratas, nem de abelhas e nem aranhas. NADA. Só desse maldito bichinho peludo (arrepiei só de escrever isso).

Nada

São 09:41 sa manhã, estou sentado na frente de um computador, desejando mais do que tudo estar em algum lugar que não seja aqui. Não estou de mau humor, só para constar. Estou naquele estágio neutro, aquela coisa que se define por um simples "é". Mentira, talvez eu esteja um pouquinho mais pendente pro lado do mau humor, porque a  blusa colorida do menino que trabalha aqui está me irritando só de ver, coisa que não me irritaria nenhum pouco se eu tivesse num dia genuinamente neutro. Por isso digo que estou pendendo, mas só um pouquinho, pro mau humor. Meu estômago/fígado/intestino/qualquer coisa da barriga, por que eu não sei diferenciá-los quando se existe uma camada de pele e gordura cobrindo-os, está doendo. Uma dor suportável. Quase uma vontade de fazer cocô. Mas só a dor física, porque não estou com a mínima vontade de fazer cocô. E eu não faço idéia do porquê de eu estar comentando casualmente sobre o meu corpo. Aposto um dedo que você não se interessa por isso. Estou morrendo de frio, tenho uma blusa dentro da mochila, mas eu simplesmente não quero colocá-la. Ainda não parei pra pensar no motivo de não querer, estou com muita preguiça para tal. Então não faço idéia o porquê de estar fazendo isso. Hoje nada se explica, só se faz.

21 de jun. de 2010

Vencido pela arrogância de um roedor

Manhã de segunda feira. Calças no varal. Ando lentamente, sob o forte efeito do sono e uma inexplicável dorzinha nas pernas. Reparo a presença de um ser que não havia sido convidado por mim, para estar naquele lugar, dentro de minhas propriedades. Abusado. Senti um arrepio horrível de fora a fora do meu corpo. E ele ainda continuava ali, parado, olhando para mim com ar de abuso. Seus olhos diziam "Você não e quer aqui, mas ainda assim tenho o controle porque você morre de mim". E eu sabia que ele tinha razão, o que me fez engolir em seco e recuar alguns passos. Ele continuava me desafiando com o seu olhar. Roedor nojento. Tem poucas coisas no mundo que me desconcertam mais do que a presença de um roedor. Patológico. E ele todo altivo, no alto de seus dez centímetros de altura. Mexia apenas os bigodes. Bati os pés 3 vezes no chão. E ele nem se moveu. Entrei rapidamente dentro de casa e mandei que a Valquíria pegasse a calça pra mim, já que ela é mais corajosa do que eu. Acontece que ela amarelou da mesma forma que eu, quando olhou para o camundongo estranho que não se movia. Me senti vencido. Dentro de minhas propriedades. Dentro das minhas terras. Do meu lugar. Me rendi. Desisti. Entrei em casa e vesti outra calça. E o rato ainda imóvel. Altivo. Todo cheio de sua arrogância.

Caiu

Adoro a falta de compostura da minha vó no telefone. Ontem minha tia me ligou pra dar parabéns e tal, e passou o celular para minha vó. Ok, atendi e  até chegamos a conversar uns dois minutos. Sem mais nem menos, ouço ela dizer pra minha tia: "caiu a linha". E me deixar do outro lado da linha, falando sozinho. Minha tia desligou.

E eu continuei parado olhando pro celular.

21

Atingi a maioridade total. Agora já respondo completamente por mim. Acabo de abrir o meu email e vi que tinha recebido um lindo cartão da Academia Brasileira de Artes. Oi, sou importante e até as instituições lembram de mim. Mentira, eu estudo lá. 

Enfim, foi um dia legal. Tão despretencioso que não parecia um aniversário. Primeiro me senti supreendido, o que não me agradou no primeiro momento, mas quando percebi o que estava sentindo de verdade, pude notar que era aquilo mesmo que eu queria. 

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Obrigado a quem lembrou, a quem pensou e aquem desejou o que quer que fosse ontem :)

18 de jun. de 2010

É...

Tá, eu confesso. Não dava mais para continuar com aquela história de 'ninguém me ama, ninguém me quer'. Minhas teorias cairam por terra essa manhã, quando fui surpreendido por pequenos gestinhos de pessoas completamente diferentes, que nunca se viram na vida e não teriam como forjar uma brincadeira de mau gosto pra mim. Hoje duas pessoas me cumprimentaram no horário de almoço, cogitaram fazer uma festa pra mim aqui no serviço e eu fui obrigado a engolir a minha teoria. Ela parecia brilhante e fazia todo o sentido. Posso não estar certo, mas mudei de opinião. Foda-se.

17 de jun. de 2010

Dando a cara à tapa

Estou vivendo quase como um nervo exposto. Sem pele, sem proteção, sem nada. Qualquer coisinha que falam já me deixam com vontade de chorar. Odeio isso. Odeio "precisar". Odeio todas as necessidades. 

Ontem quando fui carregar meu bilhete único, a senhorinha japonesa que sempre me atende e já até me conhece, foi toda simpática e sorridente comigo. Achei estranho, mas agi da mesma forma com ela. Quando fui pegar meu bilhete único de volta, ela sem mais nem menos o colocou num porta bilhetes novo (o meu estava destruído e todo mordido) e eu rapidamente perguntei quanto custaria aquilo. Ela deu risada e disse que era um presente. Senti vontade de chorar.

Outro dia quando decidi fazer um "almoço diferente", saí com a minha irmã para comprarmos algumas coisas, ali pelo bairro mesmo. Paramos num mercado e decidi comprar alguns limões para temperar uma salada. Ao chegar na sessão de frutas, me deparei com um monte de limões misturados com laranjas e vi que tinha um homem escolhendo. Pedi educadamente para que me ajudasse, já que eu não sei diferenciar limão de laranja (ainda mais quando estava tudo verde) e ele sorrindo, me ajudou e ainda me mostrou a diferença das duas frutas. Mais uma vez senti vontade de chorar.

Hoje de manhã no metrô, relativamente cheio, parei do lado de uma mulher loira. Uma daquelas mulheres esnobes que tentam te fuzilar com um olhar apenas, como se você fosse um inseto nojento. Sem querer encostei no braço dela e ela tirou rapidinho. Me olhou com cara de desdém e continuou com o seu olhar fixo para a porta. Mais uma vez eu senti vontade de chorar.

Não sei qual é meu problema. Novamente estou com vontade de chorar.

16 de jun. de 2010

Storms and Fevers

A minha verdade não é a mesma verdade que a sua. Por vezes você se dá conta de que é mais fácil aceitar a verdade, crua como ela é. De repente me vi com 8 anos novamente. O último ano da minha vida que eu me senti verdadeiramente amado. Fechei aquilo que chamam de coração, sem nenhum aviso prévio. Minha mãe diz até hoje que quando completei uns dez anos, ela não me conhecia mais. Eu já não sorria mais pra fotos. Não falava com ninguém, a não ser que algo fosse de meu interesse. Vendo essas coisas hoje em dia, consigo entender mais sobre aquela criança que tanto detestei, que tanto tentei assassinar. Amor. Amor é uma palara tão bonita, que eu realmente gostaria muito que ela tivesse algum significado para mim. De verdade. Mas não consigo acreditar nessas quatro letras que movem o mundo. Ou pelo menos, dizem que move. Juntamente com o dinheiro e o ódio. Esses dois eu conheço bem. Acho que acredito apenas naquele amor transcedental de mãe. Aliás, a única coisa que tenho plena certeza nessa vida, além da morte, é o amor de mãe. Não, nunca engravidei. Mas consigo confiar nas palavras da minha mãe, quando ela diz aquela frasezinha que me arrepia inteiro, mesmo hoje aos quase 21 anos. Eu te amo. Está além do meu entendimento, acreditar que existe aquele amor sem pedir nada em troca, aquele amor que é capaz de anular a si próprio em prol de outro ser humano. Eu não faria isso. Sinceramente. Já fui "amado" por tanta gente, mas é muito engraçado me sentir cada dia mais sozinho. É meio contraditório. Nos últimos dois ou três anos me convenci de que amor não existe. Só o de mãe.

15 de jun. de 2010

PESO DOS OLHARES

Porque toda a hora que eu olho, tem alguém me observando, onde quer que eu vá?

Nunca passo um segundo sequer sem que tenha alguém me olhando.

Surpresa

Ai que vontade de ser surpreendido. Com qualquer coisa, mesmo que seja ruim. Já teve essa sensação de viver a vida numa linha reta e constante? Algumas pessoas adoram essa sensação. Eu não. Odeio linhas retas. Gosto de sinuosas ou angulosas pra cima e pra baixo.

E eu não sei mais do que estou falando.

Queria nescau gelado.

Nada II

Ontem fiquei sabendo que terei que passar meu aniversário sozinho, já que a minha mãe vai pra casa da minha vó no sábado e só voltará no domingo à noite. Esse ano não estou querendo fazer nada. Não estou no pique de virar noite na rua, nem de beber, nem de dançar (muitíssimo menos), nem de compulsionar. Estou querendo tratar como um dia comum (o que não deixa de ser para a maioria das pessoas do mundo). Meu único plano é fazer minha tatuagem nova e grandona e colorida e linda. Só. Talvez depois eu saia para comer alguma coisa. Muito talvez.

Nossa, alguém com o mesmo cheiro que meu professor de ilustração entrou aqui.

Estou emagrecendo. Perdi uns 3kg semana passada. Fazia muito tempo que eu estava no meu peso invariável e agora emagreço 3kg. Isso é muito estranho, mas eu nem reclamo, afinal tenho feito por onde. Parei de comer besteira a toa (só em momentos sociais) e ando substindo a base de pão integral com ricota light. Daqui a pouco eu viro uma vaca ou um enorme centeio. Eu gostaria mais de virar uma vaca. Mas enfim, ontem eu cheguei à conclusão de que eu adoro músicas com "Ahhh" de comercial de pasta de dente. Estou há 24 horas ouvindo uma única música. Fancy Footwork do Chromeo.

Terminei de desenhar a estampa da camiseta do Brasil que vamos usar aqui no trabalho (boring). Ficou uma porcaria e eu já disse que vou viver com blusa de frio fechada até o pescoço. Primeiro porque odeio amarelo Ouro. Segundo porque odeio o "design" da bandeira do brasil. Fora que amarelo me engorda.

Ahh...vou parar por aqui de verdade.

Tô numa vibe anti-social.
Um beijo delicioso e estalado na sua boca.

Nada

Faz tempinho que não posto aqui. Vamos pra mais um post da série "nada"? Vamos. Hoje acordei bem, apesar de ter chegado 40 minutos atrasado. Eu deveria estar as 8:30 aqui já, saí de casa no horário que eu já deveria estar na metade do caminho. Tudo graças ao meu celular que resolveu desligar sozinho (por falta de bateria) no meio da noite, logo ele não me acordou. Falso, filho da puta. Só porque derrubei ele no chão duas vezes, só ontem. Tenho certeza que foi por isso. Rancoroso de uma figa. Mas voltando ao foco, acordei tranquilo, disposto até, mal imaginando que estava mortalmente atrasado. Fui até a sala, ver no aparelho de som o horário e me choquei. Corri, catando peças de roupas aleatórias pelo quarto (uma calça jeans, all star e camiseta cinza com desenho de uma cabra) e corri. Tudo isso durou dez minutos e quando eu percebi estava dentro de um ônibus com cara de sono (tinha até marca de edredon na cara ainda). Escovei os dentes de uma forma bem meia boca, o que me obrigou a ficar mastigando um trident e desconfio eu que ainda tenha remela nos meus olhos (tenho até medo de olhar e não, não tenho classe). Chegando ao metrô me deparo com meio milhão de pessoas (em barras de ouro) e não me desanimei e me soquei no meio de uma galere e subi no primeiro vagão que passou na minha frente. Fiquei entre os braços de um cara com 2,5m de altura e encoxando uma senhorinha de 1,5m (foi super gostoso pra mim), e isso sem falar no cara com cabelo de miojo que não parava de me encarar e isso sem falar ainda nas três putinhas piriguetes de cabelo loiro blondor, cada qual portando suas devidas VUVUZELAS e assoprando aquelas porras dentro do vagão LOTADO cheio de gente com cara de sofrida e triste (mentira, hoje a galere tá super animada). Então, como tem o jogo do Brasil, hoje sairei as 13:30. Com a glória de deus, chegarei em casa e dormirei a tarde toda, mal me importando pro Brasil. Não sou patriota e não é por causa de duas horinhas de jogo que eu vou ser. Minha intenção é tirar o resto do dia para dedicar aos deleites da minha vida. Escutar música, fumar e comer. Não preciso de mais nada. Mentira, seria bem interessante ter alguém na minha cama. Mas é dispensável, apesar de agradável. Embora, ultimamente ando me sentindo bastante auto-suficiente. Não é aquele papo que os encalhados dizem para não parecer que estão por baixo, mas desta vez e pela primeira vez em minha vida, essas palavras são sinceras (antes era uma mentira deslavada). Nunca achei que o fato de eu estar sozinho, seria recebido com agrado de minha parte. Depois dos 18 anos (quando me abri para o mundo), nunca passei mais do que dois meses solteiro. Nunca, mesmo que estivesse enrolado com alguém, ficando, saindo, dormindo, namorando ou casando. Sempre tinha alguém. Hoje, depois de sete meses que terminei meu traumático e ultimo namoro (te agradeço deus) eu me vi sozinho. completamente sozinho, e quando eu digo que nem beijei ninguém esse ano, as pessoas não acreditam. Mas é verdade. E por mais vergonhoso que pareça dizer isso, eu vou dizer, não foi por opção minha que passei tanto tempo assim sozinho. Meu natural seria sair caçando por aí dois dias depois do namoro acabar. Mas dessa vez não achei nada que me chamasse a atenção, embora estivesse extremamente agoniado por estar sozinho. Dessa vez jurei que seria diferente. Não ficaria co qualquer mané. Eu quero acertar dessa vez e fazer só se valer a pena. E arrisco ainda dizer, que ficar sozinho por tanto tempo só me fez bem, já que conheci boa parte de mim que eu não conhecia. E garanto que a probabilidade de ser um namorado ruim de novo, será bem menor do que da ultima vez. Amadureci bastante e estou satisfeito comigo mesmo. Mudando de assunto, domingo é meu aniversarinho. Pela primeira vez em minha vida não estou deprimido por isso. Talvez por eu ter conseguido fazer tudo o que planejei para o primeiro semestre de 2010. O que geralmente não acontece. Um dia antes de fazer 21 anos, farei mais uma tatuagem. Mais uma das desenhadas por mim mesmo. Sou super contra chegar no tatuador e escolher algum desenho que alguma pessoa tenha igual. Adoro me vangloriar por me diferenciar da massa, deculpe. cof cof. Inclusive, sábado eu estava falando exatamente sobre isso. Como somos diferentes. Quem mais sai pra comer sushi de bandejinha numa praça de bairro nobre de São Paulo? Quem mais, em pleno dia dos namorados, sábado a noite, senta num boteco pra beber café com leite sem açúcar e fumar cigarro de filtro vermelho sem fazer média? Então é isso, pessoal. Planejava escrever tanta coisa, mas eu esqueci de mais da metade. Por fim deixo uma foto da minha mais nova coleção completa e a mais feliz e mais linda e mais amorosa e mais excitante e mais tudo o que há de bom.
joguei a camiseta ali no meio, só pra compor um visual e tal...hahahahahaha!

10 de jun. de 2010

Uma pessoa legal nunca chega no horário certo

Ontem fui informado educadamente que estou devendo 4h10m de trabalho, que somou dos meus atrasos.

Hoje cheguei meia hora mais cedo, com cara de madalena arrependida.
Resumindo: Durante oito dias precisarei entrar meia hora mais cedo pra compensar. Não é obrigatório, mas se eu deixar passar vai acumulando e quando eu for ver não receberei salário algum. Oh céus.

Inverno de 1995

Inverno de 1995. Excursão para o zoológico, eu estava sentado no banco do ônibus, observando a paisagem. Eu vestia uma blusa de moletom da Pakalolo, listrada de verde escuro e vinho. Minha vó ao meu lado, pensando em qualquer coisa. Seus cabelos muito loiros balançando com as curvas que o ônibus fazia. Eu cantarolava baixinho alguma música e agarrava a bolsa de couro da minha vó, ao peito. Apertava delicadamente a alça da bolsa, que era fofinha. Como se fosse preenchida com alguma coisa. Perguntei á minha vó o que preenchia aquilo, apontando para a alça. Minha vó respondeu que tinha lanche ali dentro. Fiquei imaginando como poderia haver lanches dentro daquela alça tão pequenininha. Passei alguns bons minutos refletindo sobre isso, até que cheguei à conclusão de que ela não tinha entendido o que eu queria dizer. Foi ali que tudo começou e eu vi que nem sempre seria compreendido. 

Me lembrei desse episódio hoje no metrô, quando senti o mesmo cheiro da bolsa de couro velho da minha vó.

9 de jun. de 2010

Dica de flerte pra passar o dia dos namorados acompanhado

Tragar o cigarro enquanto olha fixamente alguém nos olhos pode ser fatal. Fica a dica.

Garanto que conseguirá quem quiser até o dia 12.

Um beijo bem gostoso na sua boca.

Com amor,
Praguejento.

Amo a vida! AMO VIVER!!!

Vou passar esse dia dos namorados com a minha namorada. Vamos num restaurante de comida indiana e depois vamos passear bem bonitinho. Talvez eu compre um sorvete, se ela merecer. E talvez eu a leve no motel quando der meia noite. Sou feliz assim. Tenho uma namorada perfeita, uma vida perfeita e um emprego dos sonhos. Peso 35kg e quase não como nada. Parei de fumar recentemente e estou numa fase tão alto-astral. Aquela semana na Ilha de Caras foi demais. Realmente me fez bem. Me bronzeei e estou laranja. Estou lindo de morrer! Amo a VIDA!!!

8 de jun. de 2010

Existencialismo II

Gostava de me sentar em algum gramado qualquer e observar. Era do tipo que fica horas observando um casal tomar 
sorvete numa praça. Como estava sempre sozinho, tinha várias oportunidades para fazer isso. De vez em quando sentava 
em alguma mesa de lanchonete e traçava perfis psicológicos elaborados para cada pessoa. Julgava as expressões e ficava 
imaginando porque fulano estava chorando. Inventava alguma coisa muito coerente para o meu eu interior e até acreditavanisso. Alguns anos depois eu comecei a fazer isso acompanhado, em tom de brincadeira. Mas já não era mais a mesma 
coisa. Eu gostava da seriedade da coisa, gostava de sentir o drama das pesoas na pele. Pra que? se eu ao menos pudesse ajudá-las. Se ao menos tivesse o interesse de ajudá-las. Era como se elas me emprestassem suas feições, seus sentimentos mais profundos para eu passar o tempo. Como se eu realmente pudesse ver o que estavam sentindo. Claro que tudo não passava de suposições, muito bem elaboradas e modéstia à parte, creio que eu acertava montes delas, já que tudo é tão 
previsível. Me pergunto por que eu fazia isso, se não havia intuito algum. Além de que a pessoas mentem e seus rostos 
mentem tão bem quanto os seus lábios.

7 de jun. de 2010

Existencialismo

Desde cedo somos acostumados com o excesso. Usamos o material como uma válvula de escape e nos sentimos preenchido quando empunhamos o cartão de crédito ou o dinheiro que é fruto de nossos trabalhos. Não somos tão filhos da puta como aqueles que se aproveitam da grana que não os provém. Saímos pouco, mas nos vemos bastante. Não fazemos aquilo que a maioria faz. Estamos num patamar acima. Ou não. Prefiro pensar que sim. Alguns de nós tivemos a fase de tomar vinho chapinha e ficar bêbado na calçada, na porta da escola. Outros de nós não fizemos isso e esperamos crescer o suficiente para fazer. A maioria de nós não tem uma vida sexual ativa, o que diminui os riscos de DST, embora alguns de nós já tivemos suspeitas. Não bebemos bebidas alcóolicas, de modo que raramente ficamos bêbados. Comemos muito. Fumamos muito. Somos dessa forma, algumas vezes estamos felizes demais, outras vezes estamos tristes demais. Raramente as emoções são saudáveis. Pensamos muito. Talvez esse seja o motivo de nossa grande infelicidade e descontentamento com o mundo, as pessoas ao redor e as idéias que estas geram. Não choramos, não nos exaltamos e raramente explodimos. Somos seres pacíficos, de certa forma. Não nos envolvemos com coisas erradas e sempre pagamos as contas em dia. Pelo menos, tentamos. E quase sempre conseguimos. Aos fins de semana extravazamos a monotonia da semana. Gastamos muito dinheiro com comidas hipercalóricas em lanchonetes hiperglobalizadas e hiperfaturadas, e não nos importamos com as mulheres da china que doam sua vida inteira para limpar peixe, matar frangos e preparar as gulodices que tanto amamos. Pra falar a verdade, não nos importamos com muita coisa. Muitas vezes não nos importamos nem conosco mesmo. Somos tristes, mas ao mesmo tempo somos felizes por estarmos tristes. Tentamos nos destacar no meio dos medíocres e de certa forma conseguimos. E até arrisco dizer que conseguimos muito mais do que isso. Conseguimos fazer qualquer coisa. E isso já foi provado. Em alguns dias mal nos falamos e não nos vemos. Em outros dias declaramos nosso amor aos quatro ventos, e rimos disso porque achamos extremamente brega. De vez em nunca nos juntamos e sonhamos com alguma coisa, que lá no íntimo, sabemos que jamais irá acontecer. Mas no fundo adoramos nos amargurar com o que quer que seja. Em alguns momentos desejamos profundamente não sermos mais amargos, mas tudo o que fazemos é dizer um "é..." e acender um cigarro atrás do outro, tirando fotos de torres, ruas, pessoas, de mim, de comida ou qualquer coisa que achamos bonitos. Andamos em lugares inesperados, mantendo nossa postura inexpressiva e fazendo aquilo que desejamos. Em outros momentos não sentimos medo de nada. Somos as crianças corajosas para logo em seguida a bola murchar e nos sentirmos losers. Temos um gosto diferente. Gostamos de excentricidade, diversidade e das coisas que a sociedade rejeita. Somos dessa forma e por mais que digam e julguem que somos pobres crianças tristes, ainda assim continuaremos conseguindo grana para gastar em lugares elitistas e hiperfaturados. 

6 de jun. de 2010

Novo velho ou um velho novo?

Você percebe que está se tornando um velho, quando ficar em casa é muitas vezes mais divertido e emocionante do que sair e ver gente jovem.

Daqui a (olha o calendário) 14 dias eu faço 21 anos. Dá a impressão que vou fazer 40.
Ainda nem sei o que vou fazer no dia (fica a dica pra quem lê). Vou me dar uma tatuagem de presente.

O guardião amarelo

Quando eu era criança eu costumava colocar características animadas à alguns seres inanimados. Eu permitia-os que me protegessem durante a noite. Eu morria de medo de escuro e não conseguia dormir num quarto sozinho. Me pareceu muito natural na época que alguns seres inanimados poderiam me proteger, como se fossem guardiões (ou seriam guardiães hahahaha). Eu tinha dois cachorros de pelúcia. Um era amarelo e outro era azul. Como nunca gostei de azul, o amarelo era superior. Além de que ele era preenchido com mais pelúcia, ou seja, o azul era dois degraus abaixo do amarelo. Isso fazia muito sentido na época. Pensando nisso, resolvi que o cachorro amarelo seria util pra mim. Nomeei-o como o meu guardião oficial. Ele tinha a função de me proteger. Eu dormia abraçado nele e nenhum pesadelo, nem o escuro e nada poderia me atingir.

Odeio cores

Odeio cores. Odeio mais ainda quando elas resolvem invadir a minha cidade cinza. Sabe, eu acho tudo isso muito desnecessário. Sou totalmente a favor de lutarem pelos direitos e fazerem e acontecerem (me incluo nesse grupo). Mas acho completamente desnecessário aquilo que transformaram esse grande evento que serviria para reivindicar por direitos e todas aquelas coisas que pessoas engajadas (não me incluo) adoram fazer. Confesso que tenho preguiça disso tudo. Transformaram tudo num grande carnaval, onde tudo é permitido. Nunca fui em nenhuma das edições e não tenho a menor vontade de ir. Leio a respeito, ouço a respeito e só posso concluir que não é lugar para mim, digo categorigamente sem provar antes. Preconceito? Talvez. Auto-preconceito (já que me incluo nessa classe colorida)? Talvez também. E eu estou rabugento hoje e cansei desse assunto.  Primeiro porque hoje é dia de visitar meu pai, resolvi vir visitá-lo depois de meses e meses (inclusive estou sentado na sale dele, com o notebook dele, belo e folgado). Ele acabou de me perguntar quem fez gol e eu respondi que não faço idéia. Já que nem sei quem está jogando. Neste momento, um cara me add no msn e me perguntou se eu gostava de x-men. Respondi que não. Ele ficou off. Juro que não entendi, mas enfim...Voltando ao assunto, saí de casa cedo e vim atravessar a cidade pra ver o cara que me gerou e ajudou a formar me dentro do corpo da minha mãe, estou enojado de pensar nisso. Preferia ter passado sem esse pensamento. Então, vim de metrô. E tinha muita, mas muita mesmo, bixa louca colorindo os vagões do transporte metropolitano de são paulo. Achei tudo muito espalhafatoso, muito colorido, muito gritado. Como eu disse, não precisa gritar ao mundo a sua orientação sexual. Além de deselegante é broxante. Não curto esses garotos que falam miando, que se vestem muito modernosamente e pintam o cabelo de amarelo. Acho que homem tem que ser homem. Eu mesmo, não saio por aí gritando ao mundo o que eu sou ou deixo de ser, e muitas pessoas se surpreendem quando digo que não sou hétero. É muito mais cômodo, já que tem lugares que não é legal você se expor e eu consigo agir com naturalidade, sem que saibam da minha vida pessoal. E eu não sei mais do que estou falando. Estou cansado, com vontade de fazer cocô (mas eu só faço na minha casa) e estou enjoado com o cheiro dos bolinhos que meu pai está preparando. E estou carente. Queria um abraço. Sempre quero um abraço. E eu não escrevi nada com sentido pra variar. Mas o blog é meu e eu escrevo o que eu quiser. Queria muito fumar um cigarro, mas meu pai não sabe que eu fumo. Minha vida é tão difícil.


31 de mai. de 2010

Tédio

Cliente acaba de me pedir um cigarro. Dei.

Depois ele perguntou pra mim se eu achava engraçado a palavra "enviados". Respondi que não.

Pesadelo envolvendo a quase morte de Karen O

Tive um sonho terrível de sábado para domingo. Sonhei que estava num show do yeah yeah yeahs e em determinado momento que a Karen O fazia as suas performances, que já ão de praxe, ela desmaia sem mais nem menos. Levam ela do palco e retornam uns cinco minutos depois informando a todos os presentes que ela estava doente. Explicaram que era uma doença incurável e a impediria tanto de continuar o show, como de fazer shows futuramente. Um filme se passou na minha cabeça (ainda lembro) e todas as imagens mais loucas, viscerais e agitadas dela vieram à minha mente e eu comecei a chorar no palco. Ainda não sei se eu chorava porque não ia mais existir yeah yeah yeahs ou se eu chorava pela saúde da Karen. Desconfio que tenha sido a primeira opção, mas a segunda caberia fácil também. Acordei assustado e com vontade de chorar. Suado. Era meio dia e fazia sol lá fora.

28 de mai. de 2010

Devaneios sobre a falta de serotonina que me acomete

Estou muito louco de ácido. Mentira, nem estou. Estou muito louco de açúcar com cafeína. Adoro essa sensação. Você já experimentou? Se não experimentou, não faz idéia do que está perdendo. Você fica bêbado sem uma gota de álcool no sangue. Essa é uma estratégia para driblar dois males. O sono e a vontade de ter compulsão com doces e/ou qualquer coisa gordurosa. Eu acho que em algum post desse blog eu já escrevi sobre a minha deficiência de produção de serotonina, bem, se não disse ainda, aqui está. Meu corpo não produz a quantidade de hormônio que eu necessito, logo preciso recorrer sempre á coisas prazerosas para compensar a minha falta. Hoje ao chegar no trabalho, logo assaltei a bolsa térmica da Cátia. A menina nova que trabalha aqui. A mãe dela faz os melhores bolos do universo e ela traz para vender pela bagatela de R$2,75. Ataquei um de prestígio. E depois ainda não satisfeito mandei trazer uma torta de frango. Comi. Tudo em cima do teclado (tive que bater o teclado depois, porque entrou um monte coco). Ainda não feliz o bastante, fui lá e enchi dois copos de 200ml de café puro. Bebi. Ainda não contente saí pra almoçar e mandei fazer um café de meio litro, com chantilly. Bebi. Depois disso tudo, fiquei com dor de cabeça e com um sono terrível. Passou dez minutos e fiquei ligado. Chapado de cafeína até o toba. Tão gostoso. Queria viver assim. Quando estou assim, sempre fico mais belo, mais simpático, mais insano. Inclusive, eu descobri uma brincadeira tão legal. Sempre ando com fones de ouvido, eles me isolam do mundo real e eu posso criar um mundinho só pra mim. Daí que eu estava ouvindo uma música bem dançantezinha. E a guitarra dava umas "rajadas" nervosas (adoro músicas que tenham isso) e era bem ritmado. E a cada rajada, eu tinha que pisar bem fundo no chão, mesmo que me atrapalhasse todo. Adorei brincar disso. Me fez andar do Anhangabaú até a República assim, sorrindo. Gosto de aproveitar esses momentos porque sei que não duram. Até esqueci que eu estava me sentindo triste, solitário, carente e todos esses mimimis infernais. Aí que agora, neste exato momento, o efeito está acabando. Tenho duas opções: Tomar mais café e comer mais doces (e engordar, consequentemente) ou então voltar pra casa e me deitar em pose fetal, ouvindo qualquer coisa melancólica da década de 80 e pensar na minha vida. Escolha difícil.

27 de mai. de 2010

Encheção de linguiça

Domingo eu vi um cara dentro do metrô com uma blusa de moletom amarelo limão. Até aí o fato já seria atípica, porque juntamente com a blusa, ele estava usando uma bermuda laranja. No meio da viagem, o vagão meio vazio, ele saca um gilette de dentro do bolso. Pensei: Pronto, o que esse cara vai aprontar com esse gilette em mãos? Resolvi ficar olhando de rabo de olho. Passado um tempinho ele começa a tirar todas a bolinhas que tinha na blusa dele. Claro, que isso começou a atrair olhares e rapidamente todo mundo começou a soltar risinhos. Ele parecia não se importar muito. Pelo menos foi o que imaginei. Do jeito dele é feliz...Talvez seja mais feliz do que eu, que ainda mantenho um pouquinho de sanidade.

Segunda feira prendi meus dedos da mão direita na porta do busão. As portas de hoje em dia estão muito violentas. Realmente doeu e muito me admira que eu ainda tenha unhas. Embora estejam um pouco roxas e com sangue pisado. Nunca entendi o porquê de ser sangue pisado a expressão usada para esses casos.

Terça feira fui pra aula e fiquei enrolando o tempo todo, fazendo auto retratos detalhados na folha de lição. Toda hora que o professor passava na minha mesa, lá ia eu apagar tudo, pra assim que ele virar as costas, tornar a fazer. Foi uma peleja travada, mas no fim consegui. Tentei escanear, mas como o lápis tá clarinho não saiu quase nada. Mas valeu o sacrifício, porque ficou bem legal.

Quarta feira, mais conhecido como ontem, foi o dia mais triste da semana. Sem dúvida alguma um dos dias mais solitários da minha vida. Nada de diferente aconteceu, nada mudou...mas eu acordei me sentindo carente. Necessitado de um abraço, alguma palavra de fé, mesmo que fosse do Luís Moreno. Daí cheguei em casa planejando dormir e não consegui. Minha cabeça viajou por mil lugares, mil planos diferentes. Daí eu me deprimi de novo porque percebi que estou numa direção estranha. Não ando seguindo nada. Meio que estou largado num mar de massa sem vida, usando uma metáfora. Não que algum dia eu tenha tido alguma direção pra qualquer coisa, mas agora, mais do que nunca sinto necessidade disso. Gostaria muito de ter algum tipo de estabilidade na vidam, qualquer área que fosse. Minha vida é tão inconstante que tudo pode mudar em questão horas. Sempre foi assim.

Hoje no horário de almoço me deu crise consumista. Sabe quando você tem NECESSIDADE de comprar alguma coisa? Mesmo que seja uma bala...Resolvi me dar um limite e gastar somente aquilo. Decidi ir até a galeria do rock procurar algum CD legal. Coloquei na cabeça que eu queria comprar o Is Is do Yeah yeah yeahs, porém é EP difícil de ser encontrado aqui no Brasil. Entrei em uma loja, já não esperando muita coisa e perguntei se eles tinham o tal EP. O balconista, metaleiro até o cu, me vem com o álbum It's Blitz (o álbum mais recente da banda) e eu educadamente disse que não era aquele, eu queria mesmo o EP chamado Is Is. O cara me mediu de cima a baixo e me informou que o tal EP não existia, que eu devia estar enganado, já que ele tinha tudo da banda no estoque e esse EP não constava na mesma. Tentei explicar que é um EP meio difícil de encontrar, que não era muito conhecido, que foi lançado em 2007 e mimimi e ele não quis me ouvir. Disse que simplesmente não existia. Ou seja, insinuou que eu seja retardado. Tudo bem, eu não esperava que ele soubesse. Saí sem discutir e desisti de comprar qualquer coisa. Virei a esquina e comprei um maço cigarros e calei a minha boca.

Bem, é isso. Não anda acontecendo muita coisa na minha vida.
Sem mais.