8 de jul. de 2011

Teresa

Oi Teresa, resolvi deixar alguns pensamentos egocentricos de lado e lhe escrever este email. Estava aqui mexendo nas milhares de pastas do computador e achei algumas fotos, já esquecidas. Me transportei para aqueles dias e lembrei do seu sorriso. Da sua simplicidade. Daquelas tardes despretenciosas de sábado, ou do início da noite que eu via todos se arrumarem para sair, e eu ali á toa para o que viesse. Bons tempos. Ainda tínhamos a disposição de jovens, éramos apenas um ensaio da mentalidade de hoje, mas o corpo era mais saudável. Apesar de bebermos mais, fumarmos mais e passar noites e noites acordados falando sobre espíritos, vida e resoluções. Sinto saudade de você, Teresa. 

Eu sei que passamos por tantas desilusões amorosas, apesar da idade. Mas tudo era mais divertido. O simples fato de tentar passar o VR da sua amiga no bar, pra comprar cigarros, já era uma festa. Nossa vida era uma festa e não tinhamos percebido. É sempre assim, quando não tem mais, faz falta. E eu me encontro aqui, neste exato momento, sentado no degrau da cozinha e digitando essas palavras.

Eu sei seu nome. Lembro das manhãs de derrota. Lembro também de nadamos no meio da chuva, no litoral. Tudo isso me veio na cabeça, em tipo, dois segundos. Mas ó, vou te contar um segredo: Quero te ver bem.

Logo mais estará se achando velha deprimida. Mas não deixe isso te abalar. Coloque seu coturno e vá à luta.

Tchau, Teresa.

Um comentário:

Pri disse...

Vc estava sentado mesmo no degrau da cozinha?Duvido.Nesse frio...